A aprovação das pesquisas com células tronco embrionárias

Lamentávelmente ontem o STF aprovou o uso de embriões humanos – que são vidas humanas – para a realização de pesquisas, nas quais os milhares de embriões são destruídos desumanente. A CNBB, a Conferência dos Bispos do Brasil, emitiu uma nota muito clara e oportuna lamentando a decisão do STF. Vale a pena destacar que a CNBB afirma que: 1 – o embrião é uma vida humana que não pode ser destruída; 

 2 – a questão não é apenas religiosa, a embriologia e a biologia confirma que o embrião é um ser humano; 

3 – não há até hoje nenhum protocolo médico que autorize pesquisas científicas com células-tronco obtidas de embriões humanos em pessoas, por causa do alto risco de rejeição e de geração de teratomas [câncer]. 

4 – as células-tronco embrionárias não são o remédio para a cura de todos os males. As células-tronco adultas, retiradas do próprio paciente, já beneficiam mais de 20 mil pessoas com diversos tipos de tratamento de doenças degenerativas. 

Temos que lamentar profundamente que a Instância máxima de decisão judicial da Nação não tenha decidido em sintonia com a voz da Igreja que é a voz de Cristo e do Pai. Jesus disse `a Igreja: “Quem vos ouve a Mim ouve; quem vos rejeita, a Mim rejeita; e quem me rejeita, rejeita Aquele que me enviou” (Lc 10,16). 

Isto nos alerta a educarmos na fé as crianças, os adolescentes e os jovens, catequisando-os segundo o Evangelho de Cristo e de Igreja, para que amanhã, quando assumirem os destinos da Nação, decidam segundo a lei de Cristo.  

Prof. Felipe Aquino – www.cleofas.com.br 

 

 

CNBB lamenta decisão do STF sobre células-tronco 

 

A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB lamenta a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) que julgou a validade constitucional do artigo 5º e seus parágrafos da Lei de Biossegurança, n. 11.105/2005, que permite aos pesquisadores usarem, em pesquisas científicas e terapêuticas, os embriões criados a partir da fecundação “in vitro” e que estão congelados há mais de três anos em clínicas de fertilização. 

A decisão do STF revelou uma grande divergência sobre a questão em julgamento, o que mostra que há ministros do Supremo que, nesse caso, têm posições éticas semelhantes à da CNBB. Portanto, não se trata de uma questão religiosa, mas de promoção e defesa da vida humana, desde a fecundação, em qualquer circunstância em que esta se encontra. 

Reconhecer que o embrião é um ser humano desde o início do seu ciclo vital significa também constatar a sua extrema vulnerabilidade que exige o empenho nos confrontos de quem é fraco, uma atenção que deve ser garantida pela conduta ética dos cientistas e dos médicos, e de uma oportuna legislação nacional e internacional. 

Sendo uma vida humana, segundo asseguram a embriologia e a biologia, o embrião humano tem direito à proteção do Estado. A circunstância de estar “in vitro” ou no útero materno não diminui e nem aumenta esse direito. É lamentável que o STF não tenha confirmado esse direito cristalino, permitindo que vidas humanas em estado embrionário sejam ceifadas. 

No mundo inteiro, não há até hoje nenhum protocolo médico que autorize pesquisas científicas com células-tronco obtidas de embriões humanos em pessoas, por causa do alto risco de rejeição e de geração de teratomas. 

Ao contrário do que tem sido veiculado e aceito pela opinião pública, as células-tronco embrionárias não são o remédio para a cura de todos os males. A alternativa mais viável para essas pesquisas científicas é a utilização de células-tronco adultas, retiradas do próprio paciente, que já beneficiam mais de 20 mil pessoas com diversos tipos de tratamento de doenças degenerativas. 

Reafirmamos que o simples fato de estar na presença de um ser humano exige o pleno respeito à sua integridade e dignidade: todo comportamento que possa constituir uma ameaça ou uma ofensa aos direitos fundamentais da pessoa humana, primeiro de todos o direito à vida, é considerado gravemente imoral. 

A CNBB continuará seu trabalho em favor da vida, desde a concepção até o seu declínio natural. 

Brasília, 29 de maio de 2008. 

Dom Geraldo Lyrio RochaArcebispo de MarianaPresidente da CNBB 

Dom Luiz Soares VieiraArcebispo de ManausVice-Presidente da CNBB 

Dom Dimas Lara BarbosaBispo Auxiliar do Rio de JaneiroSecretário-Geral da CNBB 


Professor Felipe Aquino é viuvo, pai de cinco filhos. Na TV Canção Nova, apresenta o programa “Escola da Fé” e “Pergunte e Responderemos”, na Rádio apresenta o programa “No Coração da Igreja”. Nos finais de semana prega encontros de aprofundamento em todo o Brasil e no exterior. Escreveu 73 livros de formação católica pelas editoras Cléofas, Loyola e Canção Nova. Página do professor: www.cleofas.com.br Twitter: @pfelipeaquino