Um pedido ao jornalista Gilberto Dimenstein

Caro Dimenstein,   Em 06/03/2007, você escreveu na Folha de São Paulo uma matéria intitulada “Coragem, aborto e legalização das drogas”, onde considera o governador do Rio, Sérgio Cabral, como “um político corajoso”, defensor do aborto e da liberação das drogas. (E-mail: palavradoleitor@uol.com.br).

  Dimenstein, considero-o um lutador pela educação e pela qualidade de vida dos mais pobres, e por isso me assustei tremendamente com o seu artigo apoiando a “coragem” (para mim covardia) de Sergio Cabral em defesa do aborto e da liberação das drogas. 

Ora Dimenstein, como você pode ser a favor da vida e morte ao mesmo tempo? Abortar uma criança viva no seio da mãe é assassinato; defender isso anula tudo o mais que você faz, não percebeu? Um pingo de água, por menor que seja,  é água (H2O) como um oceano inteiro; o feto é uma vida. Tirá-la é a maior covardia que se pode fazer ao ser humano fraco e indefeso; percebe? Nenhum animal faz isto, nem os venenosos… 

O primeiro direito de um ser humano é o direito `a VIDA,  os outros vêm depois; sem garantir a vida dele, o resto não tem sentido. Abortar é uma medida que revela egoísmo, maldade e comodismo dos que já nasceram, querendo eliminar os nascituros para não lhes fazer “concorrência” nesta vida. Todos os que aprovam e defendem o aborto já tiveram assegurado o direito de nascer.  Como judeu você sabe que a vida é um dom que pertence só  a Deus, e se o homem assumir o seu comando, ele assume perigosamente o lugar de Deus; e ai adeus paz para ele e para o mundo! 

Dimenstein, Paulo VI disse um dia que o mundo vai mal porque quer dar soluções fáceis, cômodas e rápidas para problemas difíceis: aborto, camisinha, pílulas anticoncepcionais, pílula do dia seguinte, eutanásia, “casamentos alternativos”, liberação das drogas, etc., são soluções “fáceis”, inócuas e imorais. Ora, você sabe que ninguém consegue curar um câncer apenas dando aspirina para o paciente; é preciso muito mais: cirurgia, quimioterapia, tomografias, radioterapia… Sei que você é um homem de boa vontade e que ama  a verdade; então peço que estude melhor esta questão, sem o pragmatismo moderno que exclui a moral e a lei natural. Peço que leia os testemunhos do Dr. Nathanson, que chefiou a maior clinica abortiva dos EUA,
em Nova Iorque, onde você viveu; e que agora luta contra o aborto no mundo todo; ele se arrependeu amargamente do que fez. 

Gostaria que, como um homem que procura a verdade, você lesse os depoimentos do Dr. Jérome Lejeune, o descobridor francês da Síndrome de Down, o maior geneticista da França nos últimos tempos, e que foi muito rejeitado por ser contra o aborto. Por outro lado Dimenstein, liberar as drogas, descriminalizar  o seu uso é fomentar a destruição dos jovens, é abdicar do combate a elas; não se pode legalizar o vício, legitimar o erro para destruí-lo. Conheço a sua seriedade; peço que repense essas questões.  

Prof. Felipe Aquino – 31 março 2007 


Professor Felipe Aquino é viuvo, pai de cinco filhos. Na TV Canção Nova, apresenta o programa “Escola da Fé” e “Pergunte e Responderemos”, na Rádio apresenta o programa “No Coração da Igreja”. Nos finais de semana prega encontros de aprofundamento em todo o Brasil e no exterior. Escreveu 73 livros de formação católica pelas editoras Cléofas, Loyola e Canção Nova. Página do professor: www.cleofas.com.br Twitter: @pfelipeaquino