CNBB quer exportar MST para a África?

O jornal “Estado de São Paulo” publicou em 17 junho 2008 uma matéria com o título acima, dizendo entre outras coisas, queGrupo de representantes da Conferência Episcopal Africana chega em julho para conhecer o  funcionamento da CPT (Comissão Pastoral da Terra)”, que fomenta as invasões de terra, infelizmente.

 http://www.estadao.com.br/estadaodehoje/20080617/not_imp190821,0.php

Logo que li esta matéria, me lembrei de uma Entrevista que o ex-Presidente a CNBB, D. Geraldo Majela Agnelo, deu à “Folha de São Paulo”.O repórter do Jornal lhe perguntou:

 Folha – A CPT apóia invasões do MST. Como o senhor vê isso? A resposta de D. Geraldo foi:

Dom Geraldo“As pastorais são ligadas à CNBB, mas não refletem a posição e o pensamento oficial da instituição”.

Então, é preciso ficar claro para o bom povo católico que as Pastorais, mesmo que ligadas à CNBB  (…) não podem falar em nome dela. Quem fala por Ela são todos os bispos em conjunto, ou o Conselho Permanente, ou o seu Presidente, ou o seu  Secretário Geral.

Segundo o Estadão, “de acordo com explicações do padre Nelito Dornelas, assessor da CNBB para o setor de Superação da Miséria e da Fome e um dos encarregados de organizar a visita, os africanos vêm aprender com os brasileiros”. “Querem implantar lá a metodologia desenvolvida pela CPT”, disse o padre. “Também estão interessados em ter missionários brasileiros que ajudem os trabalhadores rurais a organizarem seus movimentos, como foi feito no Brasil. Como se sabe, o MST é filho da CPT.”

A reportagem diz ainda que: “Por fora da área oficial da Igreja, o MST já tenta manter contatos com os sul-africanos, especialmente com seu equivalente no país, o Movimento dos Camponeses Sem-Terra, criado em 2002. Os contatos são feitos por meio da Via Campesina, organização internacional que tenta estimular ações pela reforma agrária e contra o agronegócio em várias partes do mundo”.Confesso que não consigo entender como uma Pastoral (CPT) ligada à CNBB, fomenta um movimento (MST), que nem legalizado é, e que promove invasão de propriedades alheias, quando sabemos que por duas vezes, no mínimo, o Papa João Paulo II condenou radicalmente esta ação. Veja o que  o Papa disse.

1 – Ao segundo grupo de Bispos do Brasil, provenientes do Regional Sul l da CNBB, na visita “ad limina Apostolorum” de 13 a 28 de Março de 1996:

“Recordo, igualmente, as palavras do meu predecessor Leão XIII quando ensina que “nem a justiça, nem o bem comum consentem danificar alguém ou invadir a sua propriedade sob nenhum pretexto” (RN, 55). A Igreja não pode estimular, inspirar ou apoiar as iniciativas ou movimentos de ocupação de terras, quer por invasões pelo uso da força, quer pela penetração sorrateira das propriedades agrícolas”. (g.m.) (n.5)

2 – Discurso em 26/nov/2002 aos bispos do Brasil:“Para alcançar a justiça social se requer muito mais do que a simples aplicação de esquemas ideológicos originados pela luta de classes como, por exemplo, através da invasão de terras – já reprovada na minha viagem pastoral em 1991 – e de edifícios públicos e privados, ou por não citar outros, a adoção de medidas técnicas extremas, que podem ter conseqüências bem mais graves do que a injustiça do que pretendiam resolver”.

João Paulo II deixa claro que “invasão de terras e de outras propriedades”, é técnica da luta de classes, motor do marxismo, tão condenado pelos Papas inúmeras vezes. 

Infelizmente a Palavra do Papa parece  não  valer mais nada  para a CPT e outras pastorais. Começa ai o perigo para a Igreja.  Não dá para entender.

Prof. Felipe Aquino – www.cleofas.com.br  


Professor Felipe Aquino é viuvo, pai de cinco filhos. Na TV Canção Nova, apresenta o programa “Escola da Fé” e “Pergunte e Responderemos”, na Rádio apresenta o programa “No Coração da Igreja”. Nos finais de semana prega encontros de aprofundamento em todo o Brasil e no exterior. Escreveu 73 livros de formação católica pelas editoras Cléofas, Loyola e Canção Nova. Página do professor: www.cleofas.com.br Twitter: @pfelipeaquino