“A minha felicidade será fazer-te feliz.”
Trecho extraído do livro: ”Problemas no Casamento”
Conheça o lançamento de Prof. Felipe Aquino:
Deus quis que existíssemos para participar de sua vida bem aventurada; nos criou “à sua imagem e semelhança” (Gn 1,26). E o Criador quis que a humanidade existisse “em família”, a união de um homem com uma mulher, vivendo no amor conjugal e gerando os filhos nesse mesmo amor.
E a base de tudo isso seria o casamento.
Depois de criá-los Deus os uniu. O homem sentiu-se insatisfeito, sozinho, porque não encontrava em todos os seres criados nenhuma criatura que o completasse. E Deus percebeu que “não é bom que o homem esteja só” (Gn 2,18).
Então, disse ao homem: “Eu vou dar-lhe uma ajuda que lhe seja adequada” (Gn 2,18), alguém que seja como você e que o ajude a viver. E fez a mulher. Retirou “um pedaço” do homem para criar a mulher (cf.Gn 2,21-22).
Nessa linguagem figurada, a Palavra de Deus quer nos ensinar que a mulher foi feita da mesma essência, dignidade e da mesma natureza do homem.
Santo Agostinho ensina que Deus, para fazer a mulher, não tirou um pedaço da cabeça do homem e nem um pedaço do seu calcanhar, porque a mulher não deveria ser chefe nem escrava do homem, mas “companheira e auxiliar”. Esse é o sentido da palavra que diz que Deus tirou “uma costela do homem” para fazer a mulher.
Ao ver Eva, Adão exclamou feliz: “Eis agora aqui o osso de meus ossos e a carne de minha carne” (Gn 2,23). Foi a primeira declaração de amor do universo. Adão se sentiu feliz e completo em sua carência. E Deus disse ao primeiro casal: “Por isso o homem deixa o seu pai e a sua mãe para se unir à sua mulher; e já não são mais que uma só carne” (Gn 2,24).
Estava criado o casamento que mais tarde Jesus vai transformar em sacramento. Ele fez questão de acrescentar: “Portanto, não separe o homem o que Deus uniu” (Mt 19,6).
E Deus disse ao casal: “Crescei e multiplicai-vos, enchei a terra e submetei-a” (Gn 1,28). Aqui está o sentido mais profundo do casamento: “crescei e multiplicai”. Deus quer que o casal, na união profunda do amor, cresça e se multiplique nos seus filhos; e daí surge a família, a mais importante instituição da humanidade; a célula principal do plano de Deus para os homens; e ela surge com o matrimônio.
Como a família e o casamento estão na base de todo o plano de Deus para a humanidade, se eles forem destruídos, a humanidade sofrerá muito.
Há uma concepção falsa hoje de “família” e de “casamento” que não está de acordo com a vontade do Criador. Há “famílias alternativas” que no plano de Deus não são famílias bem como os “casamentos alternativos”.
Quanto mais o casamento se afastar do plano de Deus, e quanto mais a família se desfigurar da imagem original que Deus lhe deu, tanto mais a humanidade vai sofrer. E hoje colhemos os frutos amargos da destruição deste belo plano de Deus.
Quando o homem se arvora em “senhor do bem e do mal” e quer ocupar o lugar de Deus, sofre e morre.
Sabemos que infelizmente o pecado original feriu a humanidade; o homem virou as costas para Deus, e por causa disso o sofrimento e a morte entraram no mundo. São Paulo deixou claro que “o salário do pecado é a morte” (Rm 6,23).
O pecado atingiu todas as realidades da vida humana, e de modo especial o casamento e a família. Sem o pecado não haveria a desarmonia do homem consigo mesmo, com a natureza, com Deus e com a mulher.
O pecado gerou o desentendimento. O seu nome é egoísmo, vaidade, orgulho, autossuficiência, arrogância, ganância, impureza, adultério, gula, ira, inveja, preguiça, maledicência, etc. Tudo que divide a família e afasta a pessoa humana de Deus.
Por isso hoje, o casamento têm tantos problemas, porque foi ferido pelo pecado que engendra a briga, a discussão, a violência, o crime, e elimina o amor que deveria ser permanente entre marido e mulher. É a realidade de cada casal.
São Paulo mostrou bem na Carta aos Romanos a dura realidade do pecado que temos de enfrentar: “Sabemos, de fato, que a lei é espiritual, mas eu sou carnal, vendido ao pecado. Não entendo, absolutamente, o que faço, pois não faço o que quero; faço o que aborreço. E, se faço o que não quero, reconheço que a lei é boa. Mas, então, não sou eu que o faço, mas o pecado que em mim habita. Eu sei que em mim, isto é, na minha carne, não habita o bem, porque o querer o bem está em mim, mas não sou capaz de efetuá-lo. Não faço o bem que quereria, mas o mal que não quero. Ora, se faço o que não quero, já não sou eu que faço, mas sim o pecado que em mim habita. Encontro, pois, em mim esta lei: quando quero fazer o bem, o que se me depara é o mal. Deleito-me na lei de Deus, no íntimo do meu ser. Sinto, porém, nos meus membros outra lei, que luta contra a lei do meu espírito e me prende à lei do pecado, que está nos meus membros. Homem infeliz que sou! Quem me livrará deste corpo que me acarreta a morte?… Graças sejam dadas a Deus por Jesus Cristo, nosso Senhor!” (Rm 7,14-25).
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