Abra-se a uma mudança de vida
Uma realidade que sempre acompanha as etapas da cura é a libertação. São ações do Espírito Santo que se complementam. São como s duas faces de um mesmo serviço. Deus cura libertando e liberta curando.
:: Encontro de Cura e Liberação em Belo Horizonte (MG)
Quando uma pessoa passa por um processo de libertação, geralmente, precisa de cura interior, pois o mal foi eliminado ou a pessoa conseguiu, com a força do Alto, se desvencilhar dele, mas as consequências de todo o tempo em que esteve oprimida deixaram suas marcas. É preciso rezar pedindo que Deus feche com a luz de seu amor as feridas que ficaram. O amor, como a fogueira, quanto mais arde, mais queima para cauterizar os machucados.
Outras vezes, a coisa se dá num caminho diferente. A pessoa já está inserida em um processo de cura, há quem reze por ela, voltou-se para os sacramentos, mas percebe-se que algo não permite que ela avance em sua vida afetiva, profissional, espiritual, etc. Pode ser que a pessoa necessite que se faça por ela uma oração de libertação como parte integrante em seu caminho de cura.
Obstáculos à cura
Existem situações que se colocam como obstáculos à cura?
Claro que sim. Uma delas é a falta de conhecimento. Há pessoas que nem mesmo pedem a Deus pela própria saúde porque não sabem que o Espírito Santo estendeu pelos séculos o dom de cura de Nosso Senhor Jesus Cristo. Não se pode querer o que não se sabe que existe.
Por incrível que pareça, há pessoas que se pegaram à doença, e o maior obstáculo que enfrentam é que no fundo não querem ficar curadas. A enfermidade acabou lhes proporcionando o que antes de estarem doentes não possuíam: atenção dos parentes doentes não possuíam: atenção dos parentes e amigos, cuidados especiais, conforto, boa alimentação, conversas, manifestações de carinho, visitas, etc. Se alguém lhes pergunta algo a respeito, dizem que querem a cura: se lhes oferece oração, aceitam prontamente, mas no fim não colaboram nem admitem o próprio restabelecimento.
Outro obstáculo é a preocupação exagerada com a autoimagem. Existem alguns cristãos que acreditam que a fé no Deus que cura é supersticiosa, medieval e grosseira. Esquecem-se, porém, de que esta é a fé do Evangelho. Ficam imaginando o que seus amigos pensarão caso descubram que estão buscando auxílio em grupos de oração e recebendo visita de intercessores.
Há também aqueles que têm medo. Ouviram discursos preconceituosos sobre os dons e se deixaram contagiar por uma concepção mentirosa a respeito do carisma da cura. Têm medo de estar fazendo algo errado ou perigoso ao deixar que outros cristãos lhes ponham as mãos e peçam por sua vida.
A melhor maneira, portanto, de nos prepararmos é pedir ao Espírito Santo que nos converta mais profundamente a Jesus, que ele retire tudo o que possa ser colocar como um obstáculo entre nós e Deus (cf. Is 59, 1-2). Essa barreira pode ser um pecado grave do qual a pessoa não se arrependeu nem pediu perdão; ou ainda a obstinação em continuar numa vida de erro sem grandes vontades de mudança.
Nosso Senhor não cura por curar. Ele sempre tem em vista a salvação daquele seu filho amado e para isso quer que o homem e a mulher se convertam a fim de que termine todo e qualquer domínio diabólico sobre eles. Isso, porém, não acontecerá se a própria pessoa decide por permanecer na morte espiritual causada pelo pecado.
O pedido de cura deve ser sempre acompanhado por uma mudança de vida e por uma transformação verdadeira do coração.
Márcio Mendes
Missionário da Canção Nova
(Texto extraído do livro “O Dom da Cura”)