Chamados a amar a Deus gratuitamente

A verdadeira religião consiste em amar de verdade

Estamos vivendo o Tríduo Pascal, nos aproximando da Páscoa. Se Jesus não tivesse ressuscitado, estaríamos perdidos, e como diz São Paulo: “seria vã a nossa fé!”

Em João 13, 1 está escrito: “Tendo amado os seus que estavam neste mundo, amou-os até o fim”, pois a crucificação era a morte mais vergonhosa que se podia experimentar naquele tempo. Não existia morte pior. Jesus nos ensina, com essa dor, que Ele sofreu por amor a nós. Muitas vezes, só procuramos o Senhor por causa das curas que Ele realiza, e nos perguntamos se Deus realmente nos ama por permitir que soframos assim. Quando olhamos para a cruz encontramos respostas para a nossa pergunta.

Romanos 5,2 nos ensina que não devemos duvidar do amor de Deus, mesmo em meio ao sofrimento. O pecado é a causa de toda a dor. Estejamos atentos para não nos deixarmos levar por ele [pecado]. Desejamos, muitas vezes, a justiça, mas precisamos olhar para Deus com maturidade, pois Ele é justo, contudo Ele é Pai e não paternalista, não encobre o que fazemos de errado. Deus é mais amor do que justiça.

Amemos ao Todo-poderoso apenas por um motivo: Ele é Deus, e só isso basta [para que O amemos]. Que seu coração seja sincero diante deste Amor; caso contrário, de nada valerá.

Na Sagrada Escritura, vemos que Jó era um homem muito rico, mas temente a Deus; satanás quis colocar o Senhor à prova, por isso o tentou. O que o demônio queria provar era que Jó amava ao Senhor por interesse. Deus, então, permitiu que o diabo o tentasse e fez com que ele perdesse tudo: sua casa, sua família, e, em meio a todo esse sofrimento, esse homem de fé disse: “Bendito seja Deus, Ele dá e Ele tira.” O demônio insistiu e quis ir contra a sua saúde física, deixando-o leproso. Jó, sendo um homem de fé, permaneceu fiel. Já que o Antigo Testamento é a prefiguração do Novo Testamento, Jó era a prefiguração, do Servo sofredor.

Deus quer ser amado por ser Deus, Ele dá a nós o acréscimo. Precisamos buscar a Deus e Ele cuidará de nós. Ele morreu por nós, devemos amá-Lo e dar-Lhe o primeiro lugar em nossa vida. O Senhor não quer ter o segundo lugar, não podemos tê-Lo como ocorre com os amantes, deixando-O em segundo plano. Ele não aceita ser o segundo. Não coloquemos nada e niguém no lugar que é d’Ele. Não caíamos nas garras do mundo dizendo que Deus não existe! Só podemos trocar um amor por um Amor maior. Então se Deus for o primeiro em sua vida, você não O trocará por nada. Jesus disse aos discípulos: “Se me amares, guardarás meus mandamentos.” No Decálogo, os três primeiros mandamentos são relativos a Deus. Respeitemos e honremos a Sua Lei. Devemos amar a Deus verdadeiramente.

Jesus sofreu tentações por nós, como ocorreu no deserto, Ele foi tentado como homem que também era. Sabemos que o espírito é forte, mas a carne é fraca. Vigiemos e oremos. No monte Cristo disse: “Não são aqueles que dizem Senhor, Senhor que serão salvos, mas aqueles que fazem a vontade do Pai, ou seja, não pecar”.

O Senhor Jesus não veio para nos tirar o sofrimento, mas para arrancar a raiz do pecado de nós, para isso teve que morrer na cruz e, assim, passar pelo sofrimento maior.

Quando no Horto das Oliveiras Jesus disse: “Pai, se for possível afasta de mim esse cálice”, Ele aceitou, plenamente, cumprir a vontade do Pai, mesmo sendo humilhado.

O Catecismo da Igreja Católica, no número 456, nos diz: “Não foram os judeus que mataram Jesus, mas sim cada um de nós, os nossos pecados”.

Por que o Verbo Divino se fez carne? Por nós homens e para a nossa salvação. Esse é o Amor de Deus por nós. Jesus assumiu a nossa culpa, portanto, a nossa culpa foi perdoada. Isso é amor puro! Sejamos católicos de verdade! Peçamos que Ele nos ensine a amá-Lo sem interesse, só pelo fato de Ele ser Deus. Essa é a nossa vida, tenhamos a fé dos mártires, amemos a Deus gratuitamente, assim como gratuitamente Ele nos amou.

Na noite em que Jesus mais sofreu, foi quando mais nos amou. Nessa mesma noite, aquele que também Ele amou o traiu, Judas. Este, no entanto, não acreditou no Amor de Jesus. Pedro também experimentou o Amor de Jesus, mas também O negou e por três vezes. Esse apóstolo, ao ver o que fez, se arrependeu profundamente. E em outra ocasião, quando Jesus, já ressuscitado aparece para ele, por três vezes disse que O amava.
A maior prova de amor que Deus nos deu foi se doar por nós.

Prof. Felipe Aquino


Professor Felipe Aquino é viuvo, pai de cinco filhos. Na TV Canção Nova, apresenta o programa “Escola da Fé” e “Pergunte e Responderemos”, na Rádio apresenta o programa “No Coração da Igreja”. Nos finais de semana prega encontros de aprofundamento em todo o Brasil e no exterior. Escreveu 73 livros de formação católica pelas editoras Cléofas, Loyola e Canção Nova. Página do professor: www.cleofas.com.br Twitter: @pfelipeaquino