A mulher foi a última criatura que Deus colocou neste mundo, o ápice, o cume: bela e delicada, para ser meiga, carinhosa, mansa, gentil. Foi colocada ao lado do homem para quebrar a sua dureza, emprestar-lhe as lágrimas, dar-lhe um sorriso que ilumina e fazer com ele uma unidade perfeita e gerar o que nenhum cientista ou fabricante pode fazer: o filho, a imagem de Deus.
Ela é uma “ajuda adequada” dada a Adão, como diz o Gênesis (2,18). E Adão ficou muito feliz: “Agora sim, é osso dos meus ossos e carne da minha carne, vai se chamar mulher (isha, feminino de ish= homem, no hebraico). E Deus deu-lhes dois Mandamentos:
- “crescei e multiplicai; enchei a Terra e dominai-a”;
- “o homem deixa a casa de seus pais, se une à sua mulher e sereis uma só carne” (Gn 2, 24).
Estava assim estabelecido o Plano de Deus para a humanidade de todos os tempos.
Disse o papa Paulo VI que “se o homem tem o primado da razão, a mulher o tem do coração, do amor”. Madre Teresa de Calcutá disse um dia que “o mundo pode ser salvo pela vitória do amor”. Então eu concluo que o mundo pode ser salvo pela mulher, desde que seja fiel à sua identidade original dada por Deus. Dizem que o homem é a cabeça do casal, mas que a mulher é o pescoço, portanto gira a cabeça. A mulher pode levar o homem às alturas ou precipitá-lo nos abismos.
É justo e necessário que a mulher se desprenda de todas as amarras que a prendem, sufocam, escravizam e menosprezam: a prostituição, o uso de seu corpo de maneira escrava, o tráfico sexual de meninas e moças, etc. Em nosso Ocidente cristão, a mulher conquistou todos os direitos; temos mulheres presidentes de empresas, de países, de tudo o mais. Mas será que estão felizes e realizadas?
Na verdade, a mulher está em perigo e com ela a família e o mundo. Um movimento feminista desnorteado prega uma liberdade feminina que se nivela ao fracasso masculino: cópia dos seus vícios e desvalores. Antes não se via mulheres sendo presas, hoje a vemos a toda hora sendo jogadas nos camburões da polícia e escondendo os rostos das fotos.
O homem e o mundo precisam de uma mulher livre, sobretudo dos vícios e da imoralidade; daquela que defende a vida desde a concepção, daquela que se orgulha de ser mãe dedicada e esposa fiel, sem deixar de trabalhar fora de casa; daquela que “se enfeita e se embeleza para ser a mais bonita criação do nosso Pai”, como diz a música.
O mundo e o homem precisam de grandes mulheres, como as jovens Perpétua e Felicidade, que no século III preferiram morrer nas arenas de Cartago a apostatar da fé em Jesus Cristo. Como Helena, mãe do imperador romano Constantino que acabou com a perseguição aos cristãos em 313. Como a bárbara Clotilde, esposa de Clovis, reis dos francos, que levou seu esposo a Jesus Cristo. Como a jovem Joana D´Arc que deu a sua vida para cumprir uma missão profética que Deus lhe confiou, mesmo tendo que se consumir na fogueira de Rouen. Como Santa Teresinha do Menino Jesus, que soube gastar seus nove anos de juventude no amor à Igreja dentro do mosteiro de Lisieux. Como Teresa de Ávila, “filha da Igreja”, que gastou sua vida para reformar o Carmelo feminino no século de Lutero. Como a freirinha analfabeta e santa, Catarina de Sena, que saiu de Sena e foi a França, em Avignon, pedir a Gregório XI que voltasse para Roma, porque ela sentia o “odor fétido do inferno em sua corte francesa”.
O homem e o mundo precisam hoje de belas mulheres casadas que sejam para o mundo um sinal do amor de Deus. De mulheres solteiras que mostrem que “só o egoísta desperdiça a vida” (Michel Quoist). Mulheres consagradas que gastam as suas vidas como velas que se queimam para iluminar a vida dos outros. Mulheres corajosas que não tenham receio de falar de Deus, de defender o brilho da castidade, o valor da virgindade, a grandeza do casamento. Mulheres jovens e mulheres anciãs, que continuem sendo para os homens uma “ajuda adequada”.
Prof. Felipe Aquino