Depois de apoiar abertamente o aborto em um entrevista à Folha de São Paulo (25 out 07), o Governador do Rio de Janeiro, Sergio Cabral, tentou se retratar do bárbaro erro, mas infelizmente complicou-se ainda mais. Suas declarações ao G1 provocaram uma série de repercussões. A CNBB (Confederação Nacional dos Bispos do Brasil) reafirmou sua posição contrária ao aborto.
Em entrevista à TV Globo (26 out 07), o Governador diz que é “covardia” não discutir o tema. Cabral e declarou “que ninguém é a favor do aborto”, mas disse ser uma “covardia” que o tema não seja debatido pela sociedade. “Eu não sou favorável ao aborto, ninguém é favorável, obviamente. Agora, nós temos que ser favoráveis ao direito da mulher, se ela optar por isso, interromper a gravidez.”
O presidente da Associação de Moradores da Rocinha, William de Oliveira, se disse “favorável à vida”. A favela foi uma das citadas pelo governador na entrevista ao G1. Segundo Oliveira, educação seria mais eficaz que a prática do aborto no combate à violência.
Também a embaixada do Gabão, país africano também citado por Cabral, repudiou as declarações do governador ao comparar a favela da Rocinha com Gabão e Zâmbia.
É esdrúxula a posição do Governador do Rio, e aliás também a do Presidente da Republica, que se dizem pessoalmente contra o aborto, mas que, por outro lado o querem ver aprovado para o bem da “saúde do pública”.
Ora Governador, ora Presidente, se algo não presta pra mim, então deve ser rejeitado e jogado fora; não se pode por exemplo pegar a comida estragada em minha geladeira e dá-la ao pobre com a justificativa de que ele esteja necessitado. Há que se dar a ele parte da comida boa e saudável que está na minha geladeira e não o que está podre. O pobre e a sociedade não podem ser lata de lixo também no nível do humanismo.
Nesta lógica maquiavélica e pragmatista, vamos destruir as bases da civilização cristã ocidental que afirma que “o bem não pode ser feito por um meio mal”, e que “os fins não justificam os meios”. Nesta linha alguém poderia justificar o uso do dinheiro do narcotráfico para amenizar a miséria das favelas…
Na verdade, os que defendem o aborto “para o povo”, o aprovam também pessoalmente, apenas tentam camuflar a sua posição para amenizar diante do povo as críticas que vai receber. É hipocrisia; seria mais lógico dizer que aprova o aborto em qualquer condição.
A última pesquisa do “Data Folha” mostrou que o povo brasileiro é esmagadoramente contra o aborto (87%); e especialmente os católicos devemos cerrar fileiras com os nossos Bispos e dizermos alto e bom som que somos contra o assassinato covarde das criancinhas ainda não nascidas. É hora e sairmos do esconderijo, de deixarmos o “silêncio dos bons”, que é terrível e pecaminosa omissão, e dizermos a todos que somos contra o aborto, em qualquer caso, porque Jesus Cristo o condena.
A Campanha da Fraternidade de 2008 será pela defesa da vida; será um ano de luta pela vida e contra o aborto e outras formas de ofensa à vida.
Prof. Felipe Aquino – www.cleofas.com.br