Filha de peixe, peixinha é…
São Francisco de Assis disse: “Senhor, fazai-me instrumento de Vossa Paz.” Rosa foi seguidora de São Francisco desde a infância, ela nasceu só 7 anos após sua morte, em 1233.
Seu pai, João, era jardineiro, trabalhava no Convento de Santa Maria das Rosas. Sua mãe, Catarina, trabalhavam em um mosteiro de Clarissas perto de sua casa. Eles não podiam ter filhos e decidiram pedir a intercessão de Santa Izabel e São Zacarias, pois estavam envelhecendo. Rosa foi um milagre.
Desde muito pequena, Rosa gostava muito de pensar em Jesus, quando sumia da vista de todos, onde estava a menina? A mãe já sabiam: pensando em Jesus em algum cantinho.
Aquela era uma época terrível… Frederico II já era imperador da Cicília e rei da Germânia (como chamavam a Alemanha no século XIII), mas decidiu ser também o rei dos Romanos. A Itália como a conhecemos não existia, era toda dividida por regiões, cada qual com um rei. Frederico invadiu a cidade de Viterbo, que ficava no caminho de Roma e pertencia aos Estados Pontifícios (o que hoje seria como parte do Vaticano).
Nesses dias a tia de Rosa morreu, no cemitério, na presença de muita gente, a menina gritou: Tia! A defunta ressuscitou e levantou do caixão. Foi um corre corre de gente e o povo emocionado e animado com o milagre, retomou a fé em Deus. Reagiram contra o invasor, retomaram a cidade e expulsaram o governador instalado por Frederico II.
Rosa virou uma celebridade e, para preservá-la, só saía de casa para ir a Missa. Tinha oito anos quando algumas senhoras da cidade a visitavam e foi arrebatada em um êxtase na frente delas. Disse: “O Rei Luís é vencedor e os cristãos triunfam”. Soube-se, um mês depois, que Dom Luís, Rei da França, à frente dos Cruzados, tomara Damieta no Egito, dos turcos, em uma guerra longe dali que Rosa nem sabia que existia.
Com 9 anos, ficou muito doente, a beira da morte. De repente ajoelhou-se e falou baixinho o nome de Maria, ficou ali por um longo tempo, então levantou e sorriu, estava curada. Sua mãe perguntou o que aconteceu, ela respondeu: ”A Virgem Maria me apareceu. Me disse: Levanta-se minha filha porque amanhã irás a Igreja de São João Batista, depois à de São Francisco, onde tomarás o hábito da Ordem Terceira. – Rosa também contou à mãe: ”A Virgem estava enfeitada com muitas jóias e linda como uma noiva, ela foi coroada com uma coroa de Graças e cercada por um caminho de outras jovens virgens. Nossa Senhora lhe disse:
“Ó Rosa, seu perfume é como o de um vinhedo bem alto, porque, com as outras flores virginais, desde o inicio você foi plantada. Olhe para mim, como estou enfeitada e, seguindo meu exemplo, não demore em se enfeitar assim também você.” – Rosa sentiu que eram as virtudes de Nossa Senhora, aquelas jóias e não feitas de pedras e ouro. Rosa disse a mãe: “Ela me confiou uma missão…” – É que Nossa Senhora pediu a Rosa: “Você irá, fervorosamente, avisar o próximo: os pecadores e aqueles que tem abandonado a vida da fé… Repreendei-os com força e coragem, sem nenhum medo. E se por essas coisas seu pais, ou sua família, ou estranhos a censurarem, ou por qualquer outra inconveniência e tenha que suportar dificuldades, não desista, suporte pacientemente, porque essas coisas ganham grande mérito e depois, a recompensa eterna.”
Já vestida com o hábito da ordem terceira franciscana, a pequena Rosa começou a percorrer as ruas de Viterbo com um crucifixo na mão exclamando: “Irmãos, façamos penitência e apazigüemos a cólera de Deus, pois grandes males nos esperam”. – Ela já sabia, por uma revelação Divina, que Frederico voltaria a atacar e que a cidade de Viterbo estava dividida: uns eram os “Guelfos” a favor do Papa e outros os “Gibelinos” a favor do imperador. Ao ouvir Rosa a multidão comovida, muitas vezes, interrompia a jovem missionária exclamando: “Viva a Igreja! Viva o Papa! Viva o Nosso Senhor Jesus Cristo!”. – Teve uma vez que a multidão era tão grande que não conseguiam ver Rosa, então ela começou a levitar e ficou acima de todos, pairando no ar, continuou a falar como se nada estivesse acontecendo de extraordinário.
Tempos depois, quando Rosa tinha 14 anos, Frederico II voltou a dominar Viterbo e Rosa foi presa. Ela disse ao imperador: “Quem me manda pregar é muito mais poderoso e assim prefiro morrer a desobedece-lo”. – Com medo da revolta do povo, Frederico não teve coragem de matar a menina, só mandou que expulsassem Rosa e sua família da cidade. A família de Rosa foi viver na cidade de Soriano, lá ela continuou a pregar a paz nas praças, curou cegos, transformou pães em rosas. Lá um ateu discutiu com Rosa e a obrigou a entrar numa fogueira para provar que Deus existe, Rosa saiu sem nenhum sinal de queimadura. Um outro dia caiu na frente de todos o cabelo e a barba de um homem que zombava da fé de Rosa. E o mais engraçado de tudo: após ser acusada por uma mulher de roubar uma galinha para desmoralizá-la, nasceu uma pena de galinha no rosto da acusadora. Só depois da mulher admitir que tinha mentido, a pena caiu… Essas coisas que só acontecem mesmo com santos franciscanos…. Como eu disse: filha de peixe, peixinha é!
(agora você pode clicar no desenho acima para ampliar, imprimir e colorir)
Por fim o anjo de Rosa lhe apareceu e disse que dentro de poucos dias o imperador Frederico II morreria. Assim foi que ela pode voltar para Viterbo com seus pais e toda região passou a viver em paz.
Rosa morreu aos 17 anos. Foi canonizada em 1457 pelo Papa Calisto III. Por ter sido corajosa e destemida no anúncio do Evangelho, é a santa padroeira da Juventude Franciscana e, em setembro de 1929, o Papa Pio XI a declarou padroeira da Juventude Feminina da Ação Católica Italiana. A Igreja comemora sua festa dia 6 de março.
Santa Rosa de Viterbo, rogai por nós!