O Papa João Paulo II ao final de sua vida, quando sofria muito, disse: “Quanto mais se sofre, mais é preciso rezar”. Foi o próprio Senhor quem mandou “rezar sempre e nunca desanimar” (cf. Lc 18,1); foi Ele quem prometeu que toda oração feita em seu nome seria atendida (cf. Jo 16,23s). Ele não falha; todavia a hora de Deus nem sempre é a nossa hora:
“Ele diz: Eu te ouvi no tempo favorável e te ajudei no dia da salvação” (2 Cor 6,2; cf. Is 49,8).
Sem oração é impossível caminhar na fé e fazer a vontade de Deus. O Senhor Jesus nos manda: “orar sempre sem jamais deixar de fazê-lo” (Lc 18,1), e São Paulo nos recomenda: “Orar sem cessar” (1 Ts 5,17).
A oração é para a alma o que o ar é para o corpo.
Jesus é muito claro sobre tudo isto: “Sem Mim nada podeis” (Jo 15,5). A oração pode mudar todas as coisas; o arcanjo Gabriel disse à Maria: “Para Deus nada é impossível” (Lc 1,37). “Tudo é possível ao que crê” (Mc 9,23), nos garantiu o Senhor. E mais, “pedi e vos será dado” (Lc 11,9). “Tudo o que pedirdes na oração, crede que o tendes recebido, e ser-vos-á dado” (Mc 11,24).
São Paulo recomenda com insistência: “Orai em todo o tempo” (Ef 6,18), “perseverai na oração” (Cl 4,2), “orai sempre e em todo o lugar” (1 Tm 2,8). “Antes de tudo recomendo que se façam súplicas, orações, petições, ações de graças por todos os homens […]” (1 Tm 2,1). Além do mais, o próprio Senhor nos deu o exemplo:
“Entretanto espalhava mais e mais a sua fama, e concorriam grandes multidões para ouvi-lo e ser curadas das suas enfermidades. Mas ele costumava retirar-se a lugares solitários para orar” (Lc 5,15-16).
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Defeitos a se evitar na oração
Há muitas formas de oração e todas elas são boas, desde que sejam feitas ‘com o coração’, como nos tem pedido insistentemente a grande Mãe de Deus.
Escrevi um livro com as orações mais belas que a Igreja guardou em seu coração nestes dois mil anos: “Orações de todos os tempos da Igreja”; nele você irá encontrar profundas orações para todos os dias e para ocasiões próprias. Se você não sabe rezar, abra este livro e deixe Deus falar ao seu coração. O grande pregador de Notre Dame de Paris, padre De Ravignân S.J., dizia:
“Meus queridos amigos, acreditem-me, depois da experiência de 30 anos de ministério, eu sinto o dever de notificar e testemunhar o seguinte:
Todas as defecções e todas as deficiências; todas as misérias e todas as falhas; todas as quedas assim como os passos mais horríveis fora do caminho reto, tudo isto deriva de uma única fonte: falta de constância na oração.
Vivam uma vida de oração; aprendam a transformar qualquer coisa na oração, quer os sofrimentos, quer as dores e qualquer tipo de tentação.
Rezem na calma e na tempestade, rezem à noite como ao longo do dia, rezem indo e voltando, rezem embora se sintam cansados e distraídos.
Rezem também a contragosto e peçam a Jesus que agoniza no Jardim das Oliveiras e no Calvário aquela força e aquela coragem de rezar que Ele nos mereceu com suas dores e seu sangue.
Rezem, porque a oração é a força que salva, a coragem que dá a perseverança, a mística ponte lançada por Deus sobre o abismo que separa a alma de Deus”.
No processo de beatificação de Dom Bosco, um dos inquisidores perguntou: “Quando Dom Bosco rezava; ele era tão ocupado?” Ao que o defensor respondeu: “Seria melhor perguntar quando é que Dom Bosco não rezava! O dia todo ele estava em estado de oração”.
Nada melhor do que ir rezar diante de Jesus no Sacrário, ou Tabernáculo. Ele está ali, como vítima de Amor oferecida permanentemente ao Pai, por cada um de nós. Não foi Ele mesmo que disse: “Vinde a Mim, vós que estais cansados e sobrecarregados, e eu vos aliviarei […]” (Mt 11,28).
Já vi muitos receberem graças diante do Sacrário. Vi jovens deixarem as drogas, vi mulheres recuperarem seus maridos, vi doenças serem curadas.
Os homens são consoladores inoportunos, disse Jó.
Vamos ao Sacrário, com fé, lembremo-nos da viúva de Naim, de Lázaro morto e ressuscitado, dos leprosos curados, de Madalena perdoada, da hemorroísa, do cego Bartimeu…
No Sacrário Ele nos espera; permite que nós mesmos marquemos a hora; Ele está sempre à disposição, a qualquer hora.
Tenho comigo que qualquer problema pode ser resolvido quando vamos ao Sacrário. Diante do Santíssimo tudo pode ser resolvido. Se não for do jeito que queremos, será segundo a vontade de Deus, que será melhor para nós.
Na capela do Santíssimo, onde faço adoração diária, muitos me pedem orações: “reze por mim, meu marido morreu”; “reze por mim, meu marido me deixou”; “reze por mim, meu filho está preso…”.
E os pedidos continuam. Resolvi chamar aquele lugar de “Capela das lágrimas”, pois ali, muitos, especialmente as mulheres, vêm derramar as lágrimas diante de Jesus.
Elas estão certas: “Vinde a Mim, disse o Mestre”. Não se canse de incomodar o Mestre. Ele quer ser incomodado. Lembre-se que Ele contou o fato daquele homem que recebeu um amigo à meia noite, e foi na casa do vizinho pedir pão para o amigo. O vizinho já estava dormindo e não quis atender o outro. (cf. Lc 11,5s)
“E eu vos digo: pedi, e dar-se-vos-á; buscai, e achareis; batei, e abrir-se-vos-á. Pois todo aquele que pede, recebe; aquele que procura, acha; e ao que bater, se lhe abrirá” (Lc 11,8-10).
Na hora da dor, refugie-se também nas santas chagas de Jesus. As chagas de Jesus são refúgio seguro. São Boaventura dizia: “Se eu nada mais puder fazer meu Jesus, procurarei as vossas chagas e aí permanecerei”.
Dom Bosco dizia que se quisermos muitas graças devemos ir ao Sacrário muitas vezes; se quisermos poucas graças, basta visitá-lo poucas vezes; mas, se não quisermos graça alguma, basta nunca visitarmos a Jesus sacramentado. A decisão é nossa!
Prof. Felipe Aquino