Mas, então, que presente vai dar a Ela hoje? Vou dar um palpite a você…
Oito de setembro a Igreja celebra o nascimento da Virgem Maria, nossa Mãe, Mãe de Deus e Mãe da Igreja. Como celebramos a Sua Conceição Imaculada em oito de dezembro, então, nove meses depois, festejamos a Sua Natividade.
Ora, cada um de nós gosta de presentear a mamãe no dia de seu aniversário; mais ainda, gostamos de fazer com esta Mãe sublime, que tanto sofreu junto a Seu Filho por nossa salvação. E foi no momento de sua maior dor, no Calvário, instantes antes do Salvador entregar a Sua vida ao Pai, que ela se tornou nossa Mãe. “Mãe nas dores do parto do Calvário”, diz a Igreja. E ela cumpre esta missão materna, ainda melhor que nossa mãe terrena. Diante de Deus Ela intercede por cada um dos seus filhos. A Igreja quando fala dela diz que:
“Assumida aos céus, não abandonou esta salvífica função, mas por sua intercessão continua a granjear-nos os dons da salvação eterna. Por seu maternal amor cuida dos irmãos do seu Filho que ainda peregrinam rodeados de perigos e dificuldades, até que sejam conduzidos à feliz pátria”.
“Por isto a Bem-aventurada Virgem Maria é invocada na igreja sob os títulos de Advogada, Auxiliadora, Protetora, Medianeira. Isto, porém, se entende de tal modo que nada derrogue, nada acrescente à dignidade e eficácia de Cristo, o único Mediador”. (Lumen Gentium 62)
O Papa Paulo VI em sua Exortação Apostólica Signum Magnum nº 1, escreveu: “A Virgem continua agora no céu a exercer a sua função materna, cooperando para o nascimento e o desenvolvimento da vida divina em cada uma das almas dos homens redimidos. É esta uma verdade muito reconfortante, que, por livre disposição de Deus sapientíssimo, faz parte do mistério da salvação dos homens; por conseguinte, deve ser objeto da fé de todos os cristãos”.
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O Papa João Paulo II assim se expressou: “Os cristãos invocam Maria como “Auxiliadora”, reconhecendo-lhe o amor materno que vê as necessidades dos seus filhos e está pronto a intervir em ajuda deles, sobretudo quando está em jogo a salvação eterna. A convicção de que Maria está próxima de quantos sofrem ou se encontram em situações de grave perigo, sugeriu aos fiéis invocá-la como “Socorro”. A mesma confiante certeza é expressa pela mais antiga oração mariana, que os cristãos de Alexandria, perseguidos pelos romanos, já rezavam no século II, com as palavras: “Sob a vossa proteção recorremos a vós, Santa Mãe de Deus: não desprezeis as súplicas de nós que estamos na prova, e livrai-nos sempre de todos os perigos, ó Virgem gloriosa e bendita!”. Como Medianeira materna, Maria apresenta a Cristo os nossos desejos, as nossas súplicas e transmite-nos os dons divinos, intercedendo continuamente em nosso favor” (27/09/1997).
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Como toda boa mãe, a Virgem Maria se preocupa mais com seus filhos mais carentes espiritualmente, aqueles mais afastados de Deus, e tudo faz para trazê-los de volta ao coração de Deus. E ela tudo pode diante de Deus, como mostrou nas bodas de Caná. São Bernardo, doutor da Igreja, a chamava de “Onipotência suplicante”, isto é, Deus pode tudo pela natureza divina, Maria pode tudo pela graça divina.
O povo gosta de cantar aquela música: “Mãezinha do Céu eu não sei rezar, eu só sei dizer quero te amar”. Basta isso para honrá-la.
O Papa Francisco contou um dia que na Argentina, em Buenos Aires, um pai teve o seu filhinho desenganado pelos médicos por causa de uma doença grave. “Não há mais o que fazer! Só resta rezar”, disse-lhe o médico. Então o pai foi ao Santuário de Nossa Senhora de Lujan, que já estava fechado porque era tarde da noite. Mas o bom pai não desistiu; se agarrou nas grades do Santuário e ficou ali de joelhos rezando até o dia amanhecer. Então voltou para hospital e encontrou seu filhinho recuperado e fora de perigo de morte. Histórias assim se repetem aos milhares nos Santuários marianos.
Mas, então, que presente você vai dar a Ela hoje?
O que será que Ela quer de você?
Vou dar um palpite para você presenteá-la. Não é no supermercado que vai comprar o presente não. E nem no shopping. Pode ser numa floricultura, numa igreja; ou quem sabe, melhor ainda, ir buscar esse presente no jardim da sua alma. Que tal oferecê-La o seu coração bem limpo, lavado e purificado de todo pecado e de todo mal? Que tal uma boa Missa e uma boa Comunhão com Seu Filho e com Ela para cantar parabéns a Ela no fundo do seu coração? Pode ter certeza que ela vai se alegrar muito.
Mais ainda, se você quiser melhorar esse seu presente a Ela, pode rezar o Seu Terço, a Sua Ladainha, ou quem sabe o belo Ofício da Imaculada que Ela tanto gosta.
São apenas algumas sugestões que te dou; mas se não aceitar nada disso, então te peço, de todo coração, que ao menos pense nela por um instante, olhe para uma de suas imagens, acenda-lhe uma velinha, e reze para Ela uma Ave-Maria. Ela vai sorrir para você.
A celebração de hoje, disse santo André de Creta, honra a natividade da Mãe de Deus, e também a Encarnação do Verbo. Ela nasceu pura e imaculada para ser a Mãe do Rei dos séculos. É este afinal o motivo pelo qual somente de Maria (além de João Batista e naturalmente Jesus Cristo) não é festejado só o nascimento para o céu, o que acontece com os outros santos, mas também a vinda a este mundo. O mais belo neste Nascimento da Virgem está no significativo passo que Deus dá no seu eterno desígnio de amor. O grande São Pedro Damião (1007-1972), doutor da Igreja, ao celebrar esta Festa dizia:
“Deus onipotente, antes que o homem caísse, previu a sua queda e decidiu, antes dos séculos, a redenção humana. Decidiu portanto encarnar-se em Maria”. “Hoje é o dia em que Deus começa a pôr em prática o seu plano eterno, pois era necessário que se construísse a Casa, antes que o Rei descesse para habitá-la… Como celebraremos o nascimento de Maria, templo do Verbo encarnado”. “É justo cantar este dia e Aquela que nele nasceu”.
Prof. Felipe Aquino