Sabemos que Deus tudo pode, portanto, não precisaria de uma família para vir ao mundo, poderia ser de outra forma. Mas, se assim o fez foi porque tinha um propósito maior.
É razoável pensar que o motivo principal de Jesus escolher Maria e José como seus pais era de santificar a instituição família. O fato de São José não ter participado da geração natural do menino Deus me leva a questionar: por que Cristo teve um pai terreno já que Ele tinha um Pai no Céu? Entramos na missão especialíssima que teve São José!
Deus não precisava dele, mas escolheu precisar. Num primeiro momento imaginamos que quando o Senhor quer algo de nós, Ele se apresenta com Sua grandeza e nos pede o que quer que façamos. Mas, muitas vezes, o Altíssimo se coloca como o necessitado a nossa frente. E quando nos movemos para beneficiar quem necessita de nós, Deus imprime seu ensinamento, um dom ou mesmo muda nosso coração. Assim foi a instituição família, Maria e o pequeno Jesus, na vida de São José: pessoas maiores que ele, mas que necessitavam dele.
A missão de José é imprescindível para valorizar a família, pois ele: vem para ser a imagem visível do Pai do Céu. Assim também é o papel paterno na família. Toda criança precisa ter uma boa referência feminina e masculina (ainda que não seja o pai biológico).
Em qualquer outra condição fora da família, a gravidez de Maria seria má interpretada e ela correria o risco de ser apedrejada. Ao assumi-la, José salva Nossa Senhora e Jesus ainda no ventre.
Jesus é Deus, sabedoria encarnada, não precisava de professores. Porém, assumindo a condição humana, Jesus quis ser introduzido nas dinâmicas da vida pelas características humanas de seus pais. Toda criança é reflexo de seus pais, e com Jesus não foi diferente. Não que Ele não possuísse todas as virtudes humanas – e muito mais que isso, todo bem e amor já estavam Nele -, mas o convívio e o testemunho de vida de Maria e José contribuíram para propiciar situações que traziam à tona tudo o que Ele era.
Assim como a semente tem todo potencial da planta, e pode se desenvolver sozinha se cair na natureza até tornar-se árvore, pode também estar aos cuidados do agricultor, que cuida dessa semente, depois muda, pequeno arbusto e finalmente árvore frondosa.
Maria e José foram os escolhidos para serem os jardineiros na humanidade do Mestre de Nazaré. E de José podemos citar 3 características que possui por excelência e que, com certeza, ajudaram o homem Deus. São elas:
– Justo (Mt 1, 19): A Bíblia o cita como justo, não pelo nosso senso de justiça humana, mas pelo da misericórdia. Uma bondade capaz de dar tudo de si em favor do outro. Jesus é misericordioso!
– Casto (Lc 1, 34): É a temperança que propicia todas as outras virtudes em nós. Jesus é casto!
– Trabalhador (Mt 13, 35): Tem o dinamismo próprio de quem não se detém só na intenção, mas serve o outro saindo de sua zona de conforto. Jesus era incansável (Jo 5, 17)!
Portanto, se José foi um exemplo seguido até mesmo por Nosso Senhor, como não poderia ser para nós?
São José, rogai por nós!
Sandro Arquejada
Missionário da Comunidade Canção Nova, formado em administração de empresas e autor dos livros “Maria, humana como nós”,“As Cinco Fases do Namoro” e “Terço dos homens e a grande missão masculina”, pela Editora Canção Nova.