Chegou ao fim a ditadura de Fidel Castro, de 49 anos, embora o regime de Cuba continue o mesmo com o seu irmão Raul Castro, preparado há muito tempo para substituí-lo. Não se pode “tapar o sol com a peneira” e esquecer os gravíssimos erros do ditador.
Foi uma das mais fechadas e sanguinárias ditaduras comunista do planeta e uma das últimas. Por ser um regime comunista, ateu e materialista, ligado à antiga Rússia, desde o ínicio foi inimiga da Igreja católica, fechou os colégios católicos, expulsos muitos padres e fechou muitas igrejas na Ilha.
O Presidente do Movimento Cristão de Libertação e um dos mais conhecidos líderes cubanos, Oswaldo Payá, afirmou ao Semanário Alba que o mais grave do regime de Fidel Castro, foi a eliminação do Natal por 46 anos. “Castro eliminou o Natal, porque o considerou uma festa do cristianismo, a religião imposta pelos conquistadores.” (acidigital.com -12 out 06)
Por outro lado eliminou a democracia, tornou-se um regime de um único partido, o comunista, e o povo nunca mais pôde votar livremente e escolher seus governantes.
Como a Ilha é pequena e com pequena população – em 1960 tinha 6 milhões de pessoas e hoje tem 10 milhões – pôde com pesada ajuda financeira da Rússia até 1989, melhorar as condições sociais: saúde e educação, mas ao preço da liberdade coibida. Quando o comunismo desmoronou na Rússia, e o pais entrou em grave crise financeira, Cuba foi abandonada e hoje passa por grave crise econômica, financeira, energética e de abastecimento. O pais parou no tempo e há uma forte crise energia.
Cada bairro de Havana chega a ficar sem energia das 19 horas à meia-noite pelo menos três vezes por semana. Nos demais dias, falta luz de manhã ou à tarde. Em cidades do interior o período sem eletricidade chega a dezoito horas por dia. Hotéis estatais e 120 fábricas espalhadas pela ilha fecharam as portas. (Veja, A Revolução no escuro, 2005)
Muitos dizem que em Cuba “não se tem liberdade, mas, ao menos, há saúde e educação para todos”. Mas isto não é verdade; o sistema de saúde hoje é precário e falta de tudo. E não se pode justificar um postulado injusto que aceita trocar liberdade por conquistas sociais. A liberdade é o dom por excelência que Deus deu ao homem, e nada justifica tirá-lo. É melhor ser um canário solto que procura a cada dia o seu alimento, do que estar preso em uma gaiola de ouro com alimento garantido.
Por outro lado, a revolução cubana liderada por Fidel Castro e Che Guevara, foi uma das mais sanguinárias do planeta. Logo nos primeiros dias da revolução, antes mesmo que se tornasse uma revolução comunista, “Fidel executou 600 pessoas. Só nos anos 60, o regime de Fidel fuzilou entre 7 mil e 10 mil pessoas. Fidel e Che Guevara criaram campos de concentração na ilha, os da UMAP (Unidade Militar de Apoio à Produção), formados por prisioneiros políticos, que chegaram a 30 mil! Ali estavam religiosos, prostitutas, homossexuais, opositores do regime, criminosos comuns… Em 1960, pelo menos 50 mil pessoas oriundas da classe média, que haviam apoiado a revolução, já haviam deixado Cuba. Três anos depois, 250 mil.” (http://veja.abril.uol.com.br – 20 fevereiro 2008)
Segundo “O Livro Negro do Comunismo”, (Stèfane Courtois, Ed. Betrand Russel, 2005) desde 1959, estima-se em 100 mil o número de pessoas que passaram pelas cadeias ou pelos “campos” de reeducação no país. Os fuzilamentos são estimados entre 15 mil e 17 mil pessoas. Não se pode fechar os olhos diante de tantas mortes e tanta injustiça.
Cuba continua sendo um verdadeira “Ilha-Prisão” onde o povo não pode deixá-la; muitos tentam fugir para Miami nos EUA, mas são mortos, presos ou morrem no mar. Nas Olimpíadas de 2007 no Rio de Janeiro, três atletas cubanos pediram asilo político no Brasil, mas o Governo Lula, infelizmente, os deportou imediatamente para Cuba.
Por todas essas razões, e muitas outras, a renúncia de Fidel Castro abre uma porta de esperança para que se restabeleça a democracia na Ilha, e com ela a liberdade do povo. Rezemos pelo povo cubano.
Prof. Felipe Aquino – www.cleofas.com.br