Algo paradoxal acontece na Europa, e em especial na Espanha, que é um dos países onde o número de abortos é muito grande; no entanto, contra a crise da baixa taxa de natalidade, o pais adotou o chamado “cheque-bebê”. A Espanha oferece dinheiro às mulheres para que tenham mais filhos, porque o país se transformou em uma nação de idosos, com conseqüências desastrosas que se agravam.
Desde 16.07.2007 as mães espanholas país podem solicitar a ajuda de custo oferecida pelo governo para cada filho nascido ou adotado a partir das 0h do último dia 3 de julho. Um pagamento único de 2,5 mil euros (cerca de R$ 6.400,00) será feito a partir de dezembro.
O “cheque-bebê” é uma resposta do governo de José Luiz Rodriguez Zapatero à crise populacional espanhola. “Para seguir progredindo, a Espanha precisa de mais famílias, com mais filhos. E as famílias precisam de mais apoio para ter esses filhos e de mais recursos para criá-los”, ele justificou, durante o anúncio da medida no Congresso Nacional.
A Europa vive o chamado ‘Inverno demográfico’, e segundo dados das Nações Unidas, a Espanha será o país mais velho do mundo em 2050, com uma média de idade de 55 anos e quatro sexagenários para cada criança. O país então se tornará a nação européia com a pior relação entre aposentados e população ativa.
Os indicadores atuais de população já apontam sérios problemas estruturais: há 7,3 milhões de pessoas idosas (mais de 65 anos) na Espanha, enquanto os menores de 14 são 6,2 milhões.
As projeções futuras para o país são “desoladoras”, segundo Eduardo Hertfelder, presidente do Instituto de Política Familiar (IPF). Enquanto a Espanha é a nação européia com maior crescimento percentual de idosos (nos últimos 23 anos, a população de maiores de 65 anos aumentou em 3 milhões de pessoas, ou 72%), a taxa de fertilidade caiu a 1,35 filho por mulher.
A taxa mínima de fertilidade para que uma nação tenha a sua população estável é de 2, 1 filhos/mulher. O Brasil já chegou a 2,0 segundo o IBGE; um desastre.
A população de aposentados na Espanha está se aproximando da população economicamente ativa, arriscando um colapso do sistema social. Hoje, para cada 100 pessoas em idade ativa, 25 estão aposentadas. No ritmo de crescimento atual, em 2050 haverá 2 aposentados para cada pessoa ativa, segundo o IPF.
Em toda a Europa, já há mais idosos que crianças. Em 1980, o número de crianças superava o de idosos em 36 milhões. Em 2004, os maiores de 60 anos superaram numericamente os menores de 14.
Em 25 anos, o número idosos com mais de 80 anos cresceu 84%, passando de 10,2 milhões para 18,8 milhões – ou um em cada 25 habitantes da Comunidade Européia. Enquanto isso, o número de nascimentos caiu 16,6% entre 1982 e 2006.
A Espanha é um dos últimos países europeus a conceder um pagamento universal direto por filhos. Outras ajudas, no entanto, já são oferecidas como incentivo à formação de famílias.
Para as mães trabalhadoras, o governo dá 100 euros mensais até que o filho complete três anos. É oferecido também um pagamento único de 450 euros para os filhos a partir do terceiro. Quando a mãe tem um parto múltiplo ou uma família adota simultaneamente dois ou mais filhos, tem direito a uma ajuda calculada a partir do número de filhos e do salário mínimo espanhol (hoje em 570,60 euros mensais).
Quando inventaram a pílula anticoncepcional a Igreja católica, sobretudo na Encíclica do Papa Paulo VI, “Humanae Vitae”, alertou o mundo de que as conseqüências do drástico controle da natalidade que a pílula inaugurava, traria problemas demográficos sérios para o mundo. Quarenta anos depois estamos vendo claramente essas conseqüências.
Além de tudo, o problema tende a se agravar, pois além da pílula contraceptiva, os governos distribuem aos montes a “pílula abortiva do dia seguinte”, e oferece laqueaduras e vasectomia a todos que desejarem.
Não há dúvida de que o mundo vai chorar amargamente as conseqüências nefastas de tudo isso. Não pode ser feliz um mundo que volta as costas para Deus e seus ensinamentos.
Prof. Felipe Aquino – www.cleofas.com.br