A Suprema Corte dos EUA, em 26.06.2015, aprovou a união conjugal de pessoas do mesmo sexo. Infelizmente, esta decisão não foi surpresa. São Paulo dizia que: “o deus deste século cega as mentes daqueles que não acreditam” (2 Cor 4,4). A mesma Corte já tinha aprovado o aborto há mais de quarenta anos. Aos poucos a Lei de Cristo vai sendo pisada pelos homens, cada vez mais.
Segundo a imprensa, “Nova York comemorou a decisão da Suprema Corte em Dia do Orgulho Gay histórico, e que a multidão ergue bandeiras nas cores do arco-íris durante Parada do Orgulho Gay em NY”.
No embalo da repercussão dessa decisão, Mark Zuckerberg, um dos fundadores do Facebook, anunciou que faria nesta rede social uma homenagem ao evento, uma ferramenta baseada em uma funcionalidade que transformaria a foto principal do perfil em um arco-íris. Conclusão, cerca de 26 milhões de pessoas usaram o programinha e se coloriram; e de uma forma ou de outra, aprovaram, então, essa maneira de expressar socialmente seu apoio a favor do casamento entre pessoas do mesmo sexo. Inclusive, muitos católicos se “solidarizaram” a esta mentalidade que defende a chamada “causa do amor livre”, aderindo também a esta “homenagem” em seus perfis no Facebook, definido suas fotos de perfil com as cores do arco-íris, marca do movimento LGBT’s. Ora, isso é preocupante!
Notamos também o apoio a esta medida anticristã, da Presidente do Brasil, da imprensa e da cultura. E as consequências serão grandes e nefastas.
Antes de qualquer coisa, isso tudo, é um alerta para que no Brasil, juntemos nossas forças, católicos e evangélicos, 95% do povo brasileiro, para não permitir que isso aconteça entre nós. Nenhuma ideologia ou Corte Suprema, humana, tem autoridade de redefinir o casamento entre homem e mulher, como Deus instituiu. Bento XVI disse que “nenhuma ideologia pode cancelar do espírito humano a certeza de que só existe matrimônio entre duas pessoas de sexo diferente, que através da recíproca doação pessoal, que lhes é própria e exclusiva, tendem à comunhão das suas pessoas.” Paulo VI disse que o homem e a mulher, unidos em Deus, são a nascente da vida.
São Paulo disse que “de Deus não se zomba” (Gal 6,7) e o Profeta Isaías avisava: “Ai daqueles que ao mal chamam bem, e ao bem, mal, que mudam as trevas em luz e a luz em trevas, que tornam doce o que é amargo, e amargo o que é doce!” (Is 5,20).
Infelizmente, a nossa cultura ocidental cristã, vai dando lugar ao ateísmo prático e ao relativismo moral, cada vez mais, enquanto os cristãos não se mobilizam de modo suficiente para impedir isso. O Papa São João Paulo II já tinha dito que “é na família que se decidirá o futuro da humanidade”. É nela que se travará o combate! O casamento e a família são o campo de batalha onde os inimigos de Deus procuram destruir a civilização cristã.
São Paulo, no primeiro capítulo da Carta aos Romanos, mostra a ação de Deus ao reprovar a imoralidade sexual e homossexual: “Por isso, Deus os entregou aos desejos dos seus corações, à imundície, de modo que desonraram entre si os próprios corpos… Por isso, Deus os entregou a paixões vergonhosas: as suas mulheres mudaram as relações naturais em relações contra a natureza. Do mesmo modo também os homens, deixando o uso natural da mulher, arderam em desejos uns para com os outros, cometendo homens com homens a torpeza, e recebendo em seus corpos a paga devida ao seu desvario.” (Rom 1,24-27).
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Agenda de gênero, uma agenda bem programada!
Você já ouviu falar sobre a “Ideologia de gênero”?
O Perigo da Ideologia de Gênero
Uma catequista de Crisma me dizia: “Se um dos meus pais fosse homossexual e adepto do casamento com pessoas do mesmo sexo, com certeza, eu não teria vindo ao mundo”. Um só casal natural, heterossexual, é capaz de fazer mais do que todos os outros pares do mesmo sexo juntos: gerar filhos.
Amemos nossos irmãos que carregam a tendência homossexual, o que não é pecado, e rezemos por eles, a fim de vivam na castidade como pede a Igreja, e cheguem à perfeição cristã (cf. Catecismo §2357-8).
Não tenhamos medo de proclamar firmemente a verdade de Deus, de maneira inabalável em Cristo.
É falaciosa a acusação de que, sobre as uniões de pessoas do mesmo sexo, aqueles que se posicionam contra sejam movido por preconceito ou fundamentalismo religioso, pois o matrimônio formado por um homem e uma mulher não é apenas de ordem religiosa, mas natural. Então, querer excluir os cristãos desse debate é pura discrimação laicista e que fere a ordem jurídica da sociedade.
Quando a Igreja defende a moral contra o que não é natural, não o faz por dogmas, mas por fidelidade à razão. Bento XVI no seu discurso ao Parlamento Alemão disse: “o cristianismo nunca impôs ao Estado e à sociedade um direito revelado, um ordenamento jurídico derivado duma revelação. Mas apelou para a natureza e a razão como verdadeiras fontes do direito”.
Nosso corpo não é apenas instrumento a ser usado a bel prazer, mas é parte intrínseca de nossa identidade pessoal. E, no casamento, como disse João Paulo II, a unidade do homem e da mulher decorre especialmente do ato sexual. Nesta união formam um único organismo; e isso só é possível pela diferença sexual radical do homem e da mulher. Os órgãos sexuais estão, pela natureza, adequados para essa união: “Sereis uma só carne”.
Não se acuse a Igreja de querer privar os homossexuais de um direito civil ou marginalizá-los; apenas questiona as ideologias que querem destruir a família verdadeira, contrapondo uma falsa. Aprovar as uniões de pessoa do mesmo sexo abre as portas para todo tipo de união como hoje já se propaga perigosamente.
Qualquer que seja a decisão dos Parlamentos do mundo, a Igreja e seus filhos fiéis, continuarão a defender a dignidade da única e sagrada família que saiu do coração de Deus como base da sociedade: “patrimônio da humanidade”, “igreja doméstica”, “santuário da vida”. (São João Paulo II).
Vivamos, então, conforme São Paulo exorta na carta aos romanos: “Com efeito, não me envergonho do Evangelho, pois ele é uma força vinda de Deus para a salvação de todo o que crê… Porque nele se revela a justiça de Deus, que se obtém pela fé e conduz à fé, como está escrito: O justo viverá pela fé (Hab 2,4)” (Rom 1,16-17). É nosso dever fortalecer a família e testemunhar o Evangelho sem medo do “martírio da ridicularização”, como pediu Bento XVI.
Prof. Felipe Aquino