Você é coroinha? Sabia que dia 21 de maio comemoramos o Beato Adílio Da Ronch, coroinha brasileiro, mártir?Você sabia? Conhece sua história?
Um Coroinha brasileiro no Céu!
Era um gaúchinho, da diocese de Frederico Westphalen, no Estado do Rio Grande do Sul.
Sua família era de imigrantes, seu pai veio da Itália, de Gênova, para o Rio Grande do sul. Mas Adílio nasceu no Brasil, no município de Cachoeira do Sul, em 25 de outubro de 1908.
Adílio vivia com os pais em Nonoai. A sua família, os Daronch, eram muito católicos e ajudavam muito o Padre espanhol Manuel Gomes Gonzales, na liturgia da Missas e outras cerimônias religiosas, sempre que ele passava pelo lugarejo. O Padre Manuel era, com frequência, hóspede da família Daronch e lá muitas vezes fazias suas refeições. Todos na região gostavam do Padre Manoel, foi ele quem criou a escolinha, onde as crianças, inclusive Adílio, estudavam.
O Padre Manoel, organizou um grupo de coroinhas para ajudá-lo no trabalho pastoral. Adílio foi um desses adolescentes. Depois de sua Primeira Comunhão, começou a auxiliar no serviço do altar e o acompanhar pelo interior, levando os sacramentos para os doentes. Ia troteando em seu burrinho, pelas estradinhas de terra ao lado do bom sacerdote.
Padre Manuel estava visitando as comunidades do interior, incluindo o do índios Kaingang. Os dois março 1924 ele e Adílio partiram para a Alto Uruguai para a Páscoa dos militares, no contexto de uma visita pastoral à paróquia longo da Palmeira. E, depois, foram para a colônia de Três Passos para ajudar os colonos de origem alemã. Iam montados nos burros, pelo meio da mata ou estradinhas difíceis.
Quando chegaram na localidade de Feijão Miúdo, no atual município de Três Passos, o padre Manuel e seu coroinha Adílio, foram esperados por bandidos armados de tocaia, escondidos na mata. Esses bandidos não queriam saber de um padre ensinando a religião.
Pra entender, naquela época, pelo mundo, muitos padres e religiosos foram perseguidos por sistemas ateus, como socialistas, fascistas e outros “istas” que andavam aparecendo. No México, por exemplo, as igrejas foram fechadas e os padres considerados fora da lei e condenados a morte. Na época, no Rio Grande do Sul onde morava Adílio, existiam os “anarquistas” que eram socialistas e espalhavam revolta entre os operários. Em 1923 houve uma revolução entre os “Chimangos”, que eram os republicanos que estavam no poder, e os “Maragatos”, que eram os opositores do governo. Esse clima de revolução fazia com que as pessoas andassem armadas, com medo. Ninguém sabia quando ia ter seus cavalos roubados, viajar era arriscado, nem todos respeitavam e amavam os sacerdotes, mas o Padre Manuel e seu coroinha colocavam o amor pela comunidade acima do medo.
Os bandidos atacaram o Padre Manuel e o seu coroinha. Os dois foram arrastados para dentro da mata e amarrados em duas árvores, depois atacados com pauladas e tiros.
Era dia 21 de maio de 1924, Adílio tinha 15 anos. Aconteceu com eles, parecido com o que aconteceu com São Tarcísio.
Parece uma coisa horrível de se contar, não é mesmo? Também acho. Ainda bem que, para nós, cristãos, esse não é o fim da história. Por dois motivos: primeiro porque Jesus nos ensinou que existe um Céu e também, porque Ele disse que não há maior amor que dar a vida por seus amigos. Por isso, quando alguém morre assim, dando a vida por Jesus e os irmãos, nós os chamamos “mártires” e acreditamos que os mártires vão direto para o Céu, nem passam pelo purgatório. Logo, temos o nosso próprio mártir brasileiro coroinha no Céu: o gaúchinho Adílio.
Ambos, Padre e coroinha, foram beatificados em 2007 pelo Papa Bento XVI em uma cerimônia presidida pelo Cardeal José Saraiva Martins, na cidade de Frederico Westphale no Rio Grande do Sul.
Fonte: http://ricerca.gelocal.it/corrierealpi/archivio/corrierealpi/2007/04/10/AT3PO_AT301.html