“Primeiro os deveres, depois os direitos”

O Presidente francês Nicolas Sarlizy, pronunciou um importante discurso de posso, que revela muita coragem e lucidez na defesa da honestidade, da verdade e da lealdade contra os falsos valores  de uma filosofia materialista que campeia nas universidades e na imprensa de modo geral. Há muito não tinha lido um discurso tão importante, por isso o reproduzo aqui a seguir. 

No seu discurso o Presidente da França dá um forte recado aos mensageiros de um discurso esquerdista. O discurso do Presidente serve muito bem para muitos de nossos intelectuais brasileiros, dominados pelo marxismo cultural, ateu e laicista, promotor da agitação e da desordem,  que fomenta ações fora da lei e a destruição da moral.  São aqueles, por exemplo,  que moram em belos apartamentos nos melhores bairros das grandes cidades, recebem um belo salário, bebem uísque importado, e dizem  que amam  Cuba e decantam as maravilhas do comunismo cubano de Fidel Castro, mas depois vão passar suas férias em Paris. Usam a cátedra pública para envenenar as cabeças dos seus alunos, recebendo belos salários do Estado.  

O discurso do Presidente da França 

“Primeiro os deveres, depois os direitos” “Derrotamos a frivolidade e a hipocrisia dos intelectuais progressistas. O pensamento único é daquele que sabe tudo e que condena a política enquanto a mesma é praticada. Não vamos permitir a mercantilização do mundo onde não há lugar para a cultura: desde 1968 não se podia falar da moral. Haviam-nos imposto o relativismo. 

A idéia de que tudo é igual, o verdadeiro e o falso, o belo e o feio, que o aluno vale quanto o mestre, que não se pode dar más notas para não traumatizar o mau estudante. Fizeram-nos crer que a vítima conta menos que o delinqüente. Que a autoridade estava morta, que as boas maneiras haviam terminado. Que não havia nada sagrado, nada admirável.  Era o slogan de maio de 1968 nas paredes da Sorbonne: “Viver sem obrigações e gozar sem trabalhar”. Quiseram terminar com a escola de excelência e do civismo. Assassinaram os escrúpulos e a ética. 

Uma esquerda hipócrita que permitia indenizações milionárias aos grandes executivos e o triunfo do predador sobre o empreendedor. Esta esquerda está na política, nos meios de comunicação, na economia. Ela tomou o gosto do poder. A crise da cultura do trabalho é uma crise moral. Vou reabilitar o trabalho.  Deixaram sem poder as forças da ordem e criaram uma farsa: “abriu-se uma fossa entre a política e a juventude”. O vândalos são bons e a polícia é má.  Como se a sociedade fosse sempre culpada e o delinqüente, inocente. Defendem os serviços públicos, mas jamais usam o transporte coletivo. Amam tanto a escola pública, e seus filhos estudam em colégios privados. Dizem adorar a periferia e jamais vivem nela.  

Assinam petições quando se expulsa um invasor de moradia, mas não aceitam que o mesmo se instale em sua casa. Essa esquerda que desde maio de 1968 renunciou ao mérito e ao esforço, que atiça o ódio contra a família, contra a sociedade e contra a República. Isso não pode ser perpetuado num pais como a França e por isso estou aqui. Não podemos inventar impostos para estimular aquele que cobra do Estado sem trabalhar. Quero criar uma cidadania de deveres. “Primeiro os deveres, depois os direitos”. 

Nicolas Sarcozy – Presidente da França Fonte: Revista “Pergunte e Responderemos” (n. 548, fev 2008, pg 61), 


Professor Felipe Aquino é viuvo, pai de cinco filhos. Na TV Canção Nova, apresenta o programa “Escola da Fé” e “Pergunte e Responderemos”, na Rádio apresenta o programa “No Coração da Igreja”. Nos finais de semana prega encontros de aprofundamento em todo o Brasil e no exterior. Escreveu 73 livros de formação católica pelas editoras Cléofas, Loyola e Canção Nova. Página do professor: www.cleofas.com.br Twitter: @pfelipeaquino