Igreja promove autêntico desenvolvimento científico, afirma diretor do Observatório Vaticano – 22/03/2007 | ||
Faltam quase dois anos, mas a comunidade científica já está se preparando para o grande evento de 2009: o Ano da Astronomia. Entre os cientistas que aguardam este evento com particular expectativa estão os padres jesuítas do Observatório Vaticano – o histórico observatório astronômico diretamente dependente da Santa Sé. Uma história de pesquisa científica que nasce oficialmente com Leão XIII, como nos recorda o diretor do Observatório Vaticano, Pe. José Gabriel Funes.
Foi o papa Leão XIII quem “criou” o Observatório Vaticano, ainda que, na verdade, no Vaticano já existia um “observatório” – precisa Pe. Gabriel Funes – e se encontrava no que hoje chamamos a “Torre dos Ventos”. Nela se faziam observações meteorológicas. Ainda antes, recordamos o papa Gregório XIII e sua reforma do calendário, para o qual ele instituiu uma comissão especial, da qual também fazia parte um famoso jesuíta, Pe. Clavio. Pode-se falar, desde aquela época, do interesse da Igreja pela astronomia. Em 1891 – continua o diretor do Observatório Vaticano – teve início um período difícil para as relações entre ciência e Igreja, ou melhor, entre homens da ciência e homens da Igreja. Leão XIII era muito interessado a demonstrar que a Igreja não era contra a ciência: a ciência “boa” que, aliás, estima e promove. E assim nasceu o Observatório Vaticano. Depois, com Pio XI, em 1935, o Observatório foi transferido do Vaticano para Castel Gandolfo, onde se encontra até hoje. Para compreender o motivo dessa transferência de sede é necessário recordar que os astrônomos precisam de céus escuros, e já nos anos 30, Roma não mais oferecia essa possibilidade: por isso o Observatório se transferiu para Castel Gandolfo, para poder continuar fazendo pesquisas astronômicas. Naquele período, os jesuítas chegaram ao Observatório: o primeiro diretor jesuíta foi nomeado em 1906. Naquele período – estamos falando do início do século XX – o Observatório Vaticano estava em dificuldade. O diretor da época não era um homem com formação especializada em astronomia, mas o Observatório participava de um grande projeto internacional que se chamada “Mapa do céu”. O diretor de então não tinha condições de portar avante esse projeto. O modo melhor de reconduzir o Observatório Vaticano ao prestígio que tinha, era dirigir-se a homens formados no campo da astronomia. E os jesuítas pareciam os religiosos mais preparados para essa missão. Por isso, os jesuítas assumiram o Observatório Vaticano que, até hoje, é confiado à Companhia de Jesus – explica Pe. José Gabriel Funes. |
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