Quando se deve ministrar a Unção dos Enfermos?

A constituição apostólica “Sacramuncionem infirmorum”, de 30 de novembro de 1972, seguindo o Concílio Vaticano II (cf. SC 73), estabeleceu que doravante, no rito romano, se observe o seguinte:

“O sacramento da Unção dos Enfermos é conferido às pessoas acometidas de doenças perigosas, ungindo-as na fronte e nas mãos com óleo devidamente consagrado – óleo de oliveira ou outro óleo extraído de plantas -, dizendo uma só vez: “Por esta santa unção e por sua piíssima misericórdia, o Senhor venha em teu auxílio com a graça do Espírito Santo, para que, liberto de teus pecados, Ele te salve e, em sua bondade, alivie teus sofrimentos” (CDC, cân. 847, 1)”.

O Catecismo da Igreja ensina que: “O sacramento da Unção dos enfermos tem a finalidade de conferir uma graça especial ao cristão que está passando pelas dificuldades inerentes ao estado de enfermidade grave ou de velhice” (§1527). E que “o tempo oportuno para receber a sagrada unção é certamente aquele em que o fiel começa a encontrar-se em perigo de morte devido à doença ou à velhice” (§1528). “Cada vez que um cristão cair gravemente enfermo, pode receber a sagrada unção. Da mesma força, pode recebê-la novamente se a doença se agravar” (§1529).

Os diáconos não podem ministrar a Unção dos Enfermos; apenas os sacerdotes (Bispos e presbíteros). O essencial da celebração deste Sacramento consiste na unção da fronte e das mãos do doente (no rito romano) ou de outras partes do corpo (no Oriente), unção acompanhada da oração litúrgica do presbítero celebrante, que pede a graça especial deste Sacramento.

A Constituição “Sacrosantum Concilum” sobre a liturgia, do Concílio Vaticano II, ensina que: “Além dos ritos separados da Unção dos Enfermos e do Viático [Eucaristia], faça-se um rito conjunto pelo qual se administre a unção ao enfermo depois da Confissão e antes da recepção do Viático” (SC, 74).

“O número de Unções se acomode às circunstâncias. As orações que acompanham a cerimônia de Unção dos Enfermos sejam revistas a fim de corresponderem às várias condições dos enfermos que recebem este Sacramento” (SC, 75). O Sacramento da Unção dos Enfermos pode ser recebida mais de uma vez se necessário; se por acaso um doente grave que recebeu a Unção recuperar a saúde, pode, em caso de recair novamente em doença grave, receber de novo este Sacramento. Mesmo durante a mesma enfermidade grave, este Sacramento pode ser repetido se a doença se agravar. É também permitido que se receba a Unção dos Enfermos antes de uma cirurgia de alto risco, ou no caso de uma pessoa de idade avançada que vai ser operada, devido à idade avançada e fragilidade.

O Catecismo da Igreja relembra que: “É dever dos pastores instruir os fiéis sobre os benefícios deste Sacramento. Que os fiéis incentivem os doentes a chamar o sacerdote para receberem este Sacramento. Que os doentes se preparem para recebê-lo com boas disposições, com a ajuda de seu pastor e de toda a comunidade eclesial, que é convidada a cercar de modo especial os doentes com suas orações e atenções fraternas” (§1516).

Não se deve deixar que um doente grave venha a falecer sem receber a Unção dos Enfermos; muitas vezes isto acontece porque a família se descuida de cuidar espiritualmente do enfermo ou porque fica com medo de assustá-lo; o sacerdote saberá preparar o doente psicologicamente para receber o Sacramento em paz.

Prof. Felipe Aquino – www.cleofas.com.br


Professor Felipe Aquino é viuvo, pai de cinco filhos. Na TV Canção Nova, apresenta o programa “Escola da Fé” e “Pergunte e Responderemos”, na Rádio apresenta o programa “No Coração da Igreja”. Nos finais de semana prega encontros de aprofundamento em todo o Brasil e no exterior. Escreveu 73 livros de formação católica pelas editoras Cléofas, Loyola e Canção Nova. Página do professor: www.cleofas.com.br Twitter: @pfelipeaquino