Não se justifica o aborto por razões sociais

Muitos infelizmente querem justificar o aborto como necessário para evitar ou solucionar problemas de ordem econômica ou social: fome, desemprego, baixo salário, moradia; motivos subjetivos da gestante (por exemplo: solteira ou, sendo casada, ter engravidado em um adultério; gravidez indesejada, etc), e muitos outros motivos.       Marciano Vidal, CSSR, professor do Instituto de Moral de Madri afirma que: “As indicações psicossociais são as causas mais freqüentes do número de abortos no mundo”, funcionando esse tipo de aborto, em realidade, mais como “método de controle da natalidade”.
Mas em qualquer situação, é absurdo pretender solucionar os problemas mediante o aborto, que é a extinção da vida do bebê em gestação, violação do valor humano vida.
Será que a morte pode ser solução para os problemas da vida?
Sabemos que não há solução fácil para um problema difícil. Matar o ser humano no ventre da mãe jamais será um solução correta e moral para resolver os problemas da humanidade.
As soluções para os difíceis problemas sociais ou  pessoais devem ser encontradas em providências governamentais, aliadas à participação privada – pessoas e entidades – que se disponham a prestar, com espírito de solidariedade, a assistência em cada caso necessária e adequada.
A morte não pode ser solução para o problemas da vida; nesta ótica a civilização sucumbe e voltamos à barbárie.
Há provas contundentes, inclusive dos Relatórios da ONU, que não é verdade que a fome seja devida à superpopulação. Os países ricos, porém, ao invés de partilhar seus produtos com os países pobres, e oferecer-lhes ajuda solidária, preferem impor-lhes controle da natalidade mediante contraceptivos, alguns dos quais abortivos, e mediante, também, esterilização.
Na América Latina muitos governos sempre estiveram sob forte pressão para reduzir o crescimento populacional, como condição para receber empréstimos do exterior.
A nossa sociedade tem sido, nos últimos tempos, atravessada por manifestações de grande contradição. De um lado, anuncia-se com júbilo o resgate de sobreviventes, depois de vários dias soterrados nos escombros de uma tragédia e noticia-se, com alegria, a descoberta de um bebê abandonado. A ciência genética abre novas esperanças à qualidade de vida e há já pais que congelam as células estaminais do cordão umbilical dos seus bebês. Mas simultaneamente ressuscita-se uma campanha violenta a favor da legalização do aborto. É uma enorme contradição; salvam-se as baleias e matam-se as crianças.

 


Professor Felipe Aquino é viuvo, pai de cinco filhos. Na TV Canção Nova, apresenta o programa “Escola da Fé” e “Pergunte e Responderemos”, na Rádio apresenta o programa “No Coração da Igreja”. Nos finais de semana prega encontros de aprofundamento em todo o Brasil e no exterior. Escreveu 73 livros de formação católica pelas editoras Cléofas, Loyola e Canção Nova. Página do professor: www.cleofas.com.br Twitter: @pfelipeaquino