Milhões de pessoas foram exterminadas durante a Segunda Guerra Mundial, o massacre que ocorreu nesse período foi denominado “Holocausto”. Neste dia lembramos, com pesar, todas as vítimas desse crime contra a humanidade.
Padre David Nehaus, judeu de origem, e vigário da comunidade católica hebraica de Jerusalém, contou-nos um pouco do que sua família viveu naquele período: “A minha família viveu durante séculos na Alemanha, tenho alguns tios que até morreram lutando no exército do país. Quando Hitler chegou ao poder, em 1933, tirou os judeus da sociedade alemã. Para eles foi um grande choque, porque eram cidadãos alemães, orgulhosos de servir o próprio país. Mas, graças a Deus, minha família entendeu a hora de sair e foi viver na África do Sul”, relatou-nos.
O Estado de Israel, onde o sacerdote vive hoje, foi fundado para fornecer abrigo aos sobreviventes do massacre.
Os ciganos também foram assassinados em grande número nessa época. Em 1933, a imprensa nazista começou a acentuar que eles [ciganos] eram raças estrangeiras, inferiores, e que teriam contaminado a Europa como um corpo estranho.
O primeiro grito de alarme oficial para o mundo cigano se fez ouvir em 17 de outubro de 1939, quando foram proibidos de abandonar seus acampamentos e iniciaram a transferência para a Polônia.
Em um boletim policial, datado de 25 de agosto de 1942, lê-se, entre outras coisas relativas aos ciganos, que “é pois indispensável exterminar esse bando integralmente, sem hesitar.”
Nesse período também a Igreja foi muito perseguida, quando muitos santos nasceram numa entrega total de amor.
Em julho de 1942, publicamente, os bispos holandeses emitiram sua posição formal contra os nazistas. Hitler considerou isso uma agressão da Igreja Católica local e revidou.
No mesmo dia, outros duzentos e quarenta e dois judeus católicos foram deportados para os campos de concentração.
Padre Carl Lampert foi considerado mártir do nazismo. O sacerdote não teve medo de se opor ao regime e testemunhar a fé em Cristo no trágico período de perseguição aos católicos na Áustria. Por causa de sua fé foi deportado e condenado à morte por decapitação em um campo de concentração.
Edith Stein, ou a “freira alemã” como era identificada pelos sobreviventes, diferenciou-se muito dos outros prisioneiros. Ela procurava consolar os mais aflitos, levantar o ânimo dos abatidos e cuidar, do melhor modo possível, das crianças.
No dia 7 de agosto de 1942, Edith Stein, e centenas de homens, mulheres e crianças foram de trem para o campo de extermínio de Auschwitz-Birkenau. Dois dias depois, em 9 de agosto, foram mortas na câmara de gás e tiveram seus corpos queimados.
São Maximiliano Kolbe é conhecido como “o mártir da caridade” e deu abrigo a muitos refugiados, incluindo cerca de 2 mil judeus. Em 17 de fevereiro de 1941 foi preso pela Gestapo e transferido para Auschwitz em 25 de maio como prisioneiro número 16670.
Em julho de 1941, um homem do bunker de Kolbe fugiu e, como represália, os nazistas enviaram para uma cela isolada outros dez outros prisioneiros para morrer de fome e sede (o prisioneiro fugitivo é mais tarde encontrado morto, afogado numa latrina).
Um dos dez lamenta-se pela família que deixaria, dizendo que tinha mulher e filhos, e Kolbe pede para tomar o seu lugar. O pedido é aceito.
Papa Pio XII deu um testemunho incensante de fé e coragem ao esconder judeus, criando em Roma e em várias casas religiosas outros tantos abrigos para os judeus perseguidos.
O sofrimento desses homens e mulheres não foi estéril, foi capaz de transformar a morte em vida, pois encontraram o seu sentido pela união com Cristo.
Assista ao vídeo que mostra como é vivido no Estado de Israel o dia da lembrança das vítimas do Holocausto: