A taxa de fecundidade do Brasil é a mais baixa já registrada no país, segundo IBGE. Os resultados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) mostra que o país está envelhecendo, o que é muito triste e perigoso. A taxa de fecundidade da população em 2006, de dois nascimentos por mulher, é a menor já registrada pelo IBGE, caindo abaixo do limite da reposição. Assim como o número de filhos e a parcela mais jovem da população apresentaram queda, a faixa de pessoas com 60 anos ou mais cresceu em todas as regiões. O índice mínimo para que um país mantenha a sua população estável, é de 2, 1 filhos/ mulher. Isto não acontece mais em nenhum país da Europa e agora também no Brasil e outros paises da América do Sul.
O Brasil, com 2,0 filhos/ mulher, começou a se tornar um país de velhos. Quem vai trabalhar para o desenvolvimento do país? Quem vai pagar a aposentadoria dos idosos? Quem vai manter a Previdência Social? Essas perguntas já tiram o sono dos governantes dos países da Europa, onde a população já diminui sensivelmente, e o continente começa a viver o chamado “inverno demográfico; ou como dizia o Dr. Pierre Chaunu, doutor de História moderna da Sorbonne, “implosão demográfica”.
A Europa já começa a viver a angustia do Império Romano decadente, que, segundo Dr. Pierre Chaunu, veio a desabar nas mãos dos bárbaros devido ao forte controle da natalidade e do grande número de abortos. Os governantes europeus já se desdobram para fazer a população ter mais filhos; enquanto isso a Europa é invadida pelos imigrantes.
Em 1950 a taxa de fecundidade do Brasil era de 6,2 filhos/mulher; hoje é de 2,0.
O egoísmo e o comodismo de muitos casais que poderiam ter mais filhos, impedem os filhos de nascerem; muitos preferem uma vida “regalada” ao invés de terem mais filhos como manda a lei de Deus e a paternidade responsável que a Igreja Católica ensina. Os casais mais ricos que poderiam estar criando muitos filhos (médicos, advogados, dentistas, técnicos, …) para o país e para Deus, estão mergulhando no egoísmo e deixando os filhos para os pobres. Esses, por sua vez, são massacrados por uma política desumana e anti-cristã de controle da natalidade onde se usa uma distribuição irracional de anticoncepcionais, “pílulas do dia seguinte”, vasectomias e laqueaduras, como se estivéssemos lidando com gado e não com gente. O pragmatismo ateu e desumano tomou conta dos governos e de muitos pais, infelizmente.
A população jovem, com até 25 anos, vem caindo continuamente no país. No período de 1981 a 2006, a proporção baixou de 58,2 para 44,3% do total.
A densidade demográfica do Japão é de 310 pessoas/km quadrado; e na Europa a média é de 120 pessoas/km quadrado. Na América do Sul é de apenas 20 pessoas/km quadrado. Essa comparação é por si mesma gritante. Isto é, a América é ainda um “Continente desabitado”, em comparação com Europa e Ásia, mas é forçada pelos países ricos a eliminar os seus filhos. Como pode ser humana uma política de natalidade que exige “impedir a vida de existir”?
O Brasil e a América estão longe de precisar de uma política de drástico controle da natalidade; no entanto, isto já é uma triste realidade entre nós, que, sem dúvida, choraremos amargamente amanhã. Quem viver verá.
Cabe ao menos aos casais católicos, que se amam e vivem em harmonia, respeitando as leis de Deus e da Igreja, fugirem deste doentio egoísmo ou deste medo irracional de ter filhos, e deixar que venham ao mundo as criançinhas de Deus. Como disse o grande historiador Daniel Rops, “um povo que já não quer ter filhos, é um povo muito doente”.
O Catecismo da Igreja ensina que: “§2368 – Um aspecto particular desta responsabilidade diz respeito à regulação dos nascimentos. Por razões justas (GS 50), os esposos podem querer espaçar os nascimentos de seus filhos. Cabe-lhes verificar que seu desejo não provém do egoísmo mas está de acordo com a justa generosidade de uma paternidade responsável. Além disso regularão seu comportamento segundo os critérios objetivos da moral.A moralidade da maneira de agir, quando se trata de harmonizar o amor conjugal com a transmissão responsável da vida, não depende apenas da intenção sincera e da reta apreciação dos motivos, mas deve ser determinada segundo critérios objetivos tirados da natureza da pessoa e de seus atos, critérios esse que respeitam o sentido integral da doação mútua e da procriação humana no contexto do verdadeiro amor. Tudo isso é impossível se a virtude da castidade conjugal não for cultivada com sinceridade (GS 51,3).”
Prof. Felipe Aquino – www.cleofas.com.br