São Benedito morreu há mais de 400 anos, mas continua sendo um exemplo atual de como viver a santidade, que nunca envelhece!
São Benedito é um santo muito conhecido e amado em todo o Brasil, especialmente por sua simplicidade, generosidade e seus muitos milagres. A prova disso são as numerosas igreja e capelas dedicadas a ele. Isto não aconteceu por acaso; foi uma vida toda dedicada a Deus e aos homens. Morreu para si mesmo para viver para Deus e para os irmãos. Ele morreu há mais de 400 anos, em 1589, mas continua sendo um exemplo atual de como viver a santidade, que nunca envelhece.
São Benedito está mais vivo do que nunca. Quanto mais a humanidade se afasta de Deus, mais urgente é conhecer a vida dos que viveram em comunhão com Ele. Uma vida de penitência, oração, mortificação e amor aos irmãos. Um homem que viveu perfeitamente o Evangelho.
Nos rigorosos processos de beatificação e canonização foi atestado com juramento, por inúmeras testemunhas, que Benedito era inculto, analfabeto e filho de escravos. Mas tinha o dom da ciência infusa.
Mesmo sendo analfabeto, ignorante das letras, e filho de escravos, aconselhou sabiamente doutores, políticos e autoridades de seu tempo. Poderosos iam até ele pedir suas orações, conselhos e poderosa intercessão diante de Deus. Repleto dos dons infusos do Espírito Santo (sabedoria, ciência, inteligência, conselho, fortaleza, piedade e temor de Deus), impressionava a todos.
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Conheça 3 de muitos dos milagres que realizou:
O milagre dos peixes
Entre os muitos milagres de São Benedito, na cozinha, ficou famoso o milagre dos peixes. Os frades de todos os lugares tinham se reunido no convento de Santa Maria de Jesus para o Capítulo Provincial. Era um inverno rigoroso o que os impedia de pedir esmolas na região, e os alimentos que tinham era pouco para tanta gente. Segundo a tradição, São Benedito pediu aos irmãos que enchessem as vazias com água e as cobrissem com tábuas. Retirou-se para a sua cela e passou a noite em oração. De manhã mandou que tirassem as tábuas e pegassem os peixes grandes que ali estavam em grande quantidade.
A refeição preparada pelos anjos
Outro milagre aconteceu quando o Arcebispo de Palermo, Dom Diogo d’Abedo, que anualmente se dirigia ao Convento de Santa Maria para alguns dias de retiro, ali estava. Gostava daquele pedaço silencioso e ameno de sua Arquidiocese, e muito o encantava a virtude dos frades. Certa vez, resolveu passar o Natal no Convento. Conhecendo muito bem a pobreza dos frades, levou consigo uma boa provisão de alimentos.
Na Missa da manhã do dia de Natal, Frei Benedito se aproximou da comunhão com muito fervor. Após a comunhão, se põs a contemplar um quadro que ficava ao lado do altar-mor da capela do mosteiro. Era uma imagem do Menino Jesus. E contemplando aquela imagem, permaneceu ali por muito tempo, esquecendo-se dos deveres da cozinha… Estava para começar o almoço do meio-dia. O Superior dirigiu-se à cozinha. O fogo ainda estava apagado. E ninguém na cozinha!
Já era meio dia e todos procuravam Benedito. A Missa já estava terminando e o almoço para a comunidade e o arcebispo não estava pronto. Ficaram todos confusos, ao saber que o fogo nem estava aceso ainda. E ninguém encontrava o frei Benedito no convento. Até que, enfim, foram encontrá-lo no coro da igreja, ao lado do altar, a contemplar o quadro do Menino Jesus.
Um frade o chamou ansioso. O santo, como que acordando de um êxtase, diz calmo e sorridente: “Não se aflija, meu Irmão!”. E permaneceu calado até terminar a Missa. Estavam todos revoltados com o descaso do “frade negro”. Que vergonha iria passar o convento! Que desculpas dariam ao arcebispo?
O Santo cozinheiro, com paciência e doçura, ouviu as injúrias que lhe faziam. Calou-se. Acendeu o fogo e pôs-se de joelhos. E assim o encontrando novamente, disseram: “Este Irmão cozinheiro ainda a rezar? Que absurdo! Hoje não se almoçará no convento! Que vergonha para a comunidade diante do arcebispo!
Ordenou frei Benedito: “Mandem tocar a sineta para o almoço!”.
Na hora exata da refeição a campainha foi tocada. Neste ínterim, alguém viu na cozinha dois moços belos, com aparência de uns dezoito anos, que acabavam de preparar os últimos pratos e os deixaram prontos, cheirosos e apetitosos, para serem servidos.
Em pouco tempo, Frei Benedito e os dois anjos prepararam miraculosamente o almoço. E o que todos viam, era inacreditável!
O sangue dos pobres
Quando São Benedito era cozinheiro do convento de Santa Maria, trabalhavam com ele alguns Irmãos leigos e clérigos, que desperdiçavam o pão. O Santo os advertia, dizendo-lhes que o pão que sobra é dos pobres! “É sangue dos pobres, ouviram?”. Mas não adiantava seus pedidos, continuavam a desperdiçar pão. Um dia, São Benedito tomou uma esponja com a qual se limpavam os pratos e que estava com migalhas de pão e, diante dos Irmãos, apertou na mão a esponja, e todos viram escorrer muito sangue das migalhas de pão. Os noviços se arrependeram e pediram perdão a Deus.
Depois da morte de São Benedito, o Inquisidor Apostólico mandou pintar um quadro para representar este fato. Nele está a imagem de São Benedito com a túnica feita de folhas de palmeiras que usava, espremendo a esponja da qual sai sangue. Este quadro foi para a Espanha. Uma cópia do mesmo se encontra em Portugal, na capela dos Nery. No processo sobre o culto, várias testemunhas, em 1715, atestaram ter visto várias cópias do célebre quadro em várias igrejas da América. (Brandão, 1983)
Prof. Felipe Aquino