Ó Maria, concebida sem pecado original,
rogai por nós que recorremos a vós!
Por Adelita Maria Rozetti Frulane
Pra você ver a quanto tempo a Igreja andou estudando sobre a Imaculada Concepção de Maria, o Ofício da Imaculada foi escrito, na Itália, no século XV. No ano de 1476, a festa da Imaculada Conceição foi incluída no Calendário Romano. No século seguinte, em 1570, o Papa Pio V publicou o Novo Ofício e, em 1708, o Papa Clemente XI estendeu a festa a toda a Igreja. O Concílio de Trento, em 17 de junho de 1546, confessou sobre a Virgem Maria: “Foi ela que, primeiro e de uma forma única, se beneficiou da vitória sobre o pecado conquistada por Cristo: ela foi preservada de toda mancha do pecado original e durante toda a vida terrestre, por uma graça especial de Deus, não cometeu nenhuma espécie de pecado” .
Deus para entender o que quer dizer “Imaculada Conceição”?
Na Palavra de Deus, o anjo Gabriel, no momento da Anunciação, saúda Maria assim: Salve, cheia de graça.” Isso significa que nela não existia nenhuma mancha da desgraça do pecado. E como isso foi possível, já que pelo pecado de Adão e Eva todos ficamos marcados pelo pecado? Ué, para Deus tudo é possível. O negócio é que para gerar o filho de Deus, Ele escolheu Maria e deu a ela a graça de ser livre do pecado, desde a sua concepção (quer dizer, desde quando passou a existir, menor que um grãozinho de arroz, lá na barriga de Santa Ana, entendeu?!) Por isso “Imaculada Conceição”. E é por isso que o inimigo de Deus, o demônio, tem uma raiva medonha e muito medo de Maria, porque ele nunca teve poder nenhum sobre ela. Fora Jesus, que é Deus, Maria é a única entre nós homens que recebeu essa graça especialíssima. O nosso Catecismo da Igreja Católica ensina: “Para vir a ser Mãe do Salvador, Maria foi adornada por Deus com dons dignos de uma tão grande missão.” (137)
Santa Catarina Labouré, e a Imaculada Conceição
No dia 27 de novembro de 1830, Nossa Senhora apareceu a Santa Catarina Labouré, na Capela das filhas da Caridade de São Vicente de Paulo, em Paris. Nesta aparição, Maria pediu a Catarina que mandasse fazer e propagar a devoção à “Medalha Milagrosa”, precisamente com a inscrição: “Ó Maria concebida sem pecado, rogai por nós que recorremos a vós”.
Enfim, o Dogma
Finalmente, no dia 8 de Dezembro de 1854, o Papa Pio IX proclamou o Dogma da Imaculada Conceição de Maria. Ele disse: “A beatíssima Virgem Maria foi preservada de toda a mancha do pecado original desde o primeiro instante da sua concepção, por singular graça de privilégio de Deus.”
Após proclamar o dogma da Imaculada Conceição de Maria, o Papa Pio IX testemunhou:
“Quando comecei a publicar o decreto dogmático, senti a minha voz impotente para se fazer ouvir pela imensa multidão (50 mil pessoas) que se apinhava na Basílica Vaticana. Mas, quando cheguei à fórmula da definição, Deus deu à voz do seu Vigário tal força e tal vigor sobrenatural, que a fez ressoar em toda a Basílica. E eu fiquei tão impressionado por tal socorro divino que fui obrigado a suspender, por um instante, a palavra para dar livre desafogo às minhas lágrimas. Além disso, enquanto Deus proclamava o dogma pela boca do seu Vigário, Ele mesmo deu ao meu espírito um conhecimento tão claro e tão grande da incomparável pureza da Santíssima Virgem que, abismado na profundidade desse conhecimento, que linguagem alguma poderia descrever, a minha alma ficou inundada de delícias inenarráveis, delícias que não são terrenas e que se não poderiam experimentar senão no Céu. Nenhuma prosperidade, nenhuma alegria deste mundo poderia dar a menor ideia daquelas delícias. E não temo em afirmar que o Vigário de Cristo precisou de uma graça especial para não morrer de doçura, sob a impressão de tal conhecimento e de tal sentimento de beleza incomparável de Maria Imaculada. Tu, minha caríssima filha [dirige-se o Papa à freira-superiora], foste felicíssima no dia da tua primeira comunhão e mais ainda no dia da tua profissão religiosa. Eu mesmo conheci o que significa ser feliz no dia da ordenação sacerdotal. Ora bem, reúne todas essas felicidades, com outras ainda, multiplica-as sem medida para fazer todas juntas uma só felicidade, e tu terás, assim, uma pequena ideia do que provou o Papa no dia 8 de Dezembro de 1854.”
(Domenico Bertetto, Il Papa dell’Immacolata, Pio IX. (Civiltà 1972), pp. 63 a 65
Um Dogma significa “uma verdade de fé”, quando um papa proclama um dogma, significa que a Igreja Católica acredita nele e ponto final. Porque, uma vez proclamado um dogma, podem passar centenas de anos, outro Papa não pode desdize-lo. É por isso que, para proclamar um dogma, a Igreja leva anos: os teólogos estudam muito a Palavra de Deus, os escritos dos santos e doutores da Igreja, só proclamam depois de ter muita certeza.
Dom Bosco e o dia da Imaculada Conceição
Exatamente no dia em que o Papa proclamou o Dogma da Imaculada, em Turim, na Itália, Conceição de Maria, Dom Bosco e São Domingos Sávio fizeram muita festa… Dom Bosco convocou os meninos e, com banda de música e tudo saíram pelas ruas festejando esse lindo dogma.
Santa Bernadete e a a Imaculada Conceição
Algum tempo depois do Papa proclamar esse dogma, dia 25 de março de 1858, Nossa Senhora apareceu à santa Bernadete, em Lourdes na França. A menina perguntou o seu nome e a linda Senhora disse: “Eu sou a Imaculada Conceição”. Bernadete ficou chateada, pensou: “Que pena, pensei que fosse Nossa Senhora…” – É que Bernadete não fazia a menor ideia do significado dessas palavras, foi preciso o padre explicar à menina. Esse foi um dos muito jeitinhos do Céu confirmar, o quanto foi do agrado de Deus a aprovação desse dogma da nossa Igreja.
Notícia boa!
Sabia que o Papa Paulo VI concedeu indulgência plenária a aqueles que rezarem, com fé o Ofício da Imaculada Conceição?!