Posso fazer inseminação artificial?

 

Inseminação artificial pode?

Alguns casais que não conseguem engravidar perguntam o que a igreja diz sobre a inseminação artificial. Ela não aceita essa maneira de engravidar porque entende que não é da vontade de Deus. O catecismo da igreja ensina que: “ As técnicas que provocam um dissociação do parentesco, pela intervenção de um pessoa estranha ao casal (doação de esperma ou de óvulo, empréstimo de útero), são gravemente desonestas. Estas técnicas (inseminação e fecundação artificiais heterólogas) lesam o direito da criança de nascer de um pai e uma mãe conhecidos dela e ligados entre si pelo casamento. Elas trazem “ o direito exclusivo de se tornar pai e mãe somente um através do outro”. No parágrafo 237, a Igreja explica que mesmo a inseminação e fecundação artificiais homólogas ( entre um casal unido pelo matrimônio) “ continuam moralmente inaceitáveis” porque separam o ato sexual do ato procriador. A igreja entende que “ o ato fundante da existência dos filhos já não é um ato pelo qual duas pessoas se doam um a a outra, ma um ato que “ remete a vida e a identidade do embrião para o poder dos médicos e biólogos, e instaura um domínio da técnica sobre a origem e a destinação da pessoa humana. Tal relação de dominação é por contrária a dignidade e a igualdade que devem ser comuns aos pais e aos filhos.” A igreja entende que “ a procriação é moralmente provada de sua perfeição própria quando não é querida como o fruto do ato conjugal, isto é, do gesto específico da união dos esposos.”

Enfim, a doutrina católica entende que a inseminação artificial desrespeita “ a dignidade da pessoa.” ( Congregação da Fé, DV,II,4). O ato sexual do casal tem duas dimensões: unitiva e procriativa e não deve haver separação entre elas; isto é, não deve haver sexo sem abertura para a vida, mas também não deve a vida ser gerada sem o ato sexual.

Então, o que a Igreja recomenda ao casal neste caso? Ela lembra que o filho “não é algo devido, mas um dom” e que não há um “ pretenso direito ao filho”. Os esposos que, depois de terem esgotado os recursos legítimos da medicina, sofrerem de infertilidade unir-se-ão à cruz do Senhor, fonte de toda fecundidade espiritual. Podem mostrar sua generosidade adotando crianças desamparadas ou prestando relevantes serviços em favor do próximo.”

Portanto, o casal deve procurar os recursos legítimos da medicina e optar pela adoção se não conseguir resolver o problema da infertilidade. A Igreja sabe que é uma cruz para o casal, mas é a cruz que nos salva”.

 

Autor: Prof. Felipe Aquino

Revista Canção Nova – julho de 2011 / nº 127

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