No ônibus

Sem pretensões
Rumo ao meu destino
Parecia que o novo
que ia se formando
eram os diferentes rostos
que contemplava naquela manhã.
Mas existia algo reservado para mim
uma beleza escondida
um jovem
no critério mundo
sem nada para oferecer
nem beleza para encantar
Mas no fundo havia beleza
ele não se percebia sendo olhado
mas eu sabia
que ela era belo.
Traços finos
mas escondido na sujeira
pela escolhas do tempo
Contemplei…
esse era o convite da Divina Providência
Mas surpresa
fiquei… que quando tirou seu boné
encontrou o espelho no ônibus
aqueles que ajuda
o motorista ver a parte traseira
Tinha ali o seu mundo de escolhas refletido
mas insistentemente
tentava arrumar o cabelo
que ficou endurecido pelo pó de uma estrada
contrariando … o para que foi feito.
Quanto mais arrumava-se
mais tinha vontade.
A ansiedade o envolvia e, me envolvia.
O que estava a olhar?
Sujeira?
Parece que sua face se evidenciava de uma clareza
quando colocava atrás da orelha os cabelos
E eu olhando rezava
A beleza que outro revela
as vezes parece escondida de mim
Quando descanso o olhar em alguém
a sujeira das escolhas podem me amedrontar
Mas é real…
Preciso ser uma arqueóloga da beleza.
Não mais precisar de espelhos
Mas um coração nos olhos!

Darlene Cristina
Comunidade Canção Nova