O Milagre de São Januário

Todos os anos, desde de 1389, durante a comemoração da festa de São Januário, acontece o milagre da liquefação do seu sangue coagulado, que se repete diante de milhares de fiéis que se reúnem todos os anos no dia 19 de setembro, em torno da Capela do Tesouro da Catedral de Nápoles, Itália. Esta relíquia está conservada em dois frascos. O milagre é atestado por mais de 5000 processos verbais. No milagre da liquefação do sangue do mártir, este perde peso e aumenta de volume.

Montesquieu, que assistiu a duas liquefações em 1728 disse: “Posso declarar que o milagre de São Januário não é fraude; os padres estão de boa fé”. Em 15 de setembro de 1902, o conteúdo das ampolas foi submetido a exame eletroscópico diante de testemunhas. O cientista Sperindeo que realizou a experiência, disse: “Vi aparecer por trás da linha D, a faixa escura característica do sangue, e entre as duas uma zona clara”. Não há dúvida de que se trata de sangue humano.

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São Januário foi martirizado e morto dia 19 de setembro de 305 d.C., na terrível e última perseguição romana do imperador Diocleciano, ante de Constantino acabar com elas. Ele era bispo de Benevento. São Januário foi martirizado com muitos outros cristãos em Pozzuoli, jogados às feras no anfiteatro da cidade. Como as feras não o atacaram, o governador ordenou que fosse morto pela espada, juntamente com o diácono Sósio, Próculo, Festo, Desidério, Eutiquio e Acúrcio. Os cristão, segundo o costume, recolheram um pouco do sangue dos mártires e os colocaram em algumas ampolas. Os restos mortais de São Januário foram sepultados em Nápoles, comprovados pela arqueologia, inclusive com uma pintura de São Januário, do século V.

Todos os anos, neste dia, a ampola com o sangue coagulado é apresentada à multidão pelo arcebispo da Cidade, cardeal Crescenzio Sepe junto com o prefeito de Nápoles.

Existe ainda no santuário o Busto-relicário de prata de São Januário sobre o altar da Catedral de Nápoles que, segundo a tradição, contém o crânio do mártir.

Este milagre maravilhoso acontece também em outros dias do ano, além do dia 19 de setembro; ocorre também em maio, mês dedicado à Virgem Maria e em 16 de dezembro. No dia 16 de dezembro houve um milagre atribuído a São Januário. Em 1631, Vesúvio, um enorme vulcão que fica perto de Nápoles e que no ano 70 destruiu as cidades de Herculano e Pompeia, entrou em erupção. Era algo assustador e que o povo temia.

Então, a Igreja de Nápoles realizou uma procissão levando a cabeça (crânio) do mártir e uma ampola com sangue sagrado até a Igreja de Santa Catarina, em Formiello, perto do vulcão que começava a erupção. Esta cessou imediatamente e o rio de lava e a chuva de cinzas foram cessaram e não houve nenhuma vítima.

Em 4 de maio de 1799, primeiro sábado do mês, o Vesúvio entrou novamente em erupção, Nápoles estava agitada politicamente por causa da implantação da República no lugar da monarquia. Neste primeiro sábado do mês, foi organizada uma procissão para São Januário. Neste dia aconteceu o milagre da liquefação do sangue do mártir.


Professor Felipe Aquino é viuvo, pai de cinco filhos. Na TV Canção Nova, apresenta o programa “Escola da Fé” e “Pergunte e Responderemos”, na Rádio apresenta o programa “No Coração da Igreja”. Nos finais de semana prega encontros de aprofundamento em todo o Brasil e no exterior. Escreveu 73 livros de formação católica pelas editoras Cléofas, Loyola e Canção Nova. Página do professor: www.cleofas.com.br Twitter: @pfelipeaquino