A arte sacra e seu papel na igreja

Pablo Neves, Bacharel em Design pela Universidade Federal do Maranhão e Pós Graduado em Arte Sacra, nos dá detalhes sobre a arte e seu papel na igreja.

Este foi um dos temas tratados no Concílio Vaticano II (XXI Concílio Ecumênico da Igreja Católica): “Ao edificar os templos, procure-se com diligência que sejam aptos para a celebração de ações litúrgicas e para conseguir a participação ativa dos fiéis.”

Se percebermos bem os momentos em que Cristo pregava para as multidões, Ele buscava lugares favoráveis para que as pessoas estivessem receptivas à mensagem.

Um exemplo claro desse momento é o sermão das bem-aventuranças. O lugar em que Jesus se pôs a falar era como uma concha acústica onde o som se espalhava com facilidade, tinha ainda presente no cenário como adorno a fonte de água, o mar da Galiléia, sendo ainda rodeado de árvores frutíferas.

A respeito deste olhar sobre aqueles que recebem a mensagem da arte sacra o artista nos diz: “Quando falamos de conforto falamos de algo abstrato, você não vê o conforto, o que o designer faz é materializar a expressão do conforto. O artista sacro precisa expressar as realidades invisíveis de forma visível, neste caso a fé, é preciso materializá-la.”

A hierarquia eclesiástica tem feito intervenções para dignificar a arte sacra, dando não só proibições como também tem dado orientações concretas sobre diferentes manifestações artística nessa área [arte sacra].

O espaço litúrgico que acolhe a celebração, e que chamamos de “igreja” deriva da reunião das pessoas que nela acontece. A sua função primordial, essencial, é acolher a assembleia que se propõe realizar o convite de Jesus: “Fazei isto em memória de mim.”

Com base nesta afirmação de Vicenzo Gatti, nosso entrevistado nos dá exemplos claros de sinais presentes na construção dos “templos” de reunião do povo de Deus , vamos a elas:
*“Ao chegar na igreja é preciso estar atento à espiritualidade que ela me propõe para que eu possa entrar neste mistério.
*O altar precisa ser feito de um material maciço e não corrosivo, pois Cristo é essa Pedra Viva, Sua presença é forte e concreta.
*Existem elementos curiosos em muitas das nossas igrejas, como anjos que custodiam o sacrário. Os anjos são anunciadores de Deus, são aqueles que guerreiam contra o mal. A figura do anjos é uma forma de expressar que o que está no sacrário é celeste, é divino, é santo.”

Questionando se um designer de arte sacra precisa ter conhecimento teológico, Pablo Neves nos diz: “É preciso conhecer bem a história vivida no decorrer destes mais de 2000 anos de Cristianismo. A consultoria se dá na Sagrada Escritura, na tradição e na liturgia, essas são bases essenciais para se projetar algo para a igreja. Ela é um espaço sagrado, é uma profecia do que vamos viver no céu.”
Interior de uma igreja na Alemanha

É necessário que a arte sacra seja compreensível, quer dizer, que sirva de ensinamento, porque é uma “teologia em imagens”. Deve representar as verdades da fé, não de um modo arbitrário, mas de exposição do dogma cristão com a maior fidelidade possível e com sentimentos autenticamente piedosos.

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