São João Bosco, muitas vezes, recebia as mensagens e inspirações de Deus através de sonhos. Ainda pequeno, recebeu de Nossa Senhora Auxiliadora, a indicação de sua vocação de trabalhar com os meninos que viviam no vício e na delinquência. Já sacerdote, conduzindo a sua Congregação, fundada sob o patrocínio de São Francisco de Sales, teve uma visão que marcou a sua vida e a da Igreja.
Em sonho viu uma grande embarcação que navegava em um oceano agitado. As ondas do mar estavam encarpeladas pelo vento e batiam furiosas contra a embarcação que se agitava de um lado para o outro, no meio de uma batalha que se travava. Aproximando o olhar, D. Bosco percebeu que quem estava no timão, no comando da nau, era o Papa, com as suas vestes características, pilotando diligentemente para que a Barca seguisse o seu rumo.
Mas o vento tornava-se mais forte e as ondas do mar agitavam-na furiosamente, a ponto de quase fazê-la naufragar. Quando o perigo aumentava, D.Bosco percebeu que de cada lado da nau surgiu uma coluna, as quais impediam o naufrágio. Aproximando o olhar, percebeu que em cima de uma das colunas estava a Hóstia num ostensório dourado, e na sua base estava escrito: “Salus credentium” (Salvação dos que creem); e no alto da outra coluna, estava a imagem de Nossa Senhora. Na base da coluna estavam as palavras: “Auxilium Christianorum” (Auxiliadora dos Cristãos).
Ao acordar, D. Bosco percebeu que Deus lhe havia mostrado a realidade da Igreja Católica neste mundo. Ela é a nau de Cristo, dirigida por Pedro, o Papa, para conduzir-nos ao Céu. O mar agitado pelos ventos são todas as dificuldades, ataques, heresias, perseguições, das quais a Igreja nunca esteve livre, de uma forma ou de outra. E como auxílios celestes, para ela poder seguir a sua caminhada nesta terra, sem naufragar nas ondas impetuosas do pecado, foi-lhe dada a Eucaristia, Maria e o Papa. São suas salva-guardas. Eis aí os sinais fortes da catolicidade:
Jesus Eucarístico na Hóstia consagrada; Maria, “a Mãe do Meu Senhor”, como disse Isabel (Lc 1,43); e o Santo Padre, o Papa, Vigário do Senhor. Foi o próprio Jesus quem deixou a Eucaristia, Maria e o Papa à Sua Igreja, a fim de cumprir a promessa feita a Pedro: “(…) E as portas do inferno jamais prevalecerão contra ela” (Mt 16,18).
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A primeira dádiva de Jesus para nós foi o Papa:
“Tú és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha Igreja”. “A minha Igreja…” A Igreja de Jesus é Única e Una, é a Igreja de Pedro, que hoje se chama João Paulo II. Só ele e seus sucessores ouviram essas palavras inefáveis:
”Eu te darei as chaves do reino dos céus: Tudo o que ligares na Terra será ligado nos céus, e tudo o que desligares na Terra será desligado nos céus” (Mt 16,19). Na pessoa do Papa, Jesus guia a sua Igreja, com infalibilidade, mantendo-a unida numa só fé, num só governo, numa só doutrina, numa só liturgia, num único Corpo. Outra dádiva de salvação que Ele nos deixou foi a Eucaristia. Ele próprio presente nas espécies do pão e do vinho, para ser, “em Pessoa”, o remédio e o sustento da nossa vida.
Nós ouvimos essas palavras: “Isto é o meu corpo” (Mc 14,22). “Este é o meu sangue” (Mc 14,24). Esta é a maior prova do amor de Jesus por nós; Ele próprio dado a nós. Por fim, pregado na cruz, com lábios de sangue, Jesus entregou-nos a última dádiva de Salvação, a Sua própria Mãe. Cada um de nós ouviu no Calvário esta palavra memorável, doce, inesquecível: “Eis aí a tua Mãe” (Jo 19,27).
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Nenhum filho é feliz sem a sua mãe. Ele nos deu a sua própria Mãe! Que amor por nós! Quem rejeita o Papa, a Eucaristia e Maria, rejeita o próprio Senhor, pois rejeita as suas dádivas mais preciosas para a garantia da nossa salvação. Percebemos que hoje, mais do que nunca, o mundo e o seu príncipe diabólico investem furiosamente contra essas três “colunas”, porque sabem que são a grande força e proteção da Igreja. Mas todo esse ataque é inútil, pois sabemos que são Três colunas invencíveis. Todos os que se atirarem contra elas se verão despedaçados (…). Os inimigos da Igreja combatem furiosos essas santas dádivas, sem perceber que atiram pedras no próprio Senhor. Essas são as colunas inexpugnáveis.
Prof. Felipe Aquino