Deus, a evidência

 

O Dr. Patrick Glynn, Ph.D., formado em Harvard (EUA) e Cambridge (Inglaterra), é Diretor Associado e Acadêmico residente da George Washington University Institute for Communitarian Policy em Washington D. C.. Estudou Literatura, Filosofia e História em Harvard e Cambridge. Escreveu o livro “Deus. A evidência. A Reconciliação entre a Fé e a Razão no mundo atual” (Ed. Madras, SP, 190pp. , 1999).Neste livro ele apresenta as quatro razões que o levaram a passar do ateísmo para a fé:1 – os físicos descobrem uma ordem inexplicável no universo;2 – os médicos relatam o poder de cura da oração;3 – as experiências no limiar da morte mostram aos psicólogos que a fé estimula a saúde mental;4 – os sociólogos reconhecem as conseqüências deletérias de uma sociedade desprovida de valores espirituais. O primeiro argumento, o Dr. Patrick chama de  “Um universo nem tão aleatório”, e se junta aos físicos que afirmam o “principio antrópico”, segundo o qual “as inúmeras leis da Física foram orquestradas ordenadamente desde o início do universo até o aparecimento do homem; o universo que habitamos aparenta ser explicitamente planejado para o surgimento dos seres humanos” (p. 29).Brandon Carter e outros cientistas descobriram uma série de misteriosas “coincidências” no universo, cujo único denominador comum era preparar o aparecimento do homem. A mínima alteração das forças fundamentais da Física – gravidade, eletromagnetismo, a sólida energia nuclear ou a fraca energia nuclear – teria como resultado um universo irreconhecível: universo formado de hélio, sem prótons ou átomos, sem estrelas, universo que desmoronaria sobre si mesmo antes dos primeiros momentos de sua existência. Se fossem modificadas as proporções exatas das massas das partículas subatômicas, umas em relação às outras, haveria efeitos semelhantes. A base da vida, “carbono e água, depende de uma fina sintonia extraordinária em nível subatômico, coincidências estranhas nos valores, para as quais os físicos não possuem explicação” (p. 334).     Patrick Glynn apresenta alguns exemplos dessa fina sintonia sem a qual não haveria o universo:“A gravidade é cerca de 1039 vezes mais fraca que a força eletromagnética. Se a gravidade fosse 1033 vezes mais fraca, as estrelas teriam um bilhão de vezes menos massa e queimariam um milhão de vezes mais rápido.  A fraca energia nuclear tem 1028 vezes a força da gravidade. Se a fraca energia nuclear fosse levemente mais fraca, todo o hidrogênio no universo se teria transformado em hélio (impossibilitando a existência de água, por exemplo).Uma forte energia nuclear (de 2%) teria impedido a formação dos prótons, produzindo um universo sem átomos. Decrescendo seu valor em 5%, teríamos um universo sem estrelas.Se a diferença em massa entre um próton e um nêutron não fosse exatamente a que é – cerca de duas vezes a massa de um elétron – então todos os nêutrons se transformariam em prótons e vice-versa.  E diríamos “adeus” à química como a conhecemos – e à vida.A natureza propriamente dita da água – tão vital para a vida – é algo misterioso… A água, única entre as moléculas, é mais leve em estado sólido que em estado líquido: o gelo flutua. Se isso não acontecesse, os oceanos congelariam de baixo para cima e a Terra, agora, estaria coberta de gelo sólido.  Por sua vez, essa propriedade pode ser atribuída à propriedades exclusivas do átomo de hidrogênio.A síntese do carbono – o núcleo vital de todas as moléculas orgânicas – em uma escala de importância, envolve aquilo que os cientistas denominam uma “estarrecedora” coincidência na proporção da energia forte (strong force) para o eletromagnetismo.  Essa proporção permite ao Carbono 12 atingir um estado estimulado de exatidão da ordem de 7,65 MeV na temperatura típica do centro das estrelas, o que cria uma ressonância que envolve o Hélio 4, o Berilo 8 e o Carbono 12, possibilitando a ligação necessária que ocorre durante uma janela diminuta de oportunidade, que dura 10-17   segundos” (p. 35).Comenta Patrick Glynn :“A profundidade do mistério envolvido aqui foi apresentada da melhor maneira pelo astrônomo Fred Hoyle, um antigo propositor da teoria do estado estático:Tudo o que vemos no universo de observações e fatos, em oposição ao estado mental dos esquemas e suposições, permanece inexplicado. E mesmo em seu supostamente primeiro segundo, o universo em si não é casual.  Isso que dizer que o universo precisa saber com antecedência o que irá acontecer antes de saber como iniciar a si próprio.  Porque, de acordo com a Teoria do Big-Bang, por exemplo, em um período de 10-43 segundos o universo precisa saber quantos tipos de neutrino irão existir no período de 1 segundo.  Isso funciona de modo a iniciar a expansão na taxa exata para adequar-se ao número final de tipos de neutrino”.O conceito de Hoyle sobre a necessidade do universo em “saber com antecedência” resultados que viriam posteriormente, captou a profundidade do mistério.  A sintonia fina de valores e proporções aparentemente heterogêneos, necessários para ir do Big-Bang à vida conforme a conhecemos, envolve uma coordenação intrincada sobre amplas diferenças na escala – desde o nível intergaláctico ao subatômico -, e através de sistemas de tempo de vários bilhões de anos” (p. 36).Tudo isto aponta para Deus.  O livro de Patrick Glynn mostra que a religião não é algo  acidental, ou fruto da fantasia ou do medo humano, mas é um fator  integrante da personalidade. O primeiro argumento do autor confirma, em termos de ciência moderna, a Quinta via de S. Tomás de Aquino, para provar a existência de Deus: a ordem existente no universo.  Os demais argumentos reforçam o argumento humano, baseado nas aspirações do psiquismo humano. Michael Novak, na apresentação do livro de Glynn afirma: “Por 150 anos, os cientistas mantiveram-se presos ao estreito paradigma ateístico, mas em quatro áreas significativas tal paradigma está-se partindo como gelo na primavera”. A meta é o homem 

