Já parou para observar uma pitangueira carregada, onde os pequenos frutos vermelhos parecem preciosos rubis em meio ao verde da folhagem? Começar o dia diante de uma criação assim pode nos formar e direcionar nos atos e atitudes que precisamos tomar.
A cena, além de belíssima, tem personagens ilustres. Afinal são os pardais que quebram o silêncio da manhã, fazendo uma festa por causa de uma árvore tão farto. Tem até visitantes ilustres. São os sanhaços que chegam e saem apressados com a fruta no bico.
Então é preciso ir fundo nessa imagem e detalhá-la. Galhos em pleno crescimento já se espalham pelo telhado da casa e invadem o espaço por onde se passa para abrir o portão. A pitangueira, regada pelas chuvas constantes da estação, não pára de crescer e precisa ser controlada. O dono do pedaço já percebe que a hora é de empunhar o facão e fazer algumas podas.
É claro que com as podas a concorrência dos pardais vai aumentar. Parte do bando logo vai
entender que precisar voar para outro quintal atrás de nova pitangueira. E então nesse
ponto Deus nos forma.
Em tudo que fazemos na vida, quando nos empenhamos, nos dedicamos, o resultado
aparece. Então a nossa vaidade começa a querer tomar conta do nosso ser. Afinal está
tudo caminhando tão bem e a pitangueira que habito é carregada. Começo a achar que
nada me atinge mais. Estou no auge, intocável e é só alegria.
Mas não podemos esquecer que nessa vida somos pardais. A pitangueira é o que temos,
fazemos ou conquistamos a cada dia. Mas o dono da pitangueira é Deus, que sabe o
tempo certo que precisa usar o facão e podar alguns galhos de nossa vida.
E se for preciso voar para outras pitangueiras, tenha a certeza dos pardais, que sabem
o tempo certo da fartura e da escassez dos frutos.
Deus abençoe!
Wallace Andrade
Comunidade Canção Nova
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