“O bom catequista é aquele que ensina esta “verdade que salva”, que Cristo depositou no coração da Igreja para ser o remédio contra todos os males”
Desde o início do cristianismo a Catequese foi a base da formação do povo. O catecumenato durava três anos para os adultos, sendo os catecúmenos batizados na vigília pascal. Ela é o meio básico da Igreja para “fazer discípulos de Jesus”, para ajudar os homens a crerem que Jesus é o Filho de Deus, e por meio da fé, ter a vida em Seu nome, formando o Corpo de Cristo.
A catequese é a educação da fé das crianças, dos jovens e dos adultos, de maneira orgânica e sistemática, para levar à vida cristã. É o primeiro anúncio do Evangelho para suscitar a fé; ensinando as verdades básicas contidas no Credo, os Sacramentos, a moral cristã baseada nos Dez Mandamentos e a espiritualidade nas orações. O Catecismo é o texto básico para os catequistas.
O Papa Bento XVI disse um dia que o pior problema do povo católico é a ignorância religiosa. Muitos católicos não conhecem a bela doutrina católica e por isso muitos são enganados pelas seitas e igrejas que não foram fundadas por Jesus Cristo. Temos uma bela doutrina de dois mil anos, revelada por Cristo, amadurecida no sangue dos mártires, nas orações dos santos, na sabedoria dos doutores, dos papas, etc., mas muitos não a conhecem.
No passado os filhos aprendiam o Catecismo com os pais em primeiro lugar, porque eles são “os primeiros catequistas dos filhos”; mas hoje, infelizmente, muitas crianças são criadas sem um dos pais ou com pais que também não conhecem a “sã doutrina da fé” (Tt 1,9; 2,1; 1 Tm 4,6; 6,20), que leva à salvação. O nosso Catecismo afirma que “a salvação está na verdade” (n.851) e São Paulo revela que “a Igreja é a coluna e o fundamento da verdade” (1 Tm 3,15).
Então, o bom catequista é aquele que ensina esta “verdade que salva”, que Cristo depositou no coração da Igreja para ser o remédio contra todos os males. Portanto, ninguém pode ensinar às crianças, jovens e adultos o que quer, mas o que a Igreja ensina. Nenhum de nós ensina por própria conta e risco, não, somos todos enviados por Cristo através da Igreja.
O Papa João Paulo II disse um dia que: “A preocupação constante de todo o catequista, seja qual for o nível das suas responsabilidades na Igreja, deve ser a de fazer passar, através do seu ensino e do seu modo da comportar-se, a doutrina e a vida de Jesus Cristo. Assim, há de procurar que a atenção e a adesão da inteligência e do coração daqueles que catequiza não se detenha em si mesmo, nas suas opiniões e atitudes pessoais; e sobretudo não há de procurar inculcar as suas “opiniões e opções pessoais”, como se elas exprimissem a doutrina e as lições de vida de Jesus Cristo. Todos os catequistas deveriam poder aplicar a si próprios a misteriosa palavra de Jesus: “A minha doutrina não é minha mas d’Aquele que me enviou” (João 7,16). É isso que faz São Paulo, ao tratar de um assunto de grande importância: “Eu aprendi do Senhor isto, que por minha vez vos transmiti» (1 Cor 11,23).
O Catecismo da Igreja – disse o Papa João Paulo – é o “texto de referência” da fé católica para quem quer conhecer o que a Igreja crê e ensina. Ele contém de modo orgânico o ensino da Sagrada Escritura, da Tradição viva da Igreja e do Sagrado Magistério que Cristo deixou para preservar a “sã doutrina” de ser deturpada. Ele nos traz dois mil anos de vida da Igreja, ensinamento dos santos e santas, dos papas e doutores, com toda a inspiração do Espírito Santo.
O catequista hoje é alguém mais do que nunca fundamental na vida da Igreja para sobretudo formar as crianças e jovens, mas também recuperar o atraso do povo de Deus em conhecer aquilo que Cristo nos ensina.
Prof. Felipe Aquino