Educação dos filhos superar momentos de frustração

Quando a frustração com os filhos chega.

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Na infância, costumava brincar com amigos em um riacho de águas cristalinas. Recordo-me bem de nossa alegria em juntar “girinos” na palma das mãos. O brilho do sol, o barulho da cachoeira, as largas gargalhadas, mergulhos e brincadeiras, o som de passarinhos e da própria correnteza, lembranças que se eternizaram na memória. A vida se entrelaçava por todo ambiente, sem que déssemos conta do incalculável valor dos eternos instantes. Assim, encontravamo-nos em unidade com a natureza e com nosso interior, o que era melhor que a própria brincadeira.

Recentemente, já com a família constituída, eu e minha esposa levamos os três filhos a um restaurante do tipo “pesque e pague”. Ocorre que, naquele dia, a pescaria vinha sendo um completo fracasso. Após o almoço, já com ar de descontentamento, sob um escaldante calor, percebi que nas margens do lago encontravam-se centenas de girinos. As lembranças dos momentos da infância despertaram imediatamente, e resolvi capturar os girinos com o copo plástico de cafezinho que estava à mão, recipiente suficiente para servir de aquário para as minúsculas criaturas. Os filhos ficaram curiosos e entusiasmados com a troca da atividade. No intuito de capturar os girinos, me debruçava sob às margens do lago com o entusiasmo e a alegria de quem tivera encontrado ouro, pois percebi que transformaria o ambiente daquela tarde, pescando somente o que era essencial, a alegria já estampada no semblante dos filhos. Os girinos iriam salvar a frustração da pescaria. A minha filha caçulinha de 6 anos correu em direção a mãe gritando: – mãe, mãe, escuta só, papai pegou vários “TANGERINOS”. Outras crianças largaram as suas varas de pesca, adentrando o restaurante a procura de copos de cafezinho, pois a estas alturas era o instrumento utilizado mais sofisticado que tínhamos a mão. E não bastava ter apenas um girino em cada copo. A criançada queria de três para cima. Acabei me especializando na captura e me tornando um instrutor de caça de girinos. Ao final, no momento de irmos embora, a mãe estava preocupada com o deslocamento dos girinos dentro do carro, uma vez que as crianças intencionavam levar os girinos para fazer companhia ao peixe “beta’ que mora solitário no aquário em nossa casa, chamado carinhosamente pelas crianças de “zoiudo”.

Ao final, a mãe venceu e as crianças se encaminharam em direção ao lago, a fim de devolver os girinos ao seu ambiente natural. Atento a cada instante, pude perceber que algumas crianças não faziam questão de saber se permaneceriam vivos ou não, desejando inclusive jogá-los de uma certa altura, inventando um novo esporte, “lançamento de girinos à distância”. Resolvi orientá-los para que os devolvessem de forma que permanecessem vivos, e que seria uma boa experiência vê-los novamente livres no lago. Percebo que nestes ligeiros instantes de presença, observam a conduta do pai ou do responsável, aprendendo noções essenciais à vida adulta.

Transformar as nossas frustrações em momentos de crescimento ou nos afundamos no lago da tristeza e do derrotismo? Como pais e orientadores que devemos ser, demonstramos firmemente como superamos obstáculos, decepções e fracassos, deixando-nos guiar pela esperança e pelaem um Deus que tudo pode transformar.

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