A luta da Arquidioce do Rio de Janeiro contra o aborto

  

O combate ao aborto é parte fundamental na Campanha da Fraternidade deste ano da CNBB, cujo lema é “Escolhe, pois, a vida”.

O jornal “Folha de S.Paulo” – Seção Cotidiano (11/03/2008), noticiou que a Arquidiocese do Rio de Janeiro, confeccionou 600 bonecos de resina, similares aos fetos, que foram oferecidos às igrejas para serem mostrados ao povo nas 264 paróquias do Rio de Janeiro, juntamente com quatro vídeos que mostram cenas reais de abortos praticados. Neles, os médicos descrevem como é feito o procedimento. Isto para conscientizar a população católica sobre o crime hediondo do aborto.

 

         Esses “fetos” são usados de formas variadas, segundo a “Folha”: “na paróquia de Nossa Senhora da Paz, em Ipanema, zona sul, uma almofada com a escultura de um feto é levada até o altar nas missas dominicais e é mostrada entre os freqüentadores”. Na igreja Santa Margarida, na Lagoa, o “feto” está dentro de um vidro com gel, como se tivesse na placenta, exposto no altar.”

          Segundo Dom Antônio Augusto Dias Duarte, bispo-auxiliar do Rio de Janeiro, que é médico; a utilização do “símbolo” não é obrigatória, mas muitas paróquias aderiram à proposta, e de acordo com o público, é ele quem escolhe um dos vídeos disponíveis.

         D. Antonio afirmou que o vídeo não foi o mais forte. Para ele, é importante que os adolescentes assistam a “uma cena que se tenta apagar”. O padre Jorge Luiz Pereira da Silva, conhecido como padre Jorjão, explica na missa dos jovens que: “A figura simboliza o nosso compromisso quaresmal de defender a vida em todos os instantes”.

 

         Algumas pessoas questionaram o fato das cenas serem um tanto chocantes, especialmente os filmes que mostram a realização de abortos. No entanto, é preciso que esta realidade seja mostrada aos jovens, pois muitas delas são induzidas a praticar o aborto, sem saber bem o crime que estão praticando e sem saber que a criança sofre horrivelmente ao ser abortada. Chocante não é ver um filme de um aborto, é praticar um aborto.

 

 O feto é uma vida humana, e o que o aborto mata é uma criança; e os vídeos deixam isto bem claro. A juventude hoje está acostumada a ver cenas muito mais chocantes que essas; então, por que não mostrar-lhes a realidade dura e cruel de se assassinar friamente uma criança no ventre da própria mãe? E isto é feito aos milhões por ano em todo o mundo. É claro que os adeptos do aborto tentam esconder essas cenas dolorosas…

 

Por exemplo, nos abortos praticados por sucção, o corpo do bebê com dois meses é dilacerado por uma lâmina e aspirado… Outras vezes o bebê é envenenado com quatro, cinco meses de idade, sendo o seu corpinho queimado vivo. As mães que praticam abortos nunca vêem suas vítimas, mas elas morrem de maneira horrivelmente dolorosa. E os jovens precisam saber disso.

 

Com apenas onze semanas de gestação (aproximadamente três meses), um bebê no útero já é bem desenvolvido; as únicas mudanças daí para frente serão apenas o desenvolvimento do que já está formado no seu ser. Todos os seus sistemas orgânicos já funcionam; ele respira e urina também; o corpo já esta formado e as mãozinhas já possuem até impressões digitais… Nesse estágio, o bebê já sente dor e é muito sensível à luz, ao calor e ao barulho. Sua personalidade já está
em formação. Com oito semanas de gestação, um bebê segura qualquer objeto que for posto em sua mão, e até os batimentos do seu coração já podem ser registrados em um eletrocardiograma. Com seis semanas, começa o feto a se movimentar. Com menos de quatro semanas, podemos comprovar que qualquer de suas células possui 46 cromossomos, ou seja, é um ser humano. Os jovens precisam saber disso.

 

No entanto, com seis meses de gestação, em plena vida, bebês são arrancados de dentro da mãe, em muitos hospitais pelo mundo, através de uma cesariana, e são abandonados à morte em uma lata de lixo… Esse é o grande holocausto moderno que brada aos céus e que precisa ser evitado. Pode haver crime maior?

 

Há uma luta constante no mundo e também no Congresso do Brasil para aprovar a prática criminosa do aborto. A própria ONUOrganização das Nações Unidas quer globalizar a prática do aborto. Então, a Igreja tem o dever e direito sagrado de defender a vida e de conscientizar o povo de como a vida hoje é destruída criminosa e maldosamente no ventre materno.

 

Se a vida não for defendida desde o ventre materno, a verdadeira civilização perecerá, dando lugar à barbárie, ainda que travestida de civilidade.

 Fala-se tanto nos direitos humanos e, no entanto, o primeiro e mais fundamental de todos – o direito à vida,  especialmente quando esta se encontra indefesa no ventre materno – é tão desrespeitado em toda a face da terra. De que adianta defender os demais direitos se o Primeiro – o direito de viver – é tão violado? 

Prof. Felipe Aquino – www.cleofas.com.br

  


Professor Felipe Aquino é viuvo, pai de cinco filhos. Na TV Canção Nova, apresenta o programa “Escola da Fé” e “Pergunte e Responderemos”, na Rádio apresenta o programa “No Coração da Igreja”. Nos finais de semana prega encontros de aprofundamento em todo o Brasil e no exterior. Escreveu 73 livros de formação católica pelas editoras Cléofas, Loyola e Canção Nova. Página do professor: www.cleofas.com.br Twitter: @pfelipeaquino