A “Folha de São Paulo” noticiou (21 de julho de 2008) que o país está envelhecendo muito mais rapidamente do que se previa. A taxa de natalidade já atingiu o baixo nível de 1,8 filho por mulher em 2006, nível que era esperado acontecer somente em 2043. O país tem cada vez mais velhos e menos crianças, o que significa algo desastroso para o país, algo que ainda a maioria da população não entende e não percebe, mas daqui a alguns anos isso ficará claro. A divulgação foi feita pela PNDS (Pesquisa Nacional de Demografia e Saúde). O IBGE, em 2004, previa que esse patamar só seria atingido em 2043. Nem mesmo projeções da ONU menos conservadoras indicavam uma taxa abaixo de 2,0 antes de 2010. Em 2004 o índice era de 2,1 filhos por mulher.
O índice mínimo para que um país mantenha a sua população estável, é de 2,0 filhos por mulher; já estamos em 1,8 e deve cair ainda mais, o que indica que logo o Brasil sentirá na pele os mesmos problemas dos europeus, e pior ainda. Os países da Europa se debatem contra esse problema e todos os governos oferecem prêmios e ajuda financeira aos casais para que tenham mais filhos; isso vai acontecer com o Brasil dentro de alguns anos, quando a falta de jovens para o trabalho se fizer sentir.
Quando o país envelhece como está acontecendo, ele gasta muito mais com a Previdência social (aposentadorias, hospitais, remédios, etc) uma vez que o idoso se aposenta e fica muito mais necessitado de cuidados médicos e hospitalares que as crianças e jovens. E quem trabalhará para sustentar a Previdência? Esta hoje já não dá conta de atender os doentes e idosos; com o envelhecimento mais rápido que o estimado, ela terá que aumentar os investimentos em saúde para atender aos idosos. Quem pagará essa conta.
“A constatação de que o Brasil terá cada vez mais idosos e menos crianças antes do previsto tem impacto nos cálculos de aposentadoria e traz desafios para políticas públicas, que terão que se adaptar a uma estrutura populacional envelhecida”, diz a matéria da Folha de SP.
O demógrafo José Eustáquio Alves, da Escola Nacional de Ciências Estatísticas do IBGE, diz que a queda mais rápida da fecundidade indica que a população começará a diminuir antes. A projeção da ONU com taxas mais próximas das verificadas recentemente, aponta que isso deve acontecer já na década de 2030.
Com o envelhecimento do país, será preciso aumentar o tempo que o trabalhador precisa contribuir com o INSS para se aposentar. Carlos Guerra, vice-presidente da Federação Nacional de Previdência Privada, diz que “o equilíbrio ideal é ter cinco contribuintes para cada inativo, mas já estamos nos aproximando da situação de um para um”.
Mesmo o Japão que tem cerca de 320 pessoas por kilometro quadrado, está incentivando a população a ter mais filhos. O Brasil e a América Latina têm apenas cerca de 20 pessoas por kilometro quadrado, enquanto a Europa tem cerca de 120. Isto mostra que a América Latina é um continente ainda vazio em comparação com o resto do mundo; e nada justifica um controle drástico da natalidade. Dentro de pouco tempo o Brasil vai amargar essa situação, quem viver verá.
Por isso tudo os jovens casais cristãos não devem ter medo de ter seus filhos, “o dom mais precioso do matrimônio”, diz o Catecismo da Igreja. Eles serão felizes por isso.
Prof. Felipe Aquino – www.cleofas.com.br