Manhã de quinta-feira, dia 5 de julho, uma data inesquecível para os 200 frades que vieram de todos os continentes para ouvir no Tabor a voz que ali foi ouvida por Pedro, João e Tiago: “Este é o meu Filho, ouvi-o.”

O clima estava propício, um vento suave refrescava a matina ensolarada, o céu azul realçava ainda mais a bela visão proporcionada pela altitude do monte.

Os jovens frades, levantaram cedo e com disposição subiram a pé rumo ao lugar onde Jesus antecipou a manifestação de sua Glória celeste.

Estando no quarto dia do capítulo que se iniciou em Nazaré o ministro Geral explica a razão deste evento iniciar-se em Nazaré, na Galiléia:

“Em Nazaré começou tudo, sem Nazaré não poderíamos falar de Belém, não poderíamos falar do Monte Tabor, não poderíamos falar também de Jerusalém. Começamos o capítulo em Nazaré também por um outro motivo: as estruturas nos permitiram refletir tranquilamente sobre temas importantes para nós.

Concretamente, em Nazaré, nós refletimos muito sobre o seguimento de Cristo que depois continuou nos santuários perto do Lago, visitamos Tabgha e alí refletimos muito sobre a pergunta que Jesus fez a Pedro: ‘Tu me amas?’ Fomos para Cafarnaum onde refletimos sobretudo o discurso de Jesus: “Eu sou o pão da vida” e a cura do paralítico ‘Levanta e caminha’, esta palavra é importante para nós, pois estamos começando uma nova etapa com o centenário da fundação da Ordem.”

Qual a proposta do Monte Tabor para a meditação do dia de hoje?

“Aqui temos um imperativo: ‘Escutai-o’, o Pai diz escutai Jesus, todo o nosso Capítulo gira em torno da Palavra de Deus conforme o tema do Capítulo: ‘Faça-se em mim segundo a tua Palavra’ , nós queremos colocar o evangelho no centro de nossa vocação.

Hoje viemos para escutar, será um dia de retiro, um dia dedicado à leitura orante da Palavra ( Lectio Divina ), quem dirigirá a reflexão  será Cardeal Martini, em seguida teremos um longo silêncio para a meditação e oração. Terminaremos com a Santa Missa, uma das maiores transfigurações de Jesus que se transfigura no pão e vinho eucarísticos.”

Qual o papel da meditação da Palavra na espiritualidade franciscana?

“Nós professamos como regra de vida o Evangelho. A Palavra esteve no centro da espiritualidade de Francisco. Ela precisa estar no centro de nossa religiosidade franciscana. Para nós neste oitavo centenário da Fundação da Ordem, um dos desafios mais importantes é voltar ao Evangelho, voltando a ele voltamos a Jesus Cristo e voltando e consequentemente ao nosso caminho, a nossa verdade e vida, voltamos para a razão de nossa experança que justifica a nossa vocação e missão. Por isso o lema deste ano é: “Ousemos viver o evangelho. Talvez em pequenos passos, mas o importante é que todos os frades menores do mundo inteiro ousam viver-lo sua regra de vida. Ele é a única medida de nossa vida, é ele que pode justificar a nossas decisões concretas de cada dia e nossa opção fundamental: a de seguir mais de perto Jesus Cristo.”

O que o senhor pretende meditar com os Freis partindo do monte da Transfiguração  a Jerusalém?

Em Jerusalém vamos primeiramente ao Getsêmani.

No seguimento de Jesus, não podemos andar as margens daquilo que ele fez. Um aspecto fundamental da caminhada dele é a Paixão. São Francisco dá muita importância em sua mensagem a Paixão de Jesus Cristo. Queremos meditá-la porque é a maior manifestação que Jesus nos deu.

Em seguida iremos ao Santo Sepulcro e alí encontrar com ele que é a vida e proclamar que depois da morte, ela se faz presente. Nós cremos nela e queremos encontrar aquele que é a sua fonte.

Sendo assim, Jerusalém é para nós o cúlmine, como foi o culmine para Jesus: sua paixão, ressurreição e subida ao céu.

No Monte das Oliveiras ele nos deixou o mandamento: ‘Ide por todo o mundo e anunciai o Evangelho’. A caminhada que começou em Nazaré, onde o Verbo colocou sua tenda entre nós, onde o Verbo se fez carne, nós terminaremos no Monte das Oliveiras acolhendo de novo a missão que ele nos confia que não é outra se não proclamar nos quatro pontos cardeais, no mundo inteiro onde estivermos que Jesus é o Evangelho do Pai a humanidade.

Qual a mensagem que o senhor envia àqueles que estão no Brasil e nos outros continentes que não estão aqui?

No primeiro dia disse aos jovens que eles não estão sozinhos a Ordem está com todos. O ministro está com todos particularmente com duas classes de frades: os jovens e os idosos, eu me sinto perto de todos eles, mas o que está acima de tudo é que nenhum está sozinho porque Jesus está com eles, Deus está com eles  e se ele está com nós ninguém está contra nós.

Eu convido os jovens do Brasil e do mundo inteiro a ter confiança e  a terem sempre presente a pergunta de Jesus a Pedro: ‘Me amas?` e o que ele lhe disse também: ‘Segue-me’, contando com as nossas fraquezas e traições. O importante é que Jesus renova sua confiança em nós todos os dias e nos diz: ‘Segue-me”.

Conforme disse o ministro geral, Pe José Rodríguez Carballo, OFM, com a chegada dos Frades ao Monte Tabor, Cardeal Martini presidiu a Lectio Divina,  e após um dia inteiro de retiro encerraram o quarto dia do “Capítulo dasa Esteiras” com a celebração da Santa Missa.

FOTOS: Veja mais como foi o dia

VIDEO: Confira a cobertura feita pela TV

Leandro César

Com. Canção Nova – Terra Santa