“Tarde te amei, ó beleza tão antiga e tão nova, tarde te amei! Eis que estavas dentro e eu fora. Estavas comigo e não eu contigo. Exalaste perfume e respirei. Agora anelo por ti. Provei-te, e tenho fome e sede. Tocaste-me e ardi por tua paz.”(Santo Agostinho)

Quando temos nosso encontro pessoal com Deus, fazemos a melhor experiência que uma pessoa pode fazer na face da terra. É um toque na alma, que nenhuma pessoa ou coisa do mundo pode conceder. É o tesouro escondido que relata o Evangelho, que achamos e deixamos tudo para tê-lo.

Mas conforme damos prosseguimento a nossa caminhada, colocando nossos pés no chão, nos deparamos em nossa peregrinação com muitas lutas, cruzes e desertos. Em meios a estes desertos sentimos uma saudade em nossa alma daquele toque de Deus, daquela presença que duram segundos, mas vale por anos.

Ter saudade de Deus é certeza de uma alma que sabe onde está a razão de sua existência. Se choramos de saudade de uma pessoa querida, muito mais devemos chorar de saudade de Deus. “Exalaste perfume e respirei. Agora anelo por ti. Provei-te, e tenho fome e sede. Tocaste-me e ardi por tua paz.”

 

Certas situações nos tiram as forças a tal ponto de não querermos nem sair do quarto. Digo isto, porque já vivi esta situação. Quem não viveu isto, diz que é frescura, preguiça, “vontade de aparecer” e etc. Mas somente quem passou por isto sabe o quanto dói esta ferida interior.

Meu irmão se você está passando por isto, não tenha medo de procurar ajuda. A princípio pode ser até humilhante, mas Deus te dará força e te mostrará o caminho a buscar seja um psicólogo, psiquiatra, um tratamento de cura interior, uma direção espiritual…

O importante é reagir, não ficar vendo o mundo pela janela, mas levantar-se mesmo que fraco e sem forças, o primeiro passo você deve dar, o resto Deus fará.

Em nossa peregrinação aqui na Terra, boa parte é de deserto e aridez. Assim foi com os santos, como Santa Teresa D’Ávila que passou muitos anos em um grande deserto na alma.

Assim também é com nós. Como rezamos na Salve Rainha: “Gememos e chorando neste vale de lágrimas”. É uma caminhada dura, no qual somente pela fé alcançaremos o nosso objetivo, que é o Céu.

Mas neste deserto, Deus não nos deixa passar sede. E por vezes, encontramos um “Oásis”, no qual Deus sacia nossa sede e nos dá forças para continuar firme na nossa caminhada. Nestes encontros com o Senhor, é renovada as nossas forças e certezas. Deus sacia nossa alma com a água viva que não nos deixa morrer na secura do deserto.

Nos nossos desertos, Deus cuida de nós.

Na vida temos muitos “tsunamis” que tentam derrubar nossa fé. Por isso é preciso ter âncoras que nos mantenham firmes em nossa caminhada aqui na terra.

As âncoras de minha fé é o meu encontro pessoal com Jesus e o meu batismo no Espírito.

Estas são marcas vivas da presença de Deus em minha vida. Assim, quando me vem os “tsunamis” da vida e não consigo enxergar Deus. Tenho em meu coração estas âncoras, na qual me mantêm firme. Mesmo que às vezes fique abalado, as ondas não me levam.