O amor à Pátria

Em nosso hino da Liberdade cantamos: “Ou ficar a pátria livre ou morrer pelo Brasil”. Mas o que é “ficar a pátria livre” hoje?

Não é mais vê-la livre das invasões por parte de outros povos; mas ver a pátria livre dos seus males. De onde vem a corrupção deslavada e institucionalizada? Vem sim dos saqueadores do erário público, mas também de cada um que aceita burlar as leis para tirar vantagens ilícitas. Sem construir o homem não é possível construir o mundo.

Infelizmente, na mente de muitos, foram apagadas as importantes palavras: PÁTRIA e CIDADANIA. Evaristo da Veiga nos ensinou a cantar: “Já podeis, da pátria filhos, ver contente a mãe gentil: Já raiou a liberdade no horizonte do Brasil”! Devemos trocar hoje a palavra “liberdade” por “honestidade”?

Tornar a pátria livre é hoje lutar por uma cruzada de honestidade privada e pública, integridade e retidão ética. A pátria só será livre de fato se houver comprometimento moral e ações virtuosas de todos os cidadãos, especialmente dirigentes honestos, sábios e preparados.

O civismo exige que não se vote em patifes, aqueles dispostos a saquear o patrimônio da nação, aqueles, como disse o Marquês de Maricá, que têm “muito patriotismo na boca, mas grande ambição no coração”.

Para tornar a pátria livre e grande é preciso que cada brasileiro se conscientize que é preciso trabalhar honestamente, de modo competente para o engrandecimento do país. A pátria somos todos nós, uns ajudando aos outros, fazendo a sociedade mais humana.

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A Nação exige a existência de leis razoáveis que assegurem os direitos de todos. Por isso, os governantes devem zelar pela sua observância e os cidadãos devem respeitá-las.

Para que a Pátria seja de fato livre, a sua legislação não pode ser contrária aos princípios da lei natural e aos Mandamentos de Deus, pois as leis humanas devem ter por fundamento as normas divinas. “Feliz a nação cujo Deus é o Senhor!”.

Quem não ama a sua Pátria, traindo-a com sua má conduta, é um filho ingrato. Quem não admira a sua pátria é um despatriado. Quem não a ama, com a sua origem religiosa e com as suas vitórias no campo da honra, não tem valor moral e é um perigo para toda a sociedade.

O “7 de setembro” deve ser um dia de reflexão, de renovar o amor ao Brasil, esta terra maravilhosa de Santa Cruz. Tudo depende de cada um de nós. Deus nos deu tudo que precisamos, falta apenas fazer a nossa parte.

A Igreja ensina que “É dever dos cidadãos colaborar com os poderes civis para o bem da sociedade, num espírito de verdade, de justiça, de solidariedade e de liberdade. O amor e o serviço à pátria derivam do dever de gratidão e da ordem de caridade. A submissão às autoridades legítimas e o serviço do bem comum exigem que os cidadãos cumpram seu papel na vida da comunidade política”. (CIC, § 2239)

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“A submissão à autoridade e a corresponsabilidade pelo bem comum exigem moralmente o pagamento de impostos, o exercício do direito de voto, a defesa do país: Dai a cada um o que lhe é devido: o imposto a quem é devido; a taxa a quem é devida; a reverência a quem é devida; a honra a quem é devida (Rm 13,7)” (CIC, §2240).

O Apóstolo nos exorta a fazer orações e ações de graça pelos que exercem autoridade, “a fim de que levemos uma vida calma e serena, com toda piedade e dignidade” (1 Tm 2,2).

Mas as autoridades precisam aprender o que disse o Papa Francisco: “autoridade significa serviço”. Servir a Nação, e não se servir dela.

Prof. Felipe Aquino


Professor Felipe Aquino é viuvo, pai de cinco filhos. Na TV Canção Nova, apresenta o programa “Escola da Fé” e “Pergunte e Responderemos”, na Rádio apresenta o programa “No Coração da Igreja”. Nos finais de semana prega encontros de aprofundamento em todo o Brasil e no exterior. Escreveu 73 livros de formação católica pelas editoras Cléofas, Loyola e Canção Nova. Página do professor: www.cleofas.com.br Twitter: @pfelipeaquino