A derrocada da Anistia Internacional

Tendo em vista a triste decisão da “Anistia Internacional” (AI) de apoiar a legalização do aborto no mundo, o Reitor do “St. Aloysius College”, da Austrália, Pe. Chris Middleton, SJ, que mantinha vínculos formais com o AI, anunciou a criação de uma organização alternativa de direitos humanos que não seja favorável ao aborto. (acidigital.com – Sydney, 22.08.2007)

O Pe. Chris Middleton, teve esta  iniciativa por não concordar com o apoio da AI ao aborto. Em  1961, o católico fundador da Anistia Internacional, Peter Benenson, “tomou sua decisão sob a influência de sua experiência religiosa”, ele disse.

A decisão do Pe. Chris de se afastar da AI, bem como do Vaticano de não mais contribuir financeiramente com esta Instituição, é extramente lógica e necessária uma vez que a Igreja abomina qualquer forma de aborto; e, uma Instituição criado por um católico para defender a vida, não pode apoiar e fomentar o aborto. E nenhum católico pode fazê-lo.

Por isso, o Reitor anunciou que o St. Aloysius College estabelecerá uma nova organização, a “Benenson Society”, em honra ao fundador de Anistia Internacional, “que manterá o envolvimento de nosso centro de estudos na promoção dos direitos humanos mediante a tomada de consciência das violações destes direitos mediante o lobby ante governos a favor dos prisioneiros de consciência, o fim da tortura, a pena de morte e o direito às liberdades fundamentais”.

O Pe. Middleton confirmou que desta maneira, o College rompe seus vínculos com o AI explicando que a nova política da organização “explicitamente exclui os membros mais vulneráveis de nossa sociedade, o humano nascituro”.

Ele disse que é “surpreendente quantas das figuras chave na era inicial do AI tinham profundas convicções religiosas: quaisquer, judeus, protestantes e católicos, longe de ser um projeto secular, poder-se-ia afirmar que AI tem suas origens no compromisso religioso com a justiça”. “Parece que nossa sociedade está desenvolvendo uma amnésia coletiva crescente em relação à influência que pessoas de fé tiveram na configuração de muito de nosso mundo moderno”. “A grande campanha que era Anistia se reduziu e corre o risco de converter-se em uma voz secular de esquerda ainda mais”.

Na mesma linha de pensamento do Pe. Middleton, em Londres,  o bispo católico inglês D. Michael Evans, disse que “a organização Anistia Internacional disse definitivamente adeus aos católicos”, ao comentar a decisão da organização de converter-se em promotora do aborto a nível mundial, na semana passada em sua reunião na Cidade do México. (ACI – Londres, 20.08.2007). Nesta reunião a AI emitiu um comunicado onde reafirma a decisão de deixar a posição neutra em relação ao aborto e converter-se em promotora do “direito” ao aborto das mulheres nos países onde ainda o assassinato de nascituros é ilegal.

Dom Evans, Bispo de East Anglia na Inglaterra, e até agora um dos mais importantes líderes católicos membros de Anistia Internacional, disse em uma nota de imprensa que a decisão pró-abortista marca a ruptura definitiva com o espírito de seu fundador, Peter Benenson, que criou a organização com o apoio do Vaticano e com uma postura inicial pró-vida.

“Esta lamentável decisão quase com segurança dividirá os membros da AI e em conseqüência escavará seu vital trabalho em favor dos torturados e os prisioneiros de consciência,” disse o bispo. “Entre todos os direitos humanos, o direito à vida é fundamental. O compromisso para trabalhar para ‘proteger o ser humano’ só se verá posto profundamente em risco por qualquer tipo de apoio ao aborto”.

No comunicado, o Prelado anuncia sua renúncia como membro há 31 anos à AI e alenta aos católicos de seu país a expressarem à organização a mesma mensagem de rechaço a sua nova política. 

Dom Evans, concluiu dizendo que sua renúncia à organização convertida em abortista não implica que deixará de lutar pessoalmente contra a tortura e a favor da liberdade dos prisioneiros de consciência no mundo.

Lamentavelmente o mundo perde muito com esta triste decisão da Anistia Internacional; e a Igreja Católica não pode ficar passiva diante de uma decisão tão grave. Não se pode “fazer o bem por meios maus”, ensina a Moral católica. Se o primeiro direito do ser humano – a vida – não for respeitado, do ventre materno ao leito do hospital, todos os outros direitos estarão prejudicados. Todos os católicos precisam ser solidários a esta repulsa à AI. Jesus disse que quem não está com Ele, está contra Ele; ser omisso diante do crime do aborto é não estar com Jesus.

 

Prof. Felipe Aquino – www.cleofas.com.br

 


Professor Felipe Aquino é viuvo, pai de cinco filhos. Na TV Canção Nova, apresenta o programa “Escola da Fé” e “Pergunte e Responderemos”, na Rádio apresenta o programa “No Coração da Igreja”. Nos finais de semana prega encontros de aprofundamento em todo o Brasil e no exterior. Escreveu 73 livros de formação católica pelas editoras Cléofas, Loyola e Canção Nova. Página do professor: www.cleofas.com.br Twitter: @pfelipeaquino