         Os cientistas começam a ver com clareza que todo o desenvolvimento do universo, desde o Big Bang, tem como meta o homem – criado a imagem e semelhança de Deus. Nada o supera no universo material conhecido. Podemos dizer que somos campeões por natureza, como disse Daniel Godri.         O espermatozóide que gerou você “concorreu” com 360 milhões de outros, chegando em primeiro lugar ao óvulo. Cada um de nós foi uma simples célula, mas hoje temos 60 trilhões delas, mais do que as estrelas do céu. Nosso corpo tem 200 ossos, 560 músculos, mais de 8 quilômetros de fibras nervosas, 4  milhões de estruturas sensíveis ao tato; nosso sangue percorre 270.000 km/dia, percorrendo mais de 70 mil veias, artérias e vasos capilares, para que a vida aconteça.          Os nossos pulmões mandam 23.160.000 litros de sangue para o corpo, durante o ano. O coração em um único dia bate mais de 103.000 vezes, cerca de 36 milhões de batida por ano. Nossos olhos possuem mais de 100 milhões de receptores que nos dão a possibilidade de discernir as cores, o dia da noite, e contemplar as belezas da natureza. Nossa pele se renova sem cessar a cada micro de segundo, sem alterar a sua forma. Nossos ouvidos possuem 24 mil fibras que vibram a cada som, cada palavra. Nosso cérebro tem mais de 10.000 km de fios e cabos; 13 bilhões de células nervosas e pode processar até 30 bilhões de “bits” por segundo (um computador inimaginável!). Nosso sistema nervoso contém cerca de 28 bilhões de neurônios, sendo cada um minúsculo computador auto-suficiente capaz de processar 1megabit (1 milhão de bits).          Será que o acaso poderia fabricar tudo isto?          É lógico que não. Então, Deus existe!          ‘E se Ele existe, você não pode ficar indiferente a Ele.  A felicidade é impossível sem o descobrir e o obedecer. (Daniel Godri, “Sou alguém muito especial”, Ed. Eko, Blumenau, SC).   Do livro CIENCIA E FÉ EM HARMONIAProf. Felipe Aquino Editora Cléofas. www.cleofas.com.brTel 12. 3152-6566 – Lorena – SP 


Professor Felipe Aquino é viuvo, pai de cinco filhos. Na TV Canção Nova, apresenta o programa “Escola da Fé” e “Pergunte e Responderemos”, na Rádio apresenta o programa “No Coração da Igreja”. Nos finais de semana prega encontros de aprofundamento em todo o Brasil e no exterior. Escreveu 73 livros de formação católica pelas editoras Cléofas, Loyola e Canção Nova. Página do professor: www.cleofas.com.br Twitter: @pfelipeaquino