Dr. Jéròme Lejeune e a Pílula do Dia Seguinte

 

 

Os aspectos antiéticos e antimedicinais da pílula do dia seguinte (RU 486) foram claramente expostos pelo Prof. Dr. Jéròme Lejeune, geneticista de fama mundial; membro da Pontifícia Academia de Ciências e descobridor da trisomia 21 (Síndrome de Down, causa do mongolismo).  O Dr. Léjèune foi um dos primeiros cientistas a chamar a atenção do mundo para o perigo da “pílula do dia seguinte”, valendo-se, entre outras coisas, de um princípio de Hipócrates (377 a.C.), tido como o pai da medicina: “Não darei veneno a quem quer que seja, mesmo que mo peça; nem aconselharei o uso de veneno, como também não darei abortivos a uma mulher”.  Foi entrevistado pela repórter  Renata Maderna, de Framiglia Cristiana, e 22/11/1989, nos seguintes termos: 

Renata M.: “Professor Lejeune, o Sr. sabe que na França, como também na Itália, há uma lei do Estado que permite a interrupção da gravidez”. 

Lejeune: “Cristo, eu o sei, mas aqui trata-se de outros aspectos da questão.  Eu sou contrário a qualquer modalidade de aborto.  Há anos que pelejo, com os meus colegas, para que se compreenda que se trata de matar um ser humano.  Deixamos porém de lado, por um momento, este tipo de discurso e falamos da pílula RU 486, que, como se diz, “é apenas um método menos espalhafatoso de abortar”.  Isto não é verdade.  Faz-se necessário chamar a atenção das pessoas para essa falsa asserção.  Se a RU 486 for difundida na Itália, não haverá mais controle ou colóquios ou reflexões antes de abortar, como os prevê a lei, mas apenas se terá um veneno fácil de se tomar. Os casos de interrupção da gravidez se multiplicarão como se se tratasse de beber um copo dágua”. 

R.M.: “Mas os que são favoráveis ao uso da RU 486 afirmam que precisamente o valor da mesma está no modo simples de ser aplicada”. 

L.: “Também isto aparecerá como falsa asserção quando se evidenciar a solidão a que serão entregues as mulheres.  Bastará um momento da fraqueza, de modo, de dor, para que pratiquem uma ação da qual se arrependerão no futuro”. 

R.M.: “Todavia a pílula abortiva só deveria ser ingerida sob controle dos médicos”. 

L.: “Você disse “deveria”, e fez bem ao usar o condicional, porque sabemos perfeitamente que não será assim.  Não tendes na Itália, como em todos os países, e difusão ilegal de drogas, de produtos químicos nocivos?  Na França já existe um mercado negro de RU 486, e o mesmo ocorrerá em todos os países nos quais esta pílula foi difundida, com tremendos perigos para aquelas mulheres que ingerirem após o terceiro mês (limite de tempo prescrito);  Atrás do produto RU 486 há enormes interesses espúrios.  Não é por acaso que os mercados que mais interessam a Roussel Uclaf são os do Terceiro Mundo.  A China também vem a ser um dos seus termos da mira”. R.M.:  “Outro motivo evocado para a legalização desse fármaco é que poderia servir também à cura de doenças até agora incuráveis”. 

L.:  “Não é verdade. Não é verdade, e faz-se necessário dizê-lo com voz forte.  Num recente número da abalizada revista norte americana Science, foi publicado um amplo estudo sobre a pílula abortiva, no qual o aspecto terapêutico era amplamente debatido.  Nenhum dos estudiosos, porém, pôde provar coisa alguma em favor da pílula.  Esta é simplesmente um veneno.  É preciso que o público o saiba”. 

R.M. : “Professor Lejeune, mais uma vez os católicos foram acusados de não pensar no drama das mulheres”. 

L.: “Deixamos de lado as acusações.  Sabemos que estamos pensando naquela mulher que volta do hospital para casa com a pílula na bolsa.  Olha para a pílula.  Disseram-lhe que deve engoli-la a esperar que o seu filho morra.  Talvez tenha a seu lado um homem que a incite a ingerir o produto, ou que poderia dissolver a pastilha num copo de água, sem que a própria mulher o saiba.  Não precisamos de nos preocupar com aquilo que os outros dizem a nosso respeito.  Sabemos que estamos pensando na mulher”. 

 

As informações deste artigo foram extraídas da revista Famiglia Cristiana, ano LIX, nº 46, 22/11/1989, pp. 36-40, publicada na revista “Pergunte e Responderemos”, Nº 355 – Ano : 1990 – pág. 177 

 

 

 


Professor Felipe Aquino é viuvo, pai de cinco filhos. Na TV Canção Nova, apresenta o programa “Escola da Fé” e “Pergunte e Responderemos”, na Rádio apresenta o programa “No Coração da Igreja”. Nos finais de semana prega encontros de aprofundamento em todo o Brasil e no exterior. Escreveu 73 livros de formação católica pelas editoras Cléofas, Loyola e Canção Nova. Página do professor: www.cleofas.com.br Twitter: @pfelipeaquino