Terça –feira eu vi meu pai!

Fui surpreendida

Por um homem

Com traços parecidos com o do meu pai

Hoje entendo que o ônibus pra mim

É o “palco” da vida de muitas pessoas

E para quem um dia participa deste palco escolhe entrar na correria,

ou permite descansar o olhar. Eu me permiti indo ao centro de Curitiba…

Ali encontro inúmeros rostos e expressões

Que falam do desalento a alegria

Do contentamento ao descontentamento

Estando no ônibus

Olhando um senhor

Ele tinha traços do meu pai

Logo meu olhar descansou ali

Meu pai nos seus 60 anos…

O cansaço aparente

As mãos gastas do trabalho

O toque no rosto

O jeito de mexer com as mãos

Tinha momentos de tão surpreendida

Que preferia não olhar…mas era um pouco dele fora de mim…

pai-e-filho

Lidar com o sentimento

Quando a presença física

Já não esta neste tempo

Está na eternidade

Só me fez retratar que meu pai

Não está vivo fora de mim

Mas está dentro de mim

Eternizar e não ter medo de relembrar… Isso só eh possível

quando consegui contemplar no meu pai, os seus momentos na nossa vida.

Se no dia a dia tudo fosse correndo, eu não conseguiria eternizá-lo …

Porque os traços do meu pai , nunca seriam importantes pra mim..

Aprendi que uma pausa às vezes,

vai fazer manter vivo

uma presença que não ocupa este tempo

Mas que dá alegria relembrar…

Porque ele era o meu Pai

Darlene Cristina
Comunidade Canção Nova