Sobre o Discurso que o Papa não pôde fazer

O Discurso que o Papa faria em “La Sapienza”

Como sabemos o Papa Bento XVI foi estupidamente impedido de aceitar o convite do Reitor da Universidade “La Sapienza”, professor Dr. Renato Guarini, que tem o maior número de alunos da Europa, e que esperava o Papa como «mensageiro da paz», como ele disse, para viver «um momento de alta cultura» e de «intercâmbio fecundo de idéias para toda a comunidade universitária».

A visita foi cancelada após um total de 67 professores ter pedido sua anulação, por considerar o Papa um obscurantista, e terem inclusive invadido a Reitoria da Universidade, num gesto de intolerância, autoritarismo e desrespeito. É bom relembrar que essa maior universidade pública de Roma foi fundada há sete séculos, em 1303, pelo Papa Bonifácio VIII (1294-1303), com o nome de “Studium Urbis”. O Vaticano divulgou o discurso que o Papa Bento XVI pretendia fazer durante sua visita à Universidade La Sapienza a professores e alunos. Nele o Papa afirmava que não buscava “impor a fé” e lembra que esta era a universidade dos pontífices e hoje “é uma instituição laica” com plena autonomia. Isto é, nasceu pelas mãos da Igreja e hoje é do Estado.

O Papa diria ainda em seu discurso que um papa que comparece a uma universidade “não vai tentar impor de forma autoritária a fé”, mas sua missão é “convidar sempre à razão, à busca da verdade, do bem, e de Deus”. Ele explica que sua visita seria feita como “pastor da comunidade católica”, e que sua figura “se tornou cada vez mais uma voz da razão ética da humanidade”. O Papa diz em seu discurso que “fala como representante de uma comunidade que guarda em si um tesouro de conhecimento e de experiência ética, que é importante para toda a humanidade”. E até admite que “várias coisas ditas pelos teólogos durante a história (…) se demonstraram falsas e agora confundem-nos”.

Acrescentava ainda que “a mensagem cristã, segundo suas origens, tem que ser sempre um empurrão rumo à verdade e uma força contra a pressão do poder e dos interesses”. E o Papa falaria também da missão do Papa e do papel da universidade. Ele também teria feito uma referência sobre a que “o perigo do Ocidente” é que “se renda perante os assuntos da verdade” e “ceda perante a pressão dos interesses”.

Lamentavelmente a Universidade, inventada e fomentada pela Igreja no mundo todo, desde a Idade Média, parece ser hoje a grande opositora da Igreja católica, paradoxalmente; e alimentando um laicismo agressivo e discriminatório contra a Igreja.

Por essas e outras, acabei de escrever um livro, que breve será lançado pela Editora Cléofas, intitulado UMA HISTÓRIA QUE NÃO É CONTADA (1), afim de mostrar aos jovens universitários que se não fosse o trabalho árduo da Igreja, durante seis séculos (IV a XI) não teríamos a civilização ocidental. A Igreja salvou e construiu a nossa civilização desde a queda de Roma em 476.

Prof. Felipe Aquino – www.cleofas.com.br
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(1) Nota da Editora Cléofas: O livro “Uma história que não é contada” será lançado em fevereiro – aguardem!


Professor Felipe Aquino é viuvo, pai de cinco filhos. Na TV Canção Nova, apresenta o programa “Escola da Fé” e “Pergunte e Responderemos”, na Rádio apresenta o programa “No Coração da Igreja”. Nos finais de semana prega encontros de aprofundamento em todo o Brasil e no exterior. Escreveu 73 livros de formação católica pelas editoras Cléofas, Loyola e Canção Nova. Página do professor: www.cleofas.com.br Twitter: @pfelipeaquino