A Igreja sempre esteve ao lado da boa Ciência e sempre foi uma de suas promotoras desde as épocas mais remotas da história. Foram muitos os padres cientistas em todos os séculos e também hoje.
Muitos historiadores modernos mostram isto. Por exemplo, Stanley Jaki, em seu livro “Science and Creation: From Eternal Cicles to an Oscillating Universe ( Edinburg: Scottish Academic Press”, 1986, pg. 50.), um premiado historiador da ciência, com doutorado em teologia e física, tem mostrado em seus livros como a Igreja na Idade Média contribuiu decisivamente para o surgimento da ciência moderna. As idéias fundamentais do Cristianismo foram fundamentais e indispensáveis para o surgimento do pensamento científico. Da mesma forma o Dr. Thomas Woods, PhD de Harvard, em seu livro “How the Catholic Church Built Western Civilization” (Regury Publishing Inc., Washington, DC, 2005) mostra a imensa colaboração da Igreja com a ciência em todos os tempos.
Uma coisa que poucos sabem é que a descoberta da champanhe foi feita por Dom Perignon da Abadia de S. Pedro, Hautvilliers-on-the Marne. Ele cuidava da adega da Abadia em 1688 e desenvolveu a Champanhe através da experimentação com mistura de vinhos. O mesmo processo é usado ainda hoje, afirma John O´ Connor (1921). Este é apenas um exemplo entre muitas descobertas.
Richard de Wallingford, um monge prior do séc XIV, do mosteiro beneditino de S. Albano, foi um dos iniciadores da trigonometria ocidental, e é bem conhecido pelo grande relógio astronômico que projetou para o mosteiro. Os monges também foram especialistas em fabricação de relógios. O primeiro relógio que se tem recordação foi construído pelo futuro Papa Silvestre II para a cidade alemã de Magdeburg por volta do ano 996. E relógios mais sofisticados foram construídos mais tarde. Peter Lightfoot, um monge do séc. XIV, de Glastonbury construiu um dos mais antigos que ainda existe e que está agora em excelente condição no Museu de Ciência de Londres.
Um dos homens considerados mais cultos da Idade Média foi Robert Grosseteste, que foi chanceler de Oxford e bispo de Londres; foi influenciado por Thierry de Chartres; e foi o primeiro a escrever um método completo para realizar um experimento científico. A.C. Grambie (1959) diz que o séc. XIII gerou os rudimentos do método científico, especialmente graças a figuras como Grosseteste.
Muitos nomes católicos em ciência ficaram na obscuridade. Nicolaus Steno (1638-1686), um luterano convertido ao catolicismo que foi padre, estabeleceu os princípios básicos da geologia moderna e é muitas vezes chamado de “o pai da estratigrafia”, estudo das camadas da terra. Ele nasceu na Dinamarca e viajou por toda a Europa e foi da corte do duque de Toscana. Além de sua reputação em medicina, deixou grande contribuição sobre os fósseis e os extratos da terra. Escreveu a obra “Discurso Preliminar para uma Dissertação sobre um corpo sólido naturalmente contido dentro de um sólido”.
E a Igreja continua grande amiga e colaboradora da Ciência, porque sabe que ela veio de Deus.Um total de 210 astrônomos de 26 países do mundo participarão, de 1 a 5 de Outubro deste ano, numa conferência internacional organizada pelo Observatório Astronômico do Vaticano sobre a formação e evolução das galáxias.
A conferência, cujo programa prevê 62 palestras e a 132 apresentações, acontecerá no Centro Matteo Ricci da Universidade Gregoriana. (Fonte: Agencia Ecclesia)
Disse o Diretor do Observatório do Vaticano que “Outubro de 2007 parece o momento certo para reunir uma conferência internacional em que astrônomos conceituados junto a outros mais jovens especialistas do setor possam comunicar os resultados dos seus trabalhos”.
O diretor do Observatório, o jesuíta argentino José Gabriel Funes,fez um doutoramento em astronomia na Universidade de Pádua, sobre o tema “Cinemática do gás nas regiões centrais das galáxias com disco”, que apresentava os resultados obtidos ao “pesar” os buracos negros supermaciços que se encontram no centro das galáxias com disco.
Nos últimos anos, trabalhou no estudo da formação estelar nas galáxias próximas, aquelas que não se encontram a uma distância maior de 50 milhões de anos-luz. A formação estelar é um tema chave para poder entender o processo de formação e evolução das galáxias.
O Observatório Vaticano foi fundado em 1891 por Leão XIII para mostrar que “a Igreja e os seus pastores não se opõem à ciência autêntica e sólida, tanto humana como a divina, mas abraça-a, impulsiona-a e promove-a com a mais completa dedicação”.
Apesar de a sede central do Observatório Vaticano ser
em Castel Gandolfo, fundou-se um segundo centro de pesquisa, “The Vatican Observatory Research Group” (VORG) em Tucson, Arizona (EUA) no ano de 1981, quando o céu de Roma estava demasiado brilhante para a observação. Este segundo centro é uma das maiores e mais modernas instituições de observação astronómica.
Em 1993, em colaboração com o Steward Observatory, o Observatório Vaticano completou a construção do Vatican Advanced Technology Telescope (VATT) no Monte Graham, Arizona, considerado um dos melhores lugares astronómicos na América do Norte continental.
Somente quem não conhece a Igreja e sua História pode pensar que ela seja oposta à Ciência; ao contrário, sempre cooperou com ela.
Prof. Felipe Aquino