Acabei de receber a notícia de que um jovem conhecido faleceu. E é visível a tristeza no coração de quem o conhecia, a começar dos meus irmãos, pois era uma pessoa próxima a nós. E comecei a refleti sobre a morte. Não somos educados como cidadãos do céu. Confesso que fico incomodada todas as vezes que vejo um padre na missa perguntar aos seus fiéis:
:: Próximo encontro na CN Minas
– Quem quer ir para o céu?
E todos levantam a mão. Depois ele continua:
– Quem quer morrer?
E não se ver nenhuma mão levantada.
Quero o céu, mas não quero morrer, é contraditório, pois morrer é uma condição indispensável para ir para o céu.
Confesso que quase que todos os dias antes de dormir eu faço essa oração:
” Senhor se eu for direto para o céu você pode me levar essa noite, mas Jesus preste muita atenção: só se eu for direto pro céu ta?”
Falo isso não porque mereça o céu, pelo contrário, mas porque não tem sentido viver aqui na terra se eu não tenho um motivo para morrer, se o sentido da minha vida não está na eternidade, no céu. A minha alma anseia o céu porque é lá sua morada eterna.
:: Até que ponto meus pais me influenciam?
Você pode me perguntar: como assim? Não te falta nada nesse mundo? Te respondo com toda a sinceridade do meu coração. Sim, me falta muita coisa, me falta ver o meu irmão que é alcoólatra há mais de vinte anos ser curado, liberto e salvo; me falta concretizar meu estado de vida, me casar, ser mãe, me falta realizar o sonho de ir à cidade de Ars na França onde meu santo de devoção viveu… me falta muitas coisas.
Mas porque esperar isso tudo se realizar se terei a felicidade plena no céu? Eu deixaria passar o que passa! E ficaria com a eternidade.
Assim como o matemático francês Augustin Cauchy, que ao perceber que estava prestes a morrer disse: “Amei a vida pra amar a Deus, agora amo a morte que me fará encontrá-lo”.
Posso dizer: “quero morrer para melhor viver ”
Edcleide Campos de Oliveira
Jornalista e Missionária da comunidade Canção Nova
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