Homilia Missa Sábado

Não existe nada que possa ser maior que o amor de Deus. Não existe tragédia, tristeza ou infelicidade que possa ser maior que o amor de Deus. É por causa desse amor que a cada dia temos nova esperança. Em um dia, dormimos chorando, no outro dia acordamos sorrindo. Em um dia semeamos entre lágrimas e no outro, colhemos, porque o amor de Deus é a coisa mais poderosa que existe.
A morte, as drogas, o alcoolismo não são maiores que o amor de Deus. Jesus nos convoca a viver a grandeza desse amor e sermos mais que vencedores.
Jesus ensina ao doutor da lei sobre o mandamento maior: “Amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a ti mesmo”. Ele pergunta a Jesus. Quem é o meu próximo?
A parábola do Evangelho conta que um homem que descia de Jerusalém a Jericó foi assaltado e ficou à beira da morte. Alguns homens passavam por ele e ignoravam suas dores. Um samaritano, movido de compaixão cuidou do homem, tratou de suas feridas e o levou a uma hospedaria. No dia seguinte, tirou duas moedas e deu ao hospedeiro e prometeu que o que fosse gasto a mais, seria pago na próxima ida.
O homem assaltado somos nós, e os ladrões são o nossos pecados, o inimigo de Deus, o mundo que nos seduz, e depois nos oferece a desgraça e as lágrimas. O samaritano é o próprio Jesus que nos encontra na miséria, quase mortos, e ao invés de ignorar, cuida das nossas feridas.
A maneira que Jesus lida com nossas feridas é linda. Vejo milagres acontecendo. Não me admira os milagres, mas o modo com que eles acontecem. Jesus sabe o caminho para chegar no coração de cada um. Por isso não existem curas iguais, porque Jesus cura a cada um conforme o tamanho das nossas feridas. Temos feridas das quais não gostamos nem de mencionar, porque nos trazem dor e impaciência. O Senhor vem para nos curar e o instrumento que ele usa é o azeite que é o próprio Espírito Santo. Jesus deposita em primeiro lugar azeite em nossas feridas. Em seguida, somos banhados por vinho. O vinho é o sangue de Jesus que vem para curar nossas chagas. Depois, somos levados à hospedaria, a Igreja. Através da Igreja, o homem é tratado. As moedas são duas. Uma é a Palavra de Deus e a outra é a Eucaristia. Através dessas duas moedas, somos sustentados no mistérios do Reino de Deus. O samaritano fala: “Gaste as duas moedas que na volta eu te pago”. Segundo Sto. Agostinho, o próprio Jesus promete que a volta é a segunda vinda de Jesus à Terra.
O reino de Deus é assim: Eu entro como enfermo e após algum tempo me torno enfermeiro. A graça passa por nós e nos tornamos ministros da graça. Somos enfermeiros e médicos quando crescemos na graça de Deus.
A cura é um caminho de duas vias. Deus dá o primeiro passo e nós somos curados. Após esse momento, somos convidados e entrar no serviço de Deus como enfermeiros que receberam a cura e o dom de levar a cura aos enfermos.

Padre Jorge Tadeu Hermes – Diocese de Blumenau

Homilia Sábado 06/02/2010 Canção Nova Curitiba