Número de abortos na Rússia é superior aos nascimentos


 A Rússia foi o primeiro país do mundo a legalizar o aborto em 1924, por iniciativa do dirigente comunista Vladimir Lenine, com a “avançada” perspectiva de «emancipação da mulher». Depois, o seu sucessor, o tirano Stalin proibiu a realização do aborto a pretexto da «proteção da saúde das mulheres soviéticas», proibição que durou até 1955, mas na realidade a proibição da IVG visava aumentar o número de nascimentos a fim de compensar os milhões de soviéticos que foram vítimas do regime comunista: pela fome, guerra, campos de concentração, assassinatos, e também por causa da II Guerra Mundial. Segundo o historiador frances Stéphane Courtois e seus cinco colaboradores, o comunismo matou cerca de 100 milhões de pessoas (O Livro Negro do Comunismo, Ed. Bertrand Brasil, 3ª ed. , 2001, 917 pgs, orellha).As autoridades soviéticas proibiram desde 1934 a publicação das estatísticas sobre o número de abortos mas as autoridades de saúde russas admitem que a União Soviética ocupava o primeiro lugar do mundo.         O número de abortos legais na Rússia ultrapassa hoje o número de nascimentos, num país com uma das mais liberais legislações sobre o aborto.Estatísticas de 2005 indicam que o número de abortos em instituições médicas legais se situou entre os 1,7 e os 1,8 milhões. No mesmo ano registaram-se entre 1,4 e 1,5 milhões de novos nascimentos. Segundo a Lei sobre a Protecção da Saúde dos Cidadãos de 22 de Julho de 1993, praticamente não existem barreiras à realização de abortos na Rússia.O aborto pode realizar-se até 12 semanas de gravidez a pedido da mãe, podendo esse prazo prolongar-se até às 22 semanas por «razões sociais», ou seja: «invalidez do marido, caso a mãe ou o pai se encontre na prisão, desemprego, divórcio durante a gravidez, falta de habitação».A lei permite ainda a Interrupção Voluntária da Gravidez (IVG) a «mulheres com estatuto de refugiada, mães solteiras ou com mais de três filhos» ou «com meios de subsistência inferiores ao mínimo previsto por lei».Esse prazo poderá ser dilatado em caso de «má formação do feto» e «violação». «Tendo em conta a facilidade com que no país se compra uma declaração das autoridades, não é difícil imaginar que basta o desejo da mulher ou do marido para que ela faça um aborto», declarou à agência Lusa uma enfermeira de um clínica de ginecologia de Moscovo.Os dados falam por si. Numa altura em que a Rússia passa por uma grave crise  demográfica (a sua população diminui, anualmente, em cerca de um milhão de habitantes), as autoridades não conseguem travar o aumento do número de abortos. Nesse ritmo a população russa tende a desaparecer.As estatísticas de 1988 indicam que o número de abortos era superior ao de nascimentos à razão de 166 abortos para cada 100 nascimentos. Em 1992 a relação aumentou (225 abortos para 100 nascimentos).
         «Em 1986 foram oficialmente realizados 7.116.000 abortos na URSS, tendo esse número subido para 7.265.000 em 1988», disse à Lusa Irina Siluanova, docente da Universidade Médica Estatal da Rússia. (Fonte: http://diariodigital.sapo.pt/news.asp?section_id=10&id_news=260380 29-01-2007, 10:42:00)Essa situação  trágica da Rússia mostra o fruto amargo que colhe um país que optou por um sistema de governo ateu, materialista, totalitário, que aboliu Deus da sociedade, com o complexo comunista de que a religião é o “ópio (droga) do povo”. Vemos ai que o ateísmo, a negação de Deus, não é algo inerte para o homem e para a sociedade, é algo extremamente perigoso. E infelizmente o nosso mundo caminha hoje muito nessa direção. Numa ideologia que não respeita a Deus, o homem acaba não sendo respeitado também, porque este é filho de Deus; e só considera esta sua alta dignidade quem ama a Deus. A Rússia comunista, bem como Cuba, sairam na frente com a adoção do aborto, agora ambas começam a pagar um alto preço que, se não for revertido, pode significar o fim da própira sociedade. Belo exemplo! 

Prof. Felipe Aquino – 01 fev 2007

 


Professor Felipe Aquino é viuvo, pai de cinco filhos. Na TV Canção Nova, apresenta o programa “Escola da Fé” e “Pergunte e Responderemos”, na Rádio apresenta o programa “No Coração da Igreja”. Nos finais de semana prega encontros de aprofundamento em todo o Brasil e no exterior. Escreveu 73 livros de formação católica pelas editoras Cléofas, Loyola e Canção Nova. Página do professor: www.cleofas.com.br Twitter: @pfelipeaquino