Briga nos EUA por um bebê que nasceu de barriga de aluguel

 

 

 

Mais um triste caso acontece nos tribunais americanos por causa da geração de uma criança fora dos meios naturais estabelecidos por Deus. Um bebê de quase dois anos de idade e que nasceu da chamada “barriga de aluguel” é objeto de uma batalha legal que cinco pessoas enfretam para ter a custódia da criança. As pessoas que estão na briga judicial são: o pai biológico que pagou 23 mil dólares pela “barriga de aluguel”, a irmã do pai, a mãe biológica, Rachel Sullivan (que recebeu o dinheiro) e o casal que cuida da criança (pais adotivos)enquanto se decide com quem se deve ficar. (LAS VEGAS, 03 Ago. 06 (ACI)A custódia da criança foi dada a Sullivan depois que o pai biológico, o canadense homossexual Arthuro Nuosci, fora detido por falsa identidade e fraude postal e bancária. Embora agora esteja preso na Califórnia, Nuosci quer que sua irmã, Dolores Rizzi, no Canadá brigue pela custódia do menino e cuide dele até que seja solto no próximo ano. De igual modo, Sullivan apelando de uma decisão judicial anterior, em que outorgavam a custódia legal do menino a um casal de Salt Lake City. Apesar de eles desejarem adotá-lo, não tiveram o direito concedido porque o juiz Bruce Lubeck do Terceiro Distrito de Salt Lake City decidiu que não havia base legal para negar aos pais naturais seus direitos como tais. A Corte de Apelações de Utah decidiu que o caso não será suspenso por um mês, até 5 de setembro e não serão eles os encarregados de sentenciar, mas sim a Suprema Corte do Estado de Utah.Esta é mais uma confusão gerada pela fecundação artificial e pelo chamado “útero de aluguel”. Quem acaba sofrendo as conseqüências piores é evidentemente a criança, a vítima inocente que acaba ficando sem os pais verdadeiros e sem a família. É por isso também, além de outras razões doutrinárias, que a Igreja não aceita que a vida seja gerada sem que seja pelo exclusivo ato de amor sexual dos pais da criança, unidos pelo matrimônio. Se isso fosse observado todas essas confusões e complicações que têm surgido, seriam evitadas. Na Inglaterra houve há meses, um caso triste: uma enfermeira trocou os embriões de duas mães que iam fazer uma inseminação artificial para engravidar; uma negra e outra loira, e acabou que a mulher loira teve uma criança negra e a mulher negra teve uma criança loira. A briga também foi para a justiça para se definir quem era  mãe de quem. Ora, não se pode brincar com a vida e com os ser humano deste jeito. A família é fundamental para cada pessoa se desenvolver bem, e fazer a experiência do amor, sem o que ninguém é feliz.          A Igreja não aceita qualquer manipulação dos embriões humanos. O Catecismo da Igreja ensina que: “Certas tentativas de intervenção sobre o patrimônio cromossômico ou genético não são terapêuticas mas tendem à produção de seres humanos selecionados segundo o sexo e outras qualidades preestabelecidas. Essas manipulações são contrárias à dignidade pessoal do ser humano, à sua integridade e à sua identidade” única, não reiterável. (CDF, const. Donum vitae,1,6) (Cat. §2275)Sobre a inseminação artificial, a Igreja também não a aceita: “As técnicas que provocam uma dissociação do parentesco, pela intervenção de uma pessoa estranha ao casal (doação de esperma ou de óvulo, empréstimo de útero), são gravemente desonestas. Estas técnicas (inseminação e fecundação artificiais heterólogas) lesam o direito da criança de nascer de um pai e uma mãe conhecidos dela e ligados entre si pelo casamento. Elas traem “o direito exclusivo de se tornar pai e mãe somente um através do outro” (CDF, instr. DV, 2,1).         “Praticadas entre o casal, essas técnicas (inseminação e fecundação artificiais homólogas) são talvez menos claras a um juízo imediato, mas continuam moralmente inaceitáveis. Dissociam o ato sexual do ato procriador. O ato fundante da existência dos filhos já não é um ato pelo qual duas pessoas se doam uma à outra, mas um ato que “remete a vida e a identidade do embrião para o poder dos médicos e biólogos, e instaura um domínio da técnica sobre a origem e a destinação da pessoa humana. Uma tal relação de dominação é por si contrária à dignidade e à igualdade que devem ser comuns aos pais e aos filhos” (CDF, instr. DV, II,741,5).          “A procriação é moralmente privada de sua perfeição própria quando não é querida como o fruto do ato conjugal, isto é, do gesto específico da união dos esposos… Somente o respeito ao vínculo que existe entre os significados do ato conjugal e o respeito pela unidade do ser humano permite uma procriação de acordo com a dignidade da pessoa”. (CDF, instr. DV, II,4). (Cat. §2376/7)         Aos casais que não podem ter um filho por razões de esterilidade, a Igreja recomenda a adoção:          “O Evangelho mostra que a esterilidade física não é um mal absoluto. Os esposos que, depois de terem esgotado os recursos legítimos da medicina, sofrerem de infertilidade, unir-se-ão à Cruz do Senhor, fonte de toda fecundidade espiritual. Podem mostrar a sua generosidade adotando crianças desamparadas ou prestando relevantes serviços em favor do próximo” (Cat. §2379). O filho do coração não é menor que o filho da carne.          O Papa Paulo VI dizia que “a Igreja é doutora em humanidade”, mais uma vez estamos vendo que quando os ensinamentos da Igreja sobre a pessoa humana são desrespeitados, a humanidade sofre.  

Prof. Felipe Aquino  


Professor Felipe Aquino é viuvo, pai de cinco filhos. Na TV Canção Nova, apresenta o programa “Escola da Fé” e “Pergunte e Responderemos”, na Rádio apresenta o programa “No Coração da Igreja”. Nos finais de semana prega encontros de aprofundamento em todo o Brasil e no exterior. Escreveu 73 livros de formação católica pelas editoras Cléofas, Loyola e Canção Nova. Página do professor: www.cleofas.com.br Twitter: @pfelipeaquino