Um total de 210 astrônomos de 26 países do mundo participaram de 1 a 5 de Outubro de 2007, de uma Conferência internacional organizada pelo Observatório Astronômico do Vaticano sobre a formação e evolução das galáxias. A Conferência, ofereceu 62 palestras e 132 apresentações, e aconteceu no Centro Matteo Ricci da Universidade Gregoriana de Roma, fundada pela Igreja.
O diretor do Observatório Vaticano, o jesuíta argentino José Gabriel Funes, fez um doutoramento em astronomia na Universidade de Pádua, sobre o tema “Cinemática do gás nas regiões centrais das galáxias com disco”, que apresentava os resultados obtidos ao “pesar” os buracos negros supermaciços que se encontram no centro das galáxias com disco. E ainda tem gente que pensa que a Igreja é um obstáculo para a Ciência.
Agora, o Padre polonês Michael Keller, de 72 anos, doutor em cosmologia e um dos mais conceituados cientistas no campo da cosmologia e, também um dos mais renomados teólogos de seu país, ganhou um dos maiores prêmios em dinheiro já dados em Nova York pela Fundação Templeton, instituição que reúne pesquisadores de todo o mundo: US$ 1,6 milhão (cerca de R$ 2,87 milhões). Com o prêmio que recebeu, ele anunciou a criação de um instituto de pesquisas: Centro Copérnico, em homenagem ao filósofo polonês que provou que o Sol é o centro do sistema solar.
Pe. Michael foi o pioneiro na formulação de uma nova teoria que começa a ganhar corpo em toda a Europa: a “Teologia da Ciência”, que une Deus e a ciência. Os seus trabalhos abordam a questão da origem do universo sobre aspectos avançados da teoria geral da relatividade, de mecânica quântica e de geometria não-comutativa.
Pe. Michael valeu-se também das ferramentas da física quântica (que estuda, entre outros pontos, a formação de cadeias de átomos) e inspirandou-se em questões levantadas no século XVII pelo filósofo Gottfried Wilhelm Leibniz.
Pe. Michael Keller usou algumas ferramentas fundamentais tendo como base principal a Teoria da Relatividade, de Albert Einstein, ele mergulhou nos mistérios das condições cósmicas, como a ausência de gravidade que interfere nas leis da física. Como explicar a massa negra que envolve o universo e faz nossos astronautas flutuarem? Como explicar a formação de algo que está além da compreensão do homem? Analisando essas questões, que abrem lacunas na ciência, ele afirma a possibilidade de encontrarmos Deus nos conceitos da física quântica, onde se estuda a relação dos átomos. Dependendo do pólo de atração, um determinado átomo pode atrair outro e, assim, Deus e ciência também se atraem. “E, se a ciência tem a capacidade de atrair algo, esse algo inexoravelmente existe”. O Pe. Michael Keller explica que: “A ciência nos dá o conhecimento do mundo e a religião nos dá o significado”.
Ele afirma que: “ao questionar (a causalidade primeira) não estamos apenas falando de uma causa como qualquer outra. Estamos nos perguntando sobre a raiz de todas as possíveis causas”. “Invariavelmente eu me pergunto como pessoas educadas podem ser tão cegas para não ver que a ciência não faz nada além de explorar a criação de Deus.”
Para os jurados, Heller mereceu o prêmio por desenvolver “conceitos precisos e notavelmente originais sobre a origem e as causas do universo, muitas vezes sob intensa repressão governamental” . “Apesar da opressão das autoridades comunistas polonesas a intelectuais e padres, a Igreja, impulsionada pelo Concílio Vaticano 2º, garantiu a Heller uma esfera de proteção que o permitiu alcançar grandes avanços em seus estudos”, diz sua biografia.
O Pe. Michael afirma que “há perguntas que a ciência não responde, mas o universo está aqui e nós, nele”. Nesse “buraco negro” entra Deus. Segundo Keller, apesar dos nítidos avanços no campo da pesquisa sobre a existência humana, continua-se sem saber o principal: quem seria o responsável pela criação do cosmo? Ele montou a sua metodologia a partir do chamado “Deus dos cientistas”: o big bang, a grande explosão de um átomo primordial que teria originado tudo aquilo que compõe o universo.
Ele argumenta que “Em todo processo físico há uma seqüência de estados. Um estado precedente é uma causa para outro estado que é seu efeito. E há sempre uma lei física que descreva esse processo”. “Mas o que existia antes desse átomo primordial?” Essas questões, sem respostas pela física, encontram um ponto final na religião – ou seja, encontram Deus.
Não é sem motivo que o Dr. Francis Collins, Diretor do Projeto Genoma Humano, o maior projeto de biotecnologia já desenvolvido no mundo, disse: “Eu acredito que o ateísmo é a mais irracional das escolhas.” (Revista Veja, Edição 1992 – 24 de janeiro de 2007)
Fonte: http://www.comshalom.org/noticias/exibir.php?not_id=1518
Prof. Felipe Aquino – www.cleofas.com.br