“O Brasil precisa de santos; o Brasil precisa de muitos santos!” As palavras de 1991 do São João Paulo II ainda ecoam forte, a ensinar que santidade não é algo distante, estranho a nossa realidade.
O saudoso papa polonês se empenhou nesse sentido, proclamando santos e beatos mais que todos os papas juntos que o antecederam desde 1538. “Se a Igreja de Cristo não é santa, não é a Igreja de Cristo”, dizia João Paulo II. O Cardeal português José Saraiva Martins, prefeito da “Congregação para a Causa dos Santos”, afirma que a igreja não canoniza muitos santos, citando o ex papa que via nesse ato uma aplicação do Concílio Vaticano II.
São João Paulo II ao pedir santidade ao Brasil, não pensava, é claro, nos santos, digamos, oficiais. Mas numa Igreja chamada à semelhança com Deus que é santo, numa “santidade fundamental da Igreja, também na vida dos leigos”, capaz de gerar frutos de justiça e paz. No entanto, é inegável a importância para a comunidade cristã, especialmente para os mais novos, de modelos, de pessoas que viveram a nossa realidade, pisaram o nosso chão e venceram. A Igreja, então, com muito cuidado e zelo, analisa a vida de seus fiéis com fama de santidade, sendo a canonização a sentença definitiva pela qual o Papa insere no “Catálogo dos Santos” alguém já proclamado Bem-aventurado, podendo lhe ser prestada veneração.
Processo que pode demorar muitos anos. Seu início só pode acontecer cinco anos após a morte da pessoa.
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Todos os cristãos são chamados a viver a santidade
Um Santo viveu entre nós – São João Paulo II
“O Brasil precisa de santos. Muitos santos!”
A santidade é a vocação do cristão
Santidade verde-amarela
A lista de brasileiros com fama de santidade é longa. Mas fica pequena perto do cotidiano de tantas e tantas pessoas que dedicam sua vida aos outros, a um mundo melhor, à evangelização. São irmãs, padres, advogados, jovens, mártires, deficiente-físico, analfabeta. Manuel, Albertina, Mariano, Marias, Josés. Alguns conhecidos como o jesuíta José de Anchieta. Outros nem tanto, como o coroinha Adílio. Mas em suas regiões atraem muitos em peregrinação, como Nhá Chica, no sul de Minas, Frei Damião no nordeste ou Padre Donizetti no interior de São Paulo.
De uma época já um pouco distante, como os chamados Protomártires do Brasil, martirizados no Rio Grande do Norte por holandeses e índios em 1645, ou recentes, que chegaram a conviver conosco, como o “anjo bom da Bahia”, irmã Dulce, o redentorista radialista Padre Vitor Coelho e o sacerdote mineiro Alderige Torriani.
Muitos não nasceram aqui, mas adotaram nossa terra, como o polonês padre Rodolfo Komorek; salesiano, morou em Lavrinhas, SP, no Colégio São Manuel, hoje uma casa Canção Nova de pré-discipulado (fase de iniciação da comunidade). Morando alí, padre Rodolfo deixou sinais da santidade de Deus: há relatos de bilocação (estar em dois lugares ao mesmo tempo) e até do polonês ter andado na chuva sem se molhar… Na década de 40 contraiu uma grave doença. A tuberculose o levaria a São José dos Campos, então uma estância de tratamento da doença. Analisado por um renomado médico, Nelson D’Avila, foi lhe dado apenas três meses de vida e recomendação de repouso absoluto. Viveu por nove anos na cidade fazendo atos de caridade e celebrando missas no sanatório…
Santidade nas pequenas coisas
O tema santidade também é abordado insistentemente por Monsenhor Jonas Abib, ao ponto de se cunhar a frase/lema: “Ou Santos ou nada”. O fundador da Comunidade Canção Nova dedicou seu apostolado nos meios de comunicação, junto aos jovens, para se superar o conceito de que santidade é algo distante, própria de pessoas estranhas ou de super-heróis. Ao contrário, espalhou a semente do trabalho santificado, em que cada ação se torna uma oração. Muito ao estilo de São João Bosco que ensinava aos seus meninos que a santidade consiste em fazer bem as pequenas coisas do dia a dia. São Domingos Sávio é fruto desse “modelo” de santidade. Uma santidade que veste camiseta e calça jeans e nada tem de enfadonho ou triste. Pois Dom Bosco também dizia: “um santo triste é um triste santo”…
Prof. Felipe Aquino
Osvaldo Luiz