Jesus Sacramentado, Nosso Deus Amado!
“Não é necessário, meu filho, saber muito para agradar-Me muito, basta que Me ames com fervor. Fala-Me, pois, com simplicidade, como falarias com o mais íntimo dos teus amigos ou como falarias com a tua mãe ou com o teu irmão.”
I. Precisas pedir-Me alguma coisa em favor de alguém?
Diz-Me o seu nome, quer seja o dos teus pais, quer o dos teus irmãos e amigos; diz-Me em seguida o que quererias que Eu fizesse em favor deles hoje.
Pede muito, muito; não deixes de pedir, agradam-Me os corações generosos, que chegam a esquecer-se de si próprio para atender às necessidades alheias.
Fala-Me com simplicidade, com franqueza, a respeito dos pobres que queres consolar; dos doentes que vês padecer; dos extraviados que desejas reconduzir ao bom caminho; dos amigos ausentes que queres ver novamente ao teu lado. Diz-Me por todos uma palavra de amigo, entranhável e fervorosa.
Recorda-Me que prometi ouvir toda súplica que sair do coração. E não terá saído do coração o pedido que Me dirigires por aqueles que o teu coração ama mais especialmente?
II. E para ti, não necessitas também de alguma graça?
Se quiseres, faz uma lista das tuas necessidades e lê-a na Minha presença. Diz-Me francamente que sentes em ti soberba, amor à sensualidade e ao conforto, que, talvez, sejas egoísta, inconstante, negligente… E pede-Me depois que venha em auxílio dos esforços que fazes, poucos ou muitos, para afastar de ti tais misérias.
Não te envergonhes. No Céu há tantos e tantos justos, tantos santos de primeira ordem que tiveram esses mesmos defeitos! Mas pediram com humildade e, pouco a pouco, viram-se livres deles.
E também não duvides em pedir-Me bens espirituais e temporais: saúde, memória, bom êxito nos teus trabalhos, negócios ou estudos; tudo isso posso dar-te e o dou, e desejo que Me peças, desde que não se oponha, mas sim favoreça e ajude a tua santificação. Para já, de que precisas? Que posso fazer para o teu bem? Se soubesses como desejo favorecer-te! Tens no momento algum projeto entre mãos? Conta-Me tudo minuciosamente. O que te preocupa? Em que pensas? O que desejas?
E por Mim? Não sentes desejos da minha glória? Não quererias poder fazer algum bem ao teu próximo, aos teus amigos, àqueles a quem amas muito e que, talvez, vivam esquecidos de mim? Diz-Me o que mais te preocupa hoje, o que desejas mais vivamente e com que meios contas para consegui-lo.
Diz-Me se os teus empreendimentos não saem bem, e Eu te direi as causas do teu fracasso. Não quererias que Me interessasse um pouco em teu favor? Meu filho, sou dono dos corações e conduzo-os docemente, sem ferir a sua liberdade, para onde Me apraz.
III. Por acaso sentes tristeza ou mau humor?
Conta-Me, alma desconsolada, as tuas tristezas com todos os pormenores. Quem te feriu? Quem ofendeu o teu amor próprio? Quem te desprezou?
Aproxima-te do Meu Coração, que tem um remédio eficaz para curar todas as feridas do teu. Conta-Me tudo, e acabarás em breve por dizer-Me que, para imitar-Me, perdoas tudo, esqueces tudo, e como prêmio receberás a Minha bênção consoladora. Porventura tens medo? Sentes em tua alma aquelas vagas melancolias, que, mesmo que possam ser infundadas, nem por isso são menos angustiantes? Lança-te nos braços da minha Providência, Estou contigo: aqui, tu Me tens a teu lado; vejo tudo, ouço tudo, não te desamparo em nenhum momento. Sentes indiferença da parte de pessoas que pouco antes te queriam bem e, agora, esquecidas, afastam-se de ti, sem que lhes tenhas dado o menor motivo? Roga por elas e Eu farei com que voltem para teu lado, se não forem obstáculo à tua santificação.
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IV. E não tens alguma alegria e consolação que queiras comunicar-Me? Por que não Me tomas participante delas, como bom amigo teu?
Conta-Me o que te consolou e fez como que sorrir o teu coração desde ontem, desde a última visita que Me fizeste. Talvez, tenhas tido surpresas agradáveis; talvez, tenhas visto dissiparem-se uns negros receios; talvez, tenhas recebido notícias alegres, alguma carta ou sinal de carinho ou então venceste alguma dificuldade, saíste bem de um apuro. Tudo isto é obra minha, e Eu dispus isso em teu favor. Por que não hás de manifestar-Me a tua gratidão por isto e dizer-me simplesmente como um filho ao seu pai: “obrigado, meu pai, infinitamente obrigado”? O agradecimento traz consigo novos benefícios, porque agrada ao benfeitor ver-se correspondido.
V. Não terás também alguma promessa a fazer-Me?
Leio, já sabes, no fundo do teu coração. Os homens são enganados facilmente, mas Deus não; fala-Me, pois, com toda a sinceridade. Tens a firme resolução de não te expores mais àquela ocasião de pecado? De te privares daquele objeto que te prejudicou? De não leres mais aquele livro que avivou a tua imaginação? De não tratares mais com aquela pessoa que perturbou a paz da tua alma?… Voltarás a ser mais amável e condescendente com aquela outra, que até hoje consideras como tua inimiga só porque uma vez não te serviu?
Pois bem, meu filho, volta às tuas ocupações de costume, ao trabalho, à família, ao estudo… Mas não esqueças os quinze minutos de grata conversação que tivemos aqui, nós dois, na solidão do santuário. Sempre que puderes, guarda silêncio, modéstia, recolhimento, resignação e caridade com o próximo. Ama a minha Mãe que, também, é tua Mãe, e volta outra vez amanhã, com o coração mais amoroso ainda, mais entregue ao Meu serviço. No Meu encontrarás, a cada dia, novo amor, novos benefícios, novas consolações